Girl Meets Lucas

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Maya pov

Era final de semana, estávamos todos na casa do Farkle já que Topanga e Corey nos expulsaram para ter um pouco de paz.
O intuito era estudar para a semana de provas, mas é final de semana, ninguém estava interessado. Apesar de Riley e Farkle estarem com o livro na mão, na verdade eles estavam contando piadas ruins um para o outro, Smackle e Zay se entregaram para o videogame desde que chegaram, Lucas era o único que realmente estava tentando ler, mas duvido que alguma palavra tenha entrado na sua cabeça.

Fui até a cama onde ele estava e tirei o livro da sua mão, me sentando.

- Hey, Cowboy!

Ele me olha e sorri.

- Oi, Maya.

- Eu tenho algo pra te perguntar.

- O que?

- O que foi aquele chilique na lanchonete ontem?

- Eu não gosto de brigas.

- Por que?

- Por que eu já gostei, e não acabou muito bem.

- Você sabe que não tem a obrigação de me proteger, certo?

- Amigos protegem um ao outro.

- Não á mim.

- Por que você é assim, Maya?

- Assim como?

- Toda segura de sí.

- Isso é ruim?

- Não se você não usar isso como desculpa para arranjar problema.

- Arranjar problema é tudo que eu faço, Sundance, já devia ter aprendido isso.

- Você não entende.

- Então me explica, por que tem que ter algum motivo para o que aconteceu.

- No Texas eu era um pouco diferente.

- Farkle mencionou algo do tipo.

- Eu me meti numa confusão.

- Meio difícil de acreditar. 

- As coisas eram diferentes naquela época.

- O que você fez? Montou no cavalo de outra pessoa? 

- Tinha esse garoto... Ele arranjava confusão com todo mundo. Um dia ele mexeu com Zay, e quando se trata dos meus amigos... Bem, eu não soube me controlar e as coisas ficaram fora de controle.

- Você bateu nele?

O olhei sem reação e ele assentiu.

- Eu fui expulso.

Fiquei tentando imaginar Lucas em uma situação como essa, mas sua imagem de bom menino não me permitiu.

- O que mudou? 

- Eu vim pra New York, escola nova, ninguém me conhecia, então eu decidi fazer diferente dessa vez.

- Foi fácil, deixar esse Lucas pra trás?

- Não... As vezes ele vem, involuntáriamente.

Um silêncio se instalou mas logo foi quebrado.

- Posso fazer uma pergunta também?

Assenti.

- O que te fez perder a cabeça?

- Eu conhecia aquela galera.

- Quem eram eles?

- Nós costumávamos andar juntos, quando éramos pequenos... Fazíamos parte das crianças pobres do bairro. De repente minha mãe começou a fazer sucesso e nós ganhamos dinheiro, eles se sentiram traídos e eu acabei sendo "expulsa", eu não os via desde que me mudei para Milão, mas sabia que eles ainda tinham rancor. Devem estar amando saber que falimos.

- Eu não fazia ideia, me desculpa.

- Eu fui pra Milão, voltei pra New York, mas não consigo mudar que nem você fez.

- Você não precisa mudar, Maya.

- E por que você precisou?

- Nós não somos iguais. Eu perdia o controle, você é esperta, pelo que sei, se você quisesse realmente bater naquela garota, nem eu teria te segurado.

- Você acha que eu sou esperta?

- Acho que é bem mais do que sabe.

- Tudo bem, eu tenho mais um pergunta.

- Estou ouvindo.

- Por que você tomou minha culpa quando Mr. Matthews veio te questionar sobre a moto da professora de inglês? 

- O quê?

- Matthews não é burro, ele viu que estávamos discutindo, e você ficou com as chaves, teve que devolve-las de alguma forma, e pelo que eu te conheço, você não arrombou nenhuma sala pra isso. Por que não contou pra ele que fui eu?

- Você é nova na escola, uma detenção agora ia te causar problemas maiores.

- Eu já entendi como as coisas funcionam por aqui, mas se eu tenho coragem para fazer certas coisas, eu também tenho que ter coragem para lidar com as consequências... Obrigada, mesmo assim.

Ele sorriu.

- Do que estão falando?

Riley perguntou se jogando na cama no meio de nós.

- Nada demais.

- Farkle nos convidou para jantar com eles, vocês topam?

Nós concordamos.

Acabamos ficando por lá mesmo já que Corey e Topanga aparentemente esqueceram da existência de Riley, e a minha mãe raramente lembrava da minha. O quarto do Farkle era grande, cabia todos nós e mais toda a população de New York, então foi fácil achar um lugar pra se jogar e dormir. Nós ficamos contando histórias até o último pegar no sono.

Tombstone // LucayaOnde histórias criam vida. Descubra agora