Fim de coisas ruins - 10

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— Está com medo é? Não irei te machucar... – ele se aproxima de seu ouvido. — Ou talvez sim. – ele ri e ela começa a chorar.

O rapaz a segura firme pelos braços e aperta seu cinto aos pulsos da garota, chegando a machucar seus braços.

Lalisa tentava ao máximo não se desesperar, mas foi impossível quando o homem a levou a um beco próximo dali.

— Você é um ser horrível, sua mãe deve estar desapontada em ver o monstro que ela criou! – gritou a garota.

— O que disse, pirralha?! – com uma das mãos, ele aperta seu pescoço, deixando evidente a raiva ao ouvir o pronunciamento da garota.

— Eu disse que sua mãe criou um monstro! Está surdo? – ela ri, ironicamente, sentindo a raiva do homem.

— Acha que vai sair dessa, agindo dessa forma, garota? – sorri irônico, espumando de raiva.

— E você acha mesmo que vai ter o respeito que quer, tratando alguém desse jeito? – ela ri.— Está muito enganado.

O homem então, já com raiva da garota, a puxa com força para dentro daquele beco, e, ao se deparar com o fim dele, enxerga uma casa, não tão grande, mas nem tão pequena, suja, bem suja, já se vendo a olho nu.

O rapaz pega um molho em seu bolso e coloca uma das chaves na tranca, destrancando a casa e entrando na mesma.

— Você vai aprender a me obedecer, garota, você queira ou não. – Lisa olha-o desgostosa.

— O que vai fazer comigo?

— Você verá. – Ele sussurra em seu ouvido, sorrindo sarcasticamente.

DIAS DEPOIS

— Acorde, garota! Quem lhe permitiu dormir?! – Ele havia acabado de chegar de seu trabalho.

Nessas duas últimas semanas, o homem havia lhe feito de empregada e objeto sexual, mas Lisa já estava com um plano quase pronto, não tinha como dar errado.

Lisa é uma garota forte que, apesar de tudo que sofreu em sua antiga casa e nesses quatorze dias, não tinha seu psicológico abalado, ela se mantém firme desde então.

— Desculpe, eu não dormi esta noite. – a garota abaixou a cabeça fazendo como sempre fez, fingindo arrependimento.

— Que seja, o que me importa é a casa limpa e a comida pronta. – Se jogou no sofá e tirou seus sapatos, ligando o televisor a sua frente.

— Está tudo pronto. – Ela assentiu.

— Está esperando o quê para trazer? Ande, garota!

Lisa foi até a cozinha, pegou um dos potes que havia no armário - já que não tinham pratos ou outras coisas de vidro ou porcelana - e adicionou uma certa quantidade de comida e levou até o homem.

— Aqui está. Eu vou subir para o quarto.

— Que seja. – Ele a respondeu enquanto comia, e, antes de ela subir, disse — Desça as dez em ponto.

— Ok. – Ela se virou e subiu ao seu "quarto".

Não precisaria aguentar mais nenhum dia, seu plano já está quase concluído.

Enquanto limpava a casa a dois dias atrás, encontrou um telefone. Não era velho, mas também não era atual. E foi aí que surgiu a ideia.

Hoje seria um dos dias de ser um "objeto sexual". As semanas começam e terminam assim, mas hoje não o aconteceria.

Já era 21:48 PM, ele sempre a chama com dez minutos de antecedência, portanto, faltavam dois minutos até ele a chamar; discou o número da polícia e ligou.

Segundos depois, atenderam. Ela explicou tudo o que vem acontecendo a quatorze dias, mas segundo o policial na linha, ele precisava de provas, já que ocorreram diversas denúncias falsas. Ela deu seu endereço e disse que iria gravar as falas do homem e mostrar suas reações desde que chegasse na sala de estar.

Os policias foram até a casa e ficaram ao lado de fora da mesma; a equipe era liderada por uma mulher, a tenente Ashley.

Lisa continuou na linha com a tenente até o homem a chamar lá embaixo.

— Lalisa, desça! – Ele gritou.

— Já estou indo! – Lisa escondeu o celular em um montinho de roupa que ela tinha que levar até a lavanderia. Embolou o telefone nas roupas dentro do cesto e levou o mesmo até a sala.

Quando ela foi até a frente do homem, ele estava com uma corda na mão.

— Para o que é essa corda? – perguntou "assustada".

— Não se faça de desentendida, usamos isso todas as quatro vezes, acho que vou ter que refrescar sua memória. – Ele chegou perto da garota e a puxou pelo braço, deitou a mesma de bruços no sofá e a prendeu com a corda.

— P-por favor, não f-faça isso. – ela insistiu.

— Repete. – ele abaixou seu shorts jeans desgastado.

A tenente ouvindo aquilo, pegou seu rádio e comunicou os outros polícias:

— Vamos invadir ao meu sinal. Um... Dois...

— Verá de qual cor sua pele ficará depois de hoje. – ele sussurrou.

— Três! – a tenente gritou, empurrando a porta com o pé com os policias atrás de si.

— Mãos para cima, você está preso!

O homem que já estava em cima da garota, saiu de cima, puxou-a pela corda e ameaçou enforcá-la com a mesma, pressionando contra seu pescoço.

— Você tem duas opções, ou você libera a garota e ninguém sai ferido – ela gira o tambor da arma – ou nós teremos um problema.

— Teremos? – ele sorri ladino e pressiona a corda no pescoço de Lisa.

A tenente, sem perder tempo algum, mira no peito do homem e atira, fazendo o mesmo cair para trás e Lisa cair de joelhos buscando ar.

A tenente corre até a mesma e a leva para a viatura, enquanto os outros policiais levavam o homem em outra viatura com as algemas.

— Está tudo bem? Ele te machucou? – Ashley dizia enquanto procurava ferimentos.

— Hoje não, mas nos outros dias... – Lisa mostrou as marcas em seu corpo. – Quando ele tentava fazer qualquer coisa, eu dava socos nele, mas só piorava, ele me bate e me faz de empregada. – ela abaixou a cabeça.

— Não mais. Vai ficar tudo bem, ok? – Disse ela, tentando passar confiança para a garota, recebendo um sorriso fraco.


capítulo grande pra desgraça pra compensar os dias em que não ouve capítulo.

Meu Melhor Amigo Homofóbico🏳️‍🌈♂️Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt