2 | Em busca de mim

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"Mexendo no meu celular de novo,
me sentindo ansioso
Com medo de ficar sozinho de novo,
eu odeio isso"

Shawn Mendes.

PARTE DE MIM sempre amou e vai amar conto de fadas porquê por mais provações que tenham, no fim eles vivem seu final feliz

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PARTE DE MIM sempre amou e vai amar conto de fadas porquê por mais provações que tenham, no fim eles vivem seu final feliz. Minha vida não é bem isso, não chega nem perto, por mais que eu quisesse. Digamos que eu não tenha um castelo, que eu viva em uma floresta encantada ou muito menos que tenho um príncipe loiro do olho claro - Jack pode até parecer um, mas não conta.

Quando mais nova acreditava que quanto mais velha eu ficasse, coisas incríveis aconteceriam. Talvez fosse culpa da quantidade de filmes que eu assistia ou livros que eu lia. Me faziam fantasiar com algo diferente do que era previsto acontecer. E por isso hoje sou decepcionada com várias coisas. O mundo real não é nada divertido, muito menos quando se está passando pela melhor fase da sua vida, a tão esperada adolescência. E acredite quando dizem que o tempo passa rápido, porquê realmente passa. Pelo menos pra mim foi assim.

Aos doze anos ganhei um irmão mais novo, quem eu tinha muito ciúmes antes de nascer já que a atenção dos meus pais comigo tinha reduzido e foi totalmente redirecionada pra minha mãe e sua grande barriga. E quando Timothy nasceu, imaginando que eu deveria pensar positivo devido não ser mais a filha única e não ficaria mais sozinha, o usei por alguns meses como boneco. O que gerou alguns quedas e choros sem fim, lembro de ficar com raiva porquê ele chorava demais.

Aos treze imaginei que faria vários amigos na escola, como nos filmes em quê cada pessoa fazia parte de um grupo. Imaginei como seria se eu fizesse parte do grupo popular, ou até mesmo se fosse do grupo nerd ou rockeiro. O que não aconteceu já que a única amiga que eu tinha feito fora o Jack, no mesmo ano se mudou para outra cidade me deixando sozinha em pleno oitavo ano do fundamental. Jack naquela época fazia parte de outra sala, o que me fazia sentir mais sozinha ainda.

Minha personalidade aos quatorze anos não era uma das melhores, foi a fase em que comecei a me questionar das coisas como; Por quê necessariamente eu tinha que sangrar toda vez em todos os meses? Qual era a grande necessidade já que eu ainda era uma criança? Minha mãe já tinha me explicado tudo o que eu tinha que saber sobre mas eu não me conformava, se me perguntam hoje, ainda não me conformo.

Aos quinze eu fiquei obcecada com o gato siamês da minha Tia, irmã do meu pai Antonella e passei semanas pedindo que adotassem um pra mim mas meu pai disse não, por quê talvez Tim fosse alérgico e ele correria riscos já que era muito pequeno. Então, tentando provar que Tim poderia ser tão forte quanto eu, escondida fui em direção do beco que tinha atrás da escola e escolhi um dos filhotes de gato recém nascidos. Todos falavam que eles eram abandonados, por isso senti que estava fazendo algo bom. Minha mãe não gostou quando eu o levei para casa, muito menos meu pai dizendo que poderia ser de alguém e que eu não deveria roubar nada de ninguém. Tentei explicar que achado não era roubado e que provavelmente ele nem tinha dono já que o encontrei na rua. Mas sei que Tim me apoiou. Quando o mostrei pela primeira vez, aproximei o gatinho bem perto do seu nariz para saber se ele era realmente alérgico, mas ao invés dele espirrar ou chorar, balbuciou algumas coisas indecifráveis mas que eu entendia; Que ele também tinha gostado do Atlas. Foi uma pequena vitória contra meus país. Jack disse que foi meu primeiro ato rebelde.

Aos Dezessete - PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora