⭒CAPÍTULO QUATORZE⭒

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As minhas roupas estão todas espalhadas pelo quarto e estou roendo as unhas que ainda está em processo de secamento. Me joguei na cama, falta uma hora e meia pro  Brandon me buscar. 

─ Meu Deus, passou um furacão aqui? ─ A minha mãe precisou empurrar a porta e arrastar algumas roupas com o pé. ─ Você sabe que amanhã vai ter que arrumar tudo isso depois que descansar da festa, não é?

Balancei a cabeça resmungando enquanto colocava uma blusa em cima do meu rosto. Ela sabe que vai precisar ajudar a filha indecisa que colocou no mundo e então me puxou pela mão me arrastando até o centro do quarto.

─ Vamos lá. ─ A mesma colocou a mão na cintura e respirou olhando todas as roupas no chão. ─ Que tal essa blusa?

Fiz uma careta analisando a blusinha que não me lembrava que ainda existia porque comprei essa blusa no sétimo ano.

─ E esse vestido? ─ Ela o colocou na frente do meu corpo e sem que conseguisse avaliar o  jogou do outro lado do quarto. ─ Que vestido feio!

Soltei uma risada com a cara que fez e espalhei algumas pilhas de roupa tentando achar alguma coisa menos amassada que a outra. 

─ Desisto. ─ Respirou fundo saindo do quarto e ainda bem que não sou a única que acha que o meu guarda roupa precisa urgentemente de uma atualização com relação a minha idade.

Poucos minutos depois já estava quase mandando uma mensagem pro Brandon pra avisar que não posso ir porque peguei um resfriado, mas a minha mãe voltou pro quarto segurando um vestido azul bebê que o tamanho é um pouco mais pra cima do joelho, no ombro é aquele estilo ciganinha com vários botões dourados edelicados que vinham do busto até o final.

─ Que lindo! ─ Falei enquanto passava a mão pelo pano delicado que não chama muita atenção. ─ Nunca o vi junto com as suas roupas 

─ Estava na mala que guardo as roupas antigas quando tinha a sua idade e usei no meu primeiro com o seu pai. ─ Respondeu e posso jurar que uma lembrança boa veio na cabeça da mesma. 

─ Não posso usar. ─ Falei devolvendo o vestido que provavelmente deve ser muito importante pra mesma, sou desastrada demais e tenho medo de sem querer derramar alguma coisa.

─ Agora é seu meu amor. ─ Me devolveu em seguida. ─ Agora vai provar porque o seu amigo já deve estar chegando

Concordei e tomei um banho tranquilo, passei a gilete nos pelos toquinhos da perna que estavem me irritando e lavei o meu cabelo.

O vestido ficou perfeito no meu corpo quando provei, é um pouco difícil achar um vestido que fique bem em mim e fiquei feliz que não realçou tanto as minhas pernas finas. Coloquei o meu All star e sorri com o resultado, parada em frente ao espelho vejo a minha mãe entrar toda arrumada e provavelmente também vai sair com alguém.

─ Onde você vai ir tão linda assim? ─ Perguntei e a mesma pegou a escova para pentear o meu cabelo.

─ Vou sair de novo com o seu professor de teatro. ─ Respondeu e percebi que a bochecha dela ruborizou.

Ainda não consigo imaginar a minha mãe com outra pessoa que não seja meu pai, mas se ela está feliz é isso que importa.

─ Que bom! Ele vai te buscar? ─ A olhei pelo reflexo do espelho.

Soltou um riso, amo ouvir a risada espontânea da mesma. É delicada e o tempo todo é tão perfeita que é difícil acreditar que sou filha dela. Me virei para frente depois que penteou o meu cabelo e sorri satisfeita. 

─ Sim, daqui a pouco ele vai me buscar. ─ Pegou o secador e fez um sinal para me sentar na cadeira. ─ Eu sei que pra você deve ser difícil me ver seguindo em frente com outra pessoa e…

 Querida, pequena vida. #1 ꪜ Onde as histórias ganham vida. Descobre agora