Princesa Viollet -Livro 2 (HIATUS)

Capítulo 2- Amigas?

Continuei andando, adentrando em meio a gigantesca multidão que me rodeava.

Eu só queria vê-la. Nem que fosse por 1 segundo. Ver o rosto da nossa futura Rainha pessoalmente, era bem diferente de ver de relance, em jornais e em revistas.

Me aproximei um pouco mais do palco, e notei que lá também estava um grande tumulto. Olhei ao redor e vi apenas alguns guardas, que pareciam desesperados, e a cuidadora da Princesa, a famosa Grace Howarth, com sua famosa cara emburrada de sempre.

Ninguém gostava dela. Na verdade, as pessoas a toleravam. Diziam que ela era fria e cruél. Só a aceitavam, porque ela era cuidadora da Princesa.

Pra mim não fazia diferença. Com tanto que ela ficasse bem longe de mim.. -Pensei rindo internamente.

Após alguns minutos, notei que algo estava errado. Hoje era a primeira apresentação da Princesa para o público. Porém, a Princesa não estava ali.
Então, onde será que ela estava?

Tinham tantas pessoas naquele lugar, que eu estava começando a me sentir sufocada.

Começei a me desvencilhar da multidão rapidamente, quando de repente, tropecei em algo, ou melhor, em alguém, levando a pessoa direto para o chão.

Mordi o lábio inferior nervosa.
Droga! Eu sou muito desastrada.

-Me desculpe, eu não quis te derrubar.. -Falei assim que me levantei, ajudando a outra pessoa a se levantar.

Assim que ela se levantou, pude perceber que era uma menina. Ela estava um pouco atrapalhada com seu vestido gigante.

Na verdade, ela parecia uma velha com aquela roupa.

Sorri.
Essa menina precisava de umas belas dicas de moda.

-Não, eu que peço desculpas. -Falou batendo no vestido, tentando em vão tirar a poeira. -Ainda não me acostumei com esses saltos. -Ela falou me mostrando o enorme salto dourado em seu pé.

Tão jovem, mas.. porque usava essas roupas tão extravagantes?

A não ser que..
Espera!

Pisquei várias vezes, olhando para a menina a minha frente.
Eu não acredito..
Não pode ser..

Assim que percebeu que eu a fitava um pouco em choque, ela sorriu.
-Ei, pare com isso. Você está me assustando. É um prazer em conhecê-la, me chamo Lira Howarth. E você?

Arregalei os olhos, em choque.
-Vossa alteza! -Imediatamente, fiz uma reverência. -Perdão por favor..

Eu havia derrubado a futura rainha de Wenésia! Como pude fazer isso!?
Bem que minha mãe disse.. eu era um fracasso. Agora a Princesa vai mandar cortar minha cabeça fora.
Estou morta.
Ela vai me matar.
Adeus vida..

Antes que eu pudesse fazer alguma loucura, escutei uma risadinha e olhei em direção ao som.
Lira ria como se eu tivesse acabado de contar uma piada.

A fitei confusa.
-Do que está rindo?

Ela apontou para mim.
-De você. -Falou colocando a mão sobre a boca para disfarçar. -Você é engraçada.

Arqueei as sobrancelhas e a fitei de cima a baixo.
-Eu sou engraçada? E você que se veste igual uma velha? -Alfinetei, me arrependendo segundos depois. -Perdão Alteza.. -Fiz uma reverência. -Eu não deveria falar assim com Vossa Majestade. Me perdoe o meu atrevimento.

Eu realmente mereço uma chicotada.
Ela é a Princesa. Não posso falar com ela de qualquer jeito.

Lira suspirou.
-Você, poderia me chamar de Lira? E tentar me tratar como uma pessoa normal? -Pediu, parecendo estar um pouco triste.

-Desculpe. É que.. Você é a Princesa e..

-Eu sei quem eu sou. Sei das minhas responsabilidades. Só não gostaria que ficassem me lembrando a todo momento.

Sorri.
-Tudo bem. Se você prometer que não vai mandar me matar..

Ela riu.
-Porque eu faria isso?

-Porque eu, uma simples ninguém, falei mal da sua roupa e ainda por cima te joguei no chão. Já não é motivo suficiente para ser morta?

Ela riu ainda mais.
-Você é realmente muito engraçada.

Sorri.
-Obrigada, Vossa alteza. Ah, e meu nome é Viollet.

-É um prazer Viollet. Obrigada por..

-Alteza! Finalmente! -Escutei alguém gritar. Lira e eu nos viramos no mesmo instante, quando vimos um homem, que parecia ser jovem, vir correndo em nossa direção com um olhar preocupado.

-Levy! -Lira falou animada. -Esta é minha nova amiga Viollet. Viollet, este é meu guarda pessoal e conselheiro Real, Levy.

Ele fez uma reverência para mim, e em seguida olhou para Lira.
-Vosssa Alteza, Senhorita Grace está louca atrás de você. Onde estava?

Ela deu de ombros.
-Procurando por você. Como não te encontrei, tentei voltar mas acabei me perdendo no meio da multidão. Viollet me ajudou a sair do meio daquelas pessoas. -Ela disse piscando para mim, que na mesma hora abri um sorriso enorme.

Levy suspirou e me fitou.
-Obrigado por ter cuidado de Vossa Princesa senhorita.

Assenti.
-Disponha. -Dei de ombros.

Levy sorriu e em seguida olhou para Lira.
-Vamos?

Lira assentiu mas antes me fitou.
-Ei, não quero perder contato com você. Poderia me passar seu número?

Senti meu coração acelerar.
A Futura Rainha de Wenésia queria ser minha amiga!? Isso só podia ser um sonho..

-Claro! -Respondi sem demora.

Ela sorriu e pegou um papel e uma caneta com seu guarda pessoal. Assim que anotei meu número, Lira me abraçou e agradeceu novamente pela minha companhia.

Em seguida, a fitei, com um olhar triste, ir embora com seu guarda pessoal.

Respirei fundo e me sentei em um banquinho da praça.

Como deve ser viver em um Palácio?
Como será a vida de uma princesa?

Sorri.
Deve ser incrível.
Fico imaginando como seria dançar em um baile real..
Não precisar se preocupar com o amanhã, pois sabe que tem recursos o suficiente não só para o resto da sua vida, mas para várias gerações após a sua..
Ser amada e respeitada por todos..

Senti uma lágrima quente escorrer pelo meu rosto.
Ser amada..

Eu.. Acho que nunca vou saber o que é amor de verdade.

Balançei a cabeça negativamente.
Isso não é pra mim..
Afinal, se não recebi isso nem dos meus pais.. quanto mais de outras pessoas.

A única pessoa que considerei uma amiga na minha vida, era uma princesa muito importante e que com certeza, jamais perderia seu tempo com uma simples ninguém como eu.

E mesmo se ocorresse um milagre, e ela quisesse se aproximar de mim, o Rei Eric jamais deixaria sua filha ser minha amiga.
Eu não chegava nem aos pés de Lira Howarth.

Suspirei triste, sentindo outra lágrima escorrer pelo meu rosto.

O que farei agora?
Eu não posso voltar para casa..
Meus pais vão me matar se eu aparecer lá.
Onde ficarei?

Me deitei no banquinho e fechei os olhos.

É só me imaginar dormindo no Palácio, em uma cama confortável e aconchegante que nada de ruim irá me acontecer.

Pelo menos.. era o que eu esperava..