Os berros deles chegavam até o meu quarto, apesar de ficar no andar de cima e estar com a porta fechada conseguia perfeitamente escutar tudo. Não demorou para que Jeannine e Athany aparecessem em meu quarto confusas e preocupadas.

— Não se preocupem... estão tendo uma conversa que precisavam ter a muito tempo. — Expliquei.

Athany já continha lágrimas nos olhos e correu para se afundar no meu abraço. Ela não entendia exatamente o que estava acontecendo. Jeannine por outro lado me lançou um olhar duvidoso como se soubesse o que havia acontecido.

"Não sei o que você fez, só sei que não consigo tirar você da cabeça."
Bryan

Não sei qual foi a razão de receber aquela mensagem com o número dele salvo em meu celular, sendo que em nenhum momento havia pedido. Ou seja, enquanto eu estava dormindo provavelmente ele fizera questão de procurar meu celular super moderno e deixar seu número lá.

Sorri com a frase escrita e percebi minha irmã do meio levantar as sobrancelhas e se inclinar para ler o que estava escrito.

Inclinei meu celular em sua direção e sua boca se formou em um O gigante.

— Quem é Bryan? — Perguntou curiosa.

— Um cara da universidade. — Respondi.

Aqueles poucos minutos que se passaram enquanto meus pais brigavam no andar de baixo, contei a minha ida a tão sonhada universidade.

Ela começou insistir em uma possível história de amor à distância.

"Me encontre em dez minutos no seu colégio."
Bryan

Bryan estava ficando louco e eu com certeza gostaria de participar da sua loucura.

— Preciso sair. — Avisei elas. — Qualquer coisa digam que precisei urgente ir até a escola resolver uns problemas ou só fiquem trancadas no meu quarto e não saíam.

As meninas apenas sorriram animadas e concordaram com a ideia de me ver fugir pela primeira vez.

Ao descer pela janela, corri o mais rápido que pude até a escola para que ninguém me visse naquela situação. Nem ao menos havia me preocupado em colocar um perfume ou algo assim. Por sorte, havia tomado banho após o treino no colégio.

Quando cheguei, deparei-me com Bryan encostado em sua moto digitando algo em seu celular. Assim que notou minha presença um lindo sorriu surgiu em seus lábios.

— Você é louco. — Falei alto. — Vou ficar o resto da vida de castigo se meus pais souberem.

Ele riu e abriu os braços para que eu me alinhasse neles. Contornei seu pescoço e permaneci com a cabeça a centímetros da dele.

— Quer dizer que sentiu minha falta, então? — Provoquei.

— Você me enfeitiçou, tenho certeza. — Respondeu e logo em seguida segurou meu rosto e colou nossos lábios. — Sobe, vamos sair daqui logo.

Não sabia para onde iríamos. Só sabia que ele estava dirigindo sentido centro. Aos poucos passou a adentrar algumas ruas como se conhecesse perfeitamente o percurso.

Paramos em frente à uma casa azul clara. As cercas eram brancas e pareciam ter sido pintadas recentemente. O quintal era verde claro quase puxado para um fluorescente de tanto que iluminava.

Ele me olhou risonho e deu a mão para me incentivar adentrar o terreno.

— Onde estamos? — Perguntei curiosa.

— Minha casa. — Respondeu ele dando dois toques na porta.

Antes mesmo que a porta se abrisse passei a sentir minhas bochechas esquentarem. Na minha concepção era cedo demais para conhecer os pais dele, principalmente porque nós não tínhamos nada.

Uma mulher com os mesmos traços dele abriu a porta e se espantou ao vê-lo.

— Filho! — Ela o abraçou apertado e pude ouvir um suspiro alto vindo dele. — Que bom que finalmente veio nos visitar.

— Mãe essa é Yanni, essa é minha mãe Suzanne. — Apresentou-nos e recebi um meio abraço e um beijo na bochecha.

— É um prazer conhecê-la, Bryan nunca trouxe uma menina. — Contou o que me fez rir.

Ela nos deu lugar para que entrássemos e assim que colocamos o pé dentro de sua casa sentimos o cheiro doce de bolo no forno. Minha barriga sem vergonha alguma fez um tremendo barulho que por sorte só eu escutei.

— Vocês chegaram na hora certa. — Afirmou enquanto caminhávamos até a cozinha.

Nos sentamos no extenso balcão que dividia a cozinha para conversarmos.

Ao piscar deparei-me com dois generosos copos de leite sobre o balcão.

O Campeonato (AMOR EM JOGO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora