Cinzas. (Verso livre)

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Ao despertar do meu Nirvana vi que ainda estava na Lama, preso em gramas
Perdido na gana, paradoxo onde todos querem fama
Não há paz porque não se ama, não se ama porque querem grana
E a merda da ganância, fábrica de notas, fábricas de rochas...

Sozinho no quarto trancado, pensando qual seria o fardo
Curando machucados, na cabeça caindo raios
É só o medo do passado, medo de ficar calado
Medo de lidar com farsas, odeio olhar para crápulas.

Cartas são rasgadas, caem as máscaras
Deveria ter entrado nas cápsulas, se a poesia não me salva.
O inferno salva ou condena? A religião te traz paz ou te faz seguir as regras dadas como “Certas”?
No final, eu não ligo, só sou poeta.

Os versos São líricos, fazem correr riscos
Valores subvertidos, bem vindo ao egoísmo
Seus erros ficaram invisíveis, feche o seu livro
Não me transforme nessa gente que olha apenas para o próprio umbigo.

Vejo um futuro caótico aos poucos, loucos somos nós que queremos viver dos nossos sonhos
Enterro pedras obscuras no fundo, vou levar as sombras para o túmulo
Se não estou bem, tá tudo ok
Fecho os olhos e penso além...

Abro o portal para outra dimensão, aqui os homens tem a salvação
Sem perdição, sem a atração
Sem qualquer tipo de maldição
O que mais vou encontrar além das estrelas? Só espero que a mensagem seja feita...

O garoto pede uma bença e dá licença
Faz uma oração sem crença definida
É demorada a despedida, adora apreciar algo que chama de vida
O mar vem, e, junto com a maresia se vai as cinzas...

Borboleta azulWhere stories live. Discover now