Filha da patroa 01

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Cheguei cedo para o trabalho. Afinal, tenho que preparar tudo para os meus patrões antes que eles acordem.

Após trocar de roupa no quartinho dos fundos, e já de cabelo preso -exigência da minha patroa, para o marido dela não me olhar. Vou direto preparar o café da manhã, já tinha comprado frutas quando vim para cá, então apenas coloco os frios na mesa, junto com os diversos tipos de pães; as frutas e bolos. Está tudo arrumado como a senhora Parksson gostava, então parto para a arrumação da casa.

Quando é mais ou menos 09:20 a senhora e o senhor Parksson acorda. Já arrumei todos os cômodos, exceto o quarto principal e o das filhas do casal.

– Muito obrigada, Julia, por ter posto a mesa para nós. – o senhor Augusto agradeceu de modo educado, mas sua mulher, Alexandra me fuzilou com os olhos.

Abaixei a cabeça e me virei para voltar a cozinha, mas fui interrompida com a voz séria da mulher.

– Eu e o meu marido passaremos o final de semana na serra. Precisamos descansar. – Ela sorriu para o marido e pegou na mão dele que estava sobre a mesa. – Será que você poderia passar esses dois dias aqui? A Amanda irá conosco, mas a Leticia se recusa a ir...

Amanda é a filha menor do casal, tem apenas cinco anos. Leticia já tem dezoito anos. Quase não a vejo, só vive no quarto ou de cara no celular, como qualquer adolescente de hoje em dia.

Confirmei que ficaria sim com a garota. Afinal, eu ganharia mais por isso, e estou precisando de dinheiro para pagar a faculdade de arquitetura que estou fazendo.

– Ótimo! Vamos sair hoje as cinco da manhã, por ser o melhor horário para viajar de carro. A Leticia estará dormindo ainda, então não precisará chegar mais cedo que o normal. – Ela explicou. Logo em seguida me deu instruções básicas: Não deixar a filha sair sem antes falar com ela; as amigas da garota pode ir na casa; não deixar ela sair à noite...

Anotei mentalmente as intenções, seguiria à risca.

(...)

Já era 22:40 quando terminei de arrumar minha mochila para o final de semana, não peguei muitas roupas, porque eu ficaria mais de uniforme. Mas coloquei meus cremes corporai; perfume; um pijama e uma camisola para dormir.

Pronto! As coisas estavam arrumadas, agora só preciso ligar para a minha mãe e desmarcar o almoço de amanhã - é um costume nosso, de almoçar juntas todos os sábados.

Peguei meu celular o retirando do carregador, desbloqueei a tela e cliquei no aplicativo de chamadas. Como eu só ligava para a minha mãe o número dela estava em primeiro.

– Oi, mãe! Tudo bem com a senhora? – Falei, após ela atender depois de chamar três vezes.

– Senhora é a tua avó. Eu já falei, Júlia!– Bronqueou. Ô mulher irritada. – Tudo bem sim, princesa, e contigo? Como tá o trabalho? Ja jantou? – Socorro, ela é uma matraca.

– 'Tá tudo certo, mãe. – Ri enquanto me deitava na cama. – Já jantei sim, não se preocupa...

– Jantou mesmo? Você fica nesse negócio de emagrecer e come feito passarinho. Você precisa comer de verdade. – Ela me interrompe, fazendo seu drama diário.

– Jantei, mãe... – Suspiro – Mas não foi pra falar da minha janta que eu liguei. – Iniciei o principal assunto da ligação. – A dona Alexandra me pediu para ficar na casa dela esse final de semana. Ela vai viajar com o marido e a filha menor, e quer que eu fique lá fazendo companhia para a filha mais velha dela...

– Babou o nosso almoço, né? – Sua voz era descontente, pude até ouvir uma respiração pesada de entristecimento. – Essa mulher abusa demais de você. Vaca água de salsicha – Agora ela se referia aos cabelos ruivos da mulher.

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