— Você tem medo? — Perguntou.

— Um pouco. — Afirmei. — Nunca andei em uma antes.

— Prometo não correr com você aí em cima. — Prometeu.

Assim que eu coloquei o capacete e ele serviu perfeitamente, fiquei um pouco mais tranquilizada. Abracei seu corpo o mais forte que pude e o senti suspirar alto. Seu cheiro lembrava algum perfume amadeirado que eu já conhecia, mas não conseguia lembrar a fragrância agora.

— Desculpe. — Tentei afrouxar o abraço um pouco mesmo estando com medo.

— Não, tudo bem. Como for melhor para você. — Avisou.

Nós andamos pelo que me pareceu minutos intermináveis, mas aos poucos, quando passei a me acostumar com o vento que batia em meu corpo e entrava pelas frestas do capacete, passei a sentir a adrenalina cada vez mais forte. Era como se cada vez que o vento gelado batesse em mim me trouxesse a vida — como se eu não estivesse aqui —¸enchendo meus pulmões de ar.

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Encostei a cabeça mais próximo de seu corpo e o abracei mais forte. Ah, aquele momento com certeza estava sendo um dos meus preferidos durante anos. Estar longe de casa. Longe de tudo que consome a minha alma e não me deixa viver. Experimentar coisas novas seria bom para mim.

Bryan estacionou a moto em frente a uma sorveteria, ele não me parecia o tipo de cara que traz meninas em sorveterias, mas quem sabe eu fosse gostar daquilo.

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— Como se sente? — Perguntou travando a moto.

— Viva. — Respondi. — Nunca me senti tão viva tirando os jogos de futebol.

Ele sorriu de uma forma diferente que não soube decifrar. Em segundos estávamos dentro da sorveteria escolhendo nossos sabores de sorvete. Reparei que torceu o nariz quando escolhi morango no meio de tantas opções que nos fora dada.

Apenas continuei o observando e reparando que não tirava os olhos de mim. Era um pouco intimidante.

— Você quer? — Ofereci o sabor morango em sua direção para observar como reagiria diante daquilo.

— Não gosto. — Balançou a cabeça negativamente.

Sorri com sua resposta e voltei a reparar na caminhada das pessoas do lado de fora. Poderia fazer uma pequena comparação de que ali não havia muito movimento de jovens, facilmente o motivo poderia ser por conta do final de semana e boa parte dos alunos aproveitar para visitar a família. Mas também havia o fato do jogo ser naquele dia e todos terem simplesmente desaparecido de uma região estudantil.

— Por que acha que mereça a bolsa? — Perguntou curioso.

— Acredito que existem centenas de meninas lutando para conseguir uma bolsa como essa, afinal, não se trata apenas do futebol. Essa universidade é bem conceituada e seria um sonho cursar algo aqui. — Iniciei minha resposta. — Pode ser que outras meninas mereçam muito mais do que eu, podem haver melhores no quesito futebol, mas... Eu preciso daqui. Preciso urgente de um refúgio, de um lugar para poder ser livre e começar a viver.

— Por que fala assim? Está parecendo que veio de uma prisão. — Comentou rindo e parou logo após perceber que eu não havia correspondido a risada.

Olhei para o sorvete e voltei a encara-lo nos olhos.

— Desde pequena fui criada sobre regras, e quando falo de regras me refiro as mais extremas possíveis. Sem ir na casa dos amigos. Sem ir em festas. Sem usar certos tipos de roupas. Sem pintar o cabelo. Sem usar maquiagem. — Contei aos poucos. — Minha mãe é uma religiosa extrema, ela respira igreja e tudo que faz é em base disso. Tenho duas irmãs mais novas e ao mesmo tempo que preciso vir para cá, poder dormir em um dormitório com uma estranha e viver coisas novas, tenho medo de deixa-las lá e vê-las sofrer.

A cada palavra que saía da minha boca parecia deixa-lo mais triste com a minha história e foi por conta disso que resolvi parar de conta-la.

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Selena

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Selena

O Campeonato (AMOR EM JOGO)Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu