"É Com"

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                                  ANY

É com o coração aos pulos que chego onde o restante do pessoal está, que pelo jeito que estão comemorando a gente passou de fase porém não dou muito atenção pois minha cabeça está em outro lugar. Não esperava que ele dissesse isso. Nem um pouco. “Quero transar com você de novo. ” Bem, é claro que ele quer. Mas de jeito nenhum vou dormir com esse cara de novo, não depois de ter passado o dia me sentindo a própria Hester Pry nne. Só que a autocrítica com que estou me atacando é bem mais contundente do que qualquer coisa que a pobre sofreu na mão dos puritanos. Nossa, não fui feita para sexo casual. Me sinto… profanada. O que é ridículo, porque se alguém foi profanado ontem foi Josh. Não só o seduzi, como tomei iniciativa de tudo como se ele fosse meu próprio parque de diversões. Sou uma piranha. Tá, talvez eu não seja. Talvez seja só uma jovem de dezoito anos que se divertiu sem compromisso uma vez na vida. O único problema é que gosto de compromisso. Sexo e relacionamento andam de mãos dadas para mim. posso dizer com sinceridade que o Clube do Sexo Casual é uma merda. A noite foi incrível, mas a vergonha não vale a vontade. Suspirando, decido voltar por alojamento.

                               JOSH

Lamar: Que porra é essa, cara? Você recusou uma orgia? Uma orgia para a qual fui convidado? (Ele balança a cabeça para mim) Tá doente ou alguma coisa assim?

Corro os dedos pelo gargalo da garrafa do barzinho que acabamos de chegar depois de toda a burocracia para ele me tirar do acampamento alegando que tinha assuntos escolares para resolvemos e não dava pra adiar.

Josh: Nada. Só não estava no clima.

Lamar: Você não estava no clima de uma orgia… com gêmeas. (A descrença permeia seu tom, sobre a próstata que comentei que recebi mais cedo) Quem é você e o que você fez com o Josh?

Solto um gemido.

Josh: Não sei. Tô na merda, cara. Peguei uma mulher na outra noite que agora não consigo tirar da cabeça.

Lamar: Tá de brincadeira?

Josh: Não. Amais pura verdade (Lamar continua a me encarar boquiaberto) Você acha que gosto disso? (pergunto, na defensiva) Vai por mim, não preciso
dessa dor de cabeça na vida (Dou um gole na cerveja) Sabe Crepúsculo?

Ele pisca.

Lamar: Como é que é?

Josh: Crepúsculo. O livro de vampiros.

Ele avalia meu rosto com olhos desconfiados.

Lamar: O que é que tem?

Josh: Então você sabe que o sangue da Bella é especial, né? Deixa o Edward cheio de tesão quando tá perto dela?

Lamar: Você tá de sacanagem com a minha cara?

Ignoro.

Josh: Você acha que isso acontece na vida real? Feromônios e tal. Acha que é só uma teoria que algum depravado inventou para justificar a atração pela mãe ou alguma coisa assim? Ou será que tem mesmo uma razão biológica para sermos atraídos por certas pessoas? Tipo no Crepúsculo. Edward quer a mina num nível biológico, né?

Lamar: Você tá analisando Crepúsculo? (Porra, estou. Foi a isso que Any me reduziu. Um fracassado triste e patético que vai para o bar e obriga o amigo a participar de um clube do livro sobre Crepúsculo) Não sei se devo te zoar ou te mandar pra um psiquiatra (pondera Lamar, solene) Não conheço nenhum homem que tenha lido esse livro.

Josh: Não li. Meu irmão ficou obcecada pela série quando saiu. Ficava me seguindo pela casa e contando uns trechos contra a minha vontade.

Lamar: Aham. Claro. A culpa é do seu irmazinho (Lamar  ri e fica sério novamentel) O.k., então você tá com tesão por essa garota. Por que não pega ela de novo?

Josh: Porque ela não quer.

respondo, com os dentes cerrados.

Lamar: Impossível. Todo mundo quer ficar com você

Josh: Pois é! (Levo a garrafa aos lábios) Então, o que eu faço?

Lamar encolhe os ombros.

Lamar: Esquece. Parte pra outra (reviro os olhos com a sugestão é ele rir) Falando sério (Ele gesticula para o bar à nossa volta) Este lugar tá cheio de garotas que daria tudo pra ir pra casa com você. É só escolher uma e ficar até tirar essa outra da cabeça.

Josh: Não consigo lá.

murmuro e lamar solta um risinho.

Lamar: Como é que é?

Josh: Ele não tá contribuindo (explico, irritado) tentei me masturbar e, juro por Deus, o troço não levantou. Aí foi só pensar na An… nessa menina (me corrijo) … e bum (estalo os dedos) duro como pedra.

Lamar me encara, pensativo. Lamentablemente

Lamar: sabe o que eu acho? Isso não é um lance de sangue mágico da Bella, não.

Josh: Não?

Lamar: Não. Acho que você sofreu uma ‘chave de boceta’.

Ouço uma tosse contida atrás de mim e viro bem a tempo de ver a garçonete passando pela nossa mesa. Suas bochechas estão vermelhas, os lábios se contraindo como se estivesse contendo uma gargalhada.
Volto a olhar para Lamar.

Josh: Como assim?

Lamar: É o seguinte: você tá passando por um dilema igual ao Jacob. Você sofreu uma chave de boceta dessa garota, e agora só pensa nela. Você existe única e exclusivamente por essa boceta. Que nem o Jacob e aquela bebê mutante esquisita.

Josh: Seu babaca. Certeza que você leu esses livros.

Lamar: cala a boca (protesta Lamar. E me lança um sorriso tímido) Vi os filmes.

Decido guardar a provocação para depois, porque tenho assuntos mais urgentes com que me preocupar.

Josh: Então, qual é a cura, dr. Morris? Sair pegando todas a torto e a direito e torcer para a chave perder o efeito? Ou continuar jogando charme e torcer para ela mudar de ideia?

Meu amigo bufa alto

Lamar: Como é que vou saber? (Ele levanta o copo de cerveja) Tô bêbado, cara. Ninguém deveria me ouvir quando tô bêbado (Ele vira o copo e pede outro chope para a garçonete) Pra falar a verdade, ninguém deveria me ouvir quando tô sóbrio.

A APOSTA  (Beauany)Where stories live. Discover now