💬 Capítulo 21 💬

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O sol começa a transpassar pelas frestas da janela encoberta e assim que a luz bate em meus olhos, os sinto arderem, não só pelo clarão, como também pela falta de sono

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O sol começa a transpassar pelas frestas da janela encoberta e assim que a luz bate em meus olhos, os sinto arderem, não só pelo clarão, como também pela falta de sono. A noite foi turbulenta depois do que vi e nada fora capaz de me fazer relaxar e dormir. A todo momento minha mente me mandava sair e ir atrás de todos aqueles que fizeram mal a minha família, a cada passada do ponteiro no relógio, sentia a necessidade de pegar cada um e os fazerem sentir a dor mais intensa que pudessem sentir, mas, antes, preciso ter o poder em minhas mãos.

Tudo na vida precisa de planejamento, e por mais que eu queira fazer justiça o mais rápido possível, não é assim que as coisas funcionam. O que eu tenho que possa amedronta-los? Absolutamente nada. Não tenho uma carreira que me faça ter um faturamento excelente para contratar o melhor assassino de aluguel, não tenho nome nos ambientes que oferecem esses tipos de serviços e nem nada que os façam temer e pedir a Deus que nunca sejam encontrados por mim.

A situação por enquanto é totalmente contrária. Eles estão com algo meu, que se usado para me deter, irá atingir o alvo com toda certeza. Apesar de estarem em vantagem por terem sequestrado a minha filha, eles não imaginam o quanto isso se torna mais uma centelha de pólvora para me fazer seguir até o fim e explodir com cada um.

Me levanto da cama e acabo soltando um resmungo por ter pisado em algo pontiagudo. Olho para baixo, e viro o pé vendo que um pedaço de madeira está ali, junto com mais outros pedaços que voaram das cadeiras que quebrei, e de tudo que estava fácil para ser arremessado. Subo o olhar, analisando tudo o que eu fui capaz de fazer, sem realmente sentir que estava fazendo. A minha impulsividade, misturada com a energia obscura acumulada, me tornam um incontrolável e sem percepção do certo ou errado. Não existe isso quando deixo o meu lado impulsivo ser o que me mantem em pé. Apenas faço, e o que menos me preocupa é algum tipo de arrependimento no final.

Quando a dor me sufoca, e eu sinto que quero cair, procuro descontar no que esteja a minha frente. Seja com objetos, ou com pessoas, só sinto o meu corpo aliviar e a minha mente desanuviar, quando destruo tudo. E o estado desse quarto mostra que ontem estava além de descontrolado.

Minha atenção é desviada e meus ouvidos trabalham com precisão para ouvir o barulho que estão fazendo do outro lado da porta. O som de alguém sendo empurrado e caindo em cima de algo barulhento, me faz ativar todos os sentidos e ir devagar até a maçaneta. Espalmo a mão na porta e tento fazer menos barulho possível, para a atenção não ser voltada a mim.

Abro a porta e antes de sair por ela, a discussão acalorada entre o Adan e outra pessoa totalmente desconhecida para mim, me fazem pensar se é realmente uma ameaça ou duas pessoas brigando por alguma coisa fútil.

– Ela não é para o seu bico Nikholai! Faça tudo, menos encostar um dedo naquela garota. – Escuto Adan dizer furiosamente, seguido pelo barulho de seu punho batendo no nariz do sujeito. – Me ouviu bem? – Ele grita e no segundo soco, eu saio de onde estou e vou até a sala, onde um homem, caído em cima do centro, com a cara toda ensanguentada, balança a cabeça positivamente.

A VINGANÇA DO CAPO - PARTE 1Where stories live. Discover now