Capítulo 2

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Parecia que tudo era novo. No entanto, ainda sentia um frio na barriga. Não deveria confiar em mais ninguém? Por que a Grace era uma jovem senhora muito legal aparentemente, na verdade, um doce! Até minha mãe gostou dela! Só que a mamãe gosta de quase todo mundo. Antes de ir embora, tive uma conversa franca com Elliot me desculpando, mas disse também o queria (eu iria para o Brasil mesmo).

—Você é muito possessivo! –disse.

—Ah, falou a amiga do Will Clark! –zombou.

—Ele não é meu amigo, é apenas meu vizinho. E vocês têm que parar com esse joguinho idiota! Aposto que dariam ótimos amigos! –Bati no seu ombro. —Dois possessivos, chatos! –ele revirou os olhos —Já foi provado que ele não matou... A Trina. —Engoli em seco. –E você não pode culpá-lo por ela ter gostado dele... Ela não o traiu... Deixa isso para lá. —Apertei seu ombro. –E, por favor, para de ser tão estranho com a Jennifer e... —Ele se levantou. –Tire a Chris da friendzone! –Ele arregalou os olhos.

—A Chris gosta de mim?!

—Tá na cara, amigo! Só pelo jeito dela te olhar, te acompanha igual um cachorrinho todo canto e tenho certeza que te apoiaria num crime se precisasse! Mas... –cocei as costas. –Você nem pense nisso, ok?

—Ok. –ele riu e me abraçou. Fiquei feliz por termos terminado bem. (Desse jeito, até pareceu término de namoro né? Rs)

Já com o Will não foi tão simples.

—Will, eu sinto muito... –tentei me aproximar, mas ele deu um passo para trás.

—Sente exatamente pelo que? Por ter me acusado de matar minha namorada, matar a família de Elliot, ou usar meu irmão pequeno para me investigar e investigar minha família?! —ele gritou e eu fiquei paralisada. Droga! Como ele descobriu? Ele viu na casa da árvore, nos livros? Coitado de Asher... —Você ainda não me respondeu! –estava um tomate de raiva.

—Por... Tudo isso. Mas eu não te acusei, e seu irmão que me chamou para investigar, ele é praticamente um mini Sherlock Holmes da CIA, ele disse que esse seria o meu presente de aniversário para ele... Sinto muito, não deveria tê-lo envolvido. –ele riu.

—Nunca mais chegue perto do meu irmão!

—Will, o que pensa que está fazendo? –Asher chegou com os olhos cheios de lágrimas. Ai, meu...

—Sai daqui, Asher, é conversa de gente grande. –disse Will.

—Tenho mais cabeça que você. A Sarah é minha única amiga, você não vai me afastar dela! –ele me abraçou chorando. E eu me contive para não chorar também. –Eu não acreditava que você era culpado, mas tinha que investigar. Nossa família não se fala e tem muitos segredos, como eu iria descobrir? –o irmão ficou surpreso, colocou as mãos na cintura e parecia... Admirado?

—Asher, - me soltei dele devagar para olhá-lo nos olhos. –Seu irmão tem razão, não devia tê-lo envolvido nisso, foi arriscado demais! –sequei suas lágrimas com o dorso das mãos. Ele parecia querer dizer algo, mas me antecipei —Mas eu AMEI ser sua amiga, você foi o meu melhor amigo aqui, eu te amo, sabia? —ele parecia explodir e me abraçou de novo.

—Eu também te amo, Sarah.

—E, veja bem, eu acho bom você me mandar mensagem todo dia, viu? —ameacei e ele riu concordando. —Eu devo voltar, só não sei quando.

—Já acabaram? Asher, eu quero falar mais uma coisa com a Sarah em particular. —Eu fiquei morrendo de medo! Segurei a mão de Ashzinho que riu baixinho e se foi.

—Obrigada. –ele disse e eu não entendi nada. Primeiro faltava me matar e agora me agradece? Bipolar! —Por ser a irmã que o Asher nunca teve. A minha família sempre foi muito desunida. Mas acho que agora isso vai mudar, meus pais estão mais juntos... –olhou para o chão. —E acho que isso tem uma mão sua também. –sorriu para o nada.

—Sabe o que aprendi com os Clark? Não podemos julgá-los de cara. –sorri.

—Será que um dia teremos uma chance? –aí minhas pernas ficaram bambas. Oi? Fiquei em silêncio. E ele chegou mais perto. Prendi minha respiração. Depois se afastou e riu. Droga! Não dava para confiar nesse menino! —Acho que sim. Boa viagem! –piscou.

Depois daquela derrota, fui ver a despedida entre João e Ashley. Mas meu irmão foi o mesmo de sempre, apenas deu um abraço desajeitado nela. E a loira tentou lhe dar um beijo na boca! Quase soltei um grito. Meu irmão virou o rosto do jeito mais delicado possível, mas virou! Eu ri. Ainda era o mesmo.

—Terra para Sarah! –Jônatas deu um peteleco na minha testa.

—Ai, seu filho da... Mãe! –bati nele.

—Você estava viajando, estava pensando em que?

—Nada. Já desgrudou da minha amiga? Vocês parecem namorados! –ele sorriu de orelha a orelha, parecia que tinha feito um elogio.

—Sá, você se importaria se eu namorasse a Debinha? –engoli em seco. Ele estava sério!

—Eu fiz 15, e ela tem 17, não tem muita diferença né? Eu quero trabalhar também esse ano, fazer jovem aprendiz... Você acha que ela gosta de mim como eu gosto dela? –ai, meu...

—Não sei, Jon... Eu tinha CERTEZA que não, até a gente voltar e vocês estarem tão próximos e... Na verdade, quando estávamos lá...

—O que?

—Ela perguntava bastante de você, se você a tinha esquecido e blá. –os olhos dele pareciam que iam explodir de felicidade. –Mas você ainda é muito novo, tem que ter maturidade para namorar. Sei que nunca namorei, mas... Não quero que se machuquem.

—Eu posso esperar por ela. –ele suspirou. Aff... Estava perdida.

De volta ao Brasil  (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora