vii. perfect idea

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virginia

E então? — Emma perguntou. Estávamos falando por ligação já que eu havia perdido o horário da escola naquele dia e ainda estava de castigo.

E então o que?

Ruel, como foi a conversa? — Revirei os olhos, ainda bem que ela não podia me ver.

Ele não quer devolver a minha pulseira, ao menos que me veja pessoalmente e essas coisas idiotas. — Dei de ombros enquanto enrolava uma mecha do meu cabelo em meu dedo. — Você sabia que ele canta? E muito bem por sinal!

— Acho que nunca vi ninguém falar sobre isso, ele te disse algo?

— Ele me mandou um áudio.

— Sortuda. — Gargalhei enquanto ela implorava para que eu mostrasse o áudio e então a porta do meu quarto se abriu repentinamente.

— Seu pai quer você lá em baixo para irmos jantar em algum lugar! Você tem dez minutos ou então faço ele te deixar aqui, você sabe que tanto faz.

    A ruiva deu de ombros após cuspir as palavras sem saber que eu estava no meio de uma ligação. Ela me encarou uma última vez e então bateu a porta do quarto ao sair, fazendo com que eu revirasse os olhos.

Que megera! — Emma comentou e então eu suspirei.

Eu acho que eu sou a Cinderela do século vinte e um. — Brinquei e então escutei a risada da garota. — Eu tenho a madrasta má, as duas irmãs invejosas e agora o príncipe.

— Uma pena que você vai dispensar o príncipe ao invés de se casar com ele.

— A diferença é que o meu príncipe é pretendente da minha irmãzinha querida, então esquece.

— Amanhã conversaremos sobre isso afinal você ainda está sem a sua pulseira. — Ela disse entre risadas. — Agora jantar com a sua família.

— Não, obrigada. — Dei de ombros. — E elas não são a minha família.

— O que acha de eu ir aí já que eles vão sair? Depois eu posso sair pela janela.

— Ótima ideia! Eu te mando uma mensagem quando eles saírem. — Sorri animada com a ideia. — Você é a melhor, Emma.


    Ajudei a ruiva a colocar suas longas pernas para dentro do meu quarto e então ela suspirou aliviada. Entrar pela porta da frente não era a melhor opção já que os empregados poderiam facilmente contar para o meu pai ou para a madrasta má e então eu estaria ferrada.

— Mal vejo a hora do seu castigo acabar, já estou cansada de pular a janela. — A ruiva se jogou na minha cama, fazendo com que eu começasse a rir.

— Você só pulou a janela uma vez.

— E não pretendo pular nunca mais. — Ela deu de ombros e tirou os sapatos para deitar na minha casa. — E então, qual o plano?

— Plano? — Arqueei as sobrancelhas, totalmente confusa.

— Plano para pegar a sua pulseira já que ele não vai entregar para nós, na verdade só para você mas como ele não sabe que você é você...esquece. — Ela se atrapalhou e então eu ri, eu amava o jeitinho dela.

— Eu tenho que ir até ele mas sem que ele me veja. — Comentei pensativa, caminhando pelo quarto. — Um encontro às cegas, só que literalmente.

— Já sei! — Ela gritou animada, estava tão afobada que até batia palmas. — Garota, você acabou de me dar a ideia perfeita.

cinderelaWhere stories live. Discover now