Capítulo 1

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Como eles haviam sido encontrados? Antes de irem embora do último lugar, ela havia se certificado de queimar os vestígios de qualquer coisa que pudesse dizer para onde eles iriam.

Agora, Arya teria que arranjar alguma maneira de não deixá-los entrar.

A casa em que ela e seu irmão Nux estavam se escondendo estava abandonada há vários anos; a madeira do piso estava podre e rangia a cada passo dado sobre ela. O teto estava se desmanchando, com marcas de goteira, teias de aranha e outras coisas que ela nunca gostaria de descobrir o que seriam. Na opinião de Arya, o pior lugar daquela casa -além do banheiro- era o sótão do lugar, pois a madeira que cobria o chão poderia desabar a qualquer momento, além das paredes cheias de mofo e cobertas de musgo. No sótão havia dezenas de objetos acumulados e totalmente empoeirados, sempre que Arya entrava naquele lugar procurando algo útil, não conseguia parar de espirrar por conta de sua alergia, mas agora ela teria que fazer isso se quisesse sair com vida daquele lugar.

Tomando cuidado com os lugares em que pisava, ela foi em direção às janelas - que em sua maioria estavam estilhaçadas. Sob as sapatilhas pretas, Arya ainda conseguia sentir os cacos de vidro se estilhaçando em pedaços menores quando ela pisava sobre eles.

Com a hesitação começando a surgir, seus batimentos aumentaram significativamente. Ela apoiou sua mão esquerda e ferida na parede ao lado da janela quebrada, observando cuidadosamente o lado de fora do lugar, tentando encontrar os Comensais dos quais seu irmão lhe dissera quando acordara.

As lembranças - agora vagas - de seu sonho a fizeram apertar a varinha mais fortemente em sua mão direita.

Por que aquilo havia sido tão real? Por que ela sentiu dor se o que aconteceu havia sido apenas um sonho?

Foi então que ela ouviu algo vindo do bosque em sua frente, mesmo com o Sol nascendo, o lugar ainda era escuro o suficiente para não enxergar dentro do bosque.

Antes que conseguisse se proteger, um feitiço foi jogado em sua direção.

Quando o feitiço a atingiu, ela caiu gritando no chão, sentindo uma dor insuportável no corpo; não só pelos cacos de vidro, mas pelo feitiço, ela parecia sentir seus ossos se partindo e contorcendo dentro de si. A dor parecia ser tanto física quanto psicológica, os pequenos ferimentos causados pelo vidro haviam começado a sangrar, manchando o chão.

Tão rápido quanto surgiu, a dor havia parado. Tentando conseguir respirar novamente, Arya encosta a cabeça no chão, todo o seu ser tremendo pela dor sentida.

Enquanto se esforçava para acalmar a respiração, seus sentidos lentamente voltavam, ela conseguia sentir seus cortes ardendo em seus costas.

Arya começou a ouvir passos pesados se aproximarem de lado de fora da casa. Nervosismo e medo tomaram conta de seu ser ferido, logo esticando o braço à procura de sua varinha, quando a encontrou, fracamente a escondeu dentro da manga comprida e rasgada que um diz fez parte de seu uniforme.

Assim que terminou de fazê-lo, a porta explodira com um Bombarda. Com os olhos semicerrados, ela pôde visualizar duas figuras negras adentrando a casa.

Ela conseguia ouvir a conversa dos dois enquanto eles a encaram, eles tinham sorrisos venenosos em seus rostos, observando seu pequeno corpo caído e aparentemente desmaiado no chão.

— Isso é sério? Foi apenas um Crucio, e ele ainda não durou muito tempo. — um deles disse, aproximando-se da garota.

O outro deu uma risada de escárnio.

— Você deveria estar esperando por isso. Ela é fraca, igual o outro. Não sei por que o Lorde os quer conosco. Eles são inúteis. — resmungou ele, chutando o braço esquerdo de Arya, que apenas soltou um pequeno e quase inaudível gemido.

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