Capítulo 04: Chamado para Ir Além

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- O quê... o quê você quer saber? - perguntou o Garoto-da-Torre.

- Ah, sei lá! Me fala os lugares que você mais gosta de ir.

De repente o rosto de Raúl se entristeceu. Ele abaixou o olhar e virou de costas.

- Eu não tenho permissão de sair desse apartamento.

- Como assim? - perguntou o falso faxineiro.

- Eu moro aqui com o Evandro, meu Tutor. Desde pequeno ele me diz para não sair, porque lá fora eu só vou me machucar. Eu sei que ele só quer o meu bem e não teria porquê mentir. Mas eu sempre quis conhecer o mundo exterior. - nesse momento o rosto de Raúl se iluminou - ver gente, lugares... - então ele olhou para Liam, e, com a luz do sol,um arco-íris se formou no canto do seu olho esquerdo - ... ter amigos.

* * * * * * * *

A M.Games era a maior empresa de jogos que atuava na Irlanda. O dono e presidente era o Sr Montevedro. Ele também era dono do Edifício Montevedro, onde Evandro e Raúl moravam.

Enquanto trabalhava, Evandro não conseguia tirar o menino da cabeça, como sempre.

- Evandro! - chamou seu superior - Está com a cabeça aonde?

Evandro não respondeu.

- Terra chamando Evandro... ACORDA!!!

O tutor levou um susto.

- Ãhn?... Desculpe senhor. Eu estava distraído.

- Com seu filho outra vez?

- Meu PUPILO, e sim, é com ele. Não sei... eu estou muito angustiado, sinto que preciso estar com ele agora, nesse momento, ou algo ruim vai acontecer.

Evandro parecia mesmo muito inquieto.

- Olha só, Evandro, eu já te conheço há muitos anos aqui na empresa, eu sei o quanto você ama o Raúl. Por isso eu vou te dar o resto da tarde de folga. - disse o criador de jogos da M.Games.

- Jura senhor? Muito obrigado!

- Ok... Ok... Mas só porquê confio em você. Pode ir, depois eu me acerto com o Sr Montevedro.

Evandro agradeceu mais uma vez e foi para casa, sem pensar duas vezes.

* * * * * * *

Raúl e Liam ficaram conversando por algum tempo. Cada um descobrindo sobre a vida do outro, ou o que cada um queria contar.

- Então, quer dizer que você nunca saiu daqui. Nunca foi ao teatro, ao cinema, a um show ou uma festa?

- Não - Raúl suspirou, olhando para a janela.

Liam ficou pensando por alguns segundos.

- Eu tive a melhor das idéias! - exclamou o novo amigo de Raúl.

- Conta!

Quando Liam estava prestes a contar, os dois ouvem a maçaneta da porta da frente girar.

- Raúl! Cheguei! - era a voz de Evandro.

Os dois foram correndo para o quarto de Raúl. Ele não esperava Evandro aquela hora em casa.

- Merda! - praguejou o menino louro - E gora, o que a gente faz? - entrou em pânico.

- Já sei, entra no armário! - O menino de cabelos escuros sugeriu.

A idéia de entrar no armário não agradou Liam em nada, mas ele não tinha escolha.

- Raúl?! - Evandro estava se aproximando.

- Entra logo! - o Garoto-da-Torre exigiu.

Liam entrou no armário e Raúl deitou na cama e fingiu dormir.

Evandro entrou no quarto naquele momento e ficou em paz vendo o jovem adormecido.

- Ufa, graças a Deus você está bem! - deixou escapar - Durma bem meu príncipe.

Fechou a porta.

Quando tudo parecia seguro, Raúl deu sinal para Liam sair.

- "Meu príncipe"?

- Sim, ele me chama assim desde que eu era criança. Não sei porquê... Bem, isso não interessa agora. Se o Evandro te vir, ele vai ter um ataque. Precisamos arrumar um jeito de levar você lá para baixo - os dois olharam pela janela.

- Se, ao menos, você tivesse cabelo longos. Tipo... uns 30 metros... kkkk - brincou Liam.

- É isso! - Raúl teve uma ideia - Eu posso não ter cabelos tão longos assim... mas tenho muitos, MUITOS cobertores. Podemos fazer uma corda até o chão.

- Tá, mas e se alguém me ver?

- Não vão. A minha janela dá para um terreno baldio, nos fundos do prédio. Desse aqui e para os fundos dos outros prédios também. Ninguém vai te ver, eu garanto.

Liam hesitou, mas acabou concordando.

Eles amarraram todos os cobertores e lençóis que conseguiram encontrar. Deu mais ou menos 28 metros, os outros 2 metros Liam teria que saltar até o chão do terreno. Por sorte tinha uma árvore bem embaixo da janela de Raúl.

- Caraca, vocês nunca passam frio aqui, né? - Liam ficou olhando a corda até  lá embaixo - Bem, é isso! Foi um grande prazer, Cantor Misterioso. E me perdoa mais uma vez ter invadido a sua casa. Prometo que agora as coisas serão diferentes. Se eu puder voltar, claro - ele estendeu a mão para o garoto.

- Não se preocupa, está tudo bem - disse Raúl - Foi um prazer te conhecer também - eles apertaram as mãos - No começo eu estava hesitante, mas você se mostrou uma pessoa legal, vou confiar em você. Pode voltar sim, estarei aqui.

- Beleza, então amanhã, na mesma hora, eu venho

- Vou adorar te receber. É só gritar aqui na minha janela.

Liam acenou com a cabeça.

- Até a próxima Garoto-da-Torre!

Ele deslizou pela corda como um projeto de Tarzan, mas chegou ao chão em segurança.

Raúl olhou pela janela. Ele pôde ver o garoto correndo pela rua, enquanto o sol estava se pondo no horizonte.

Ele sorriu enquanto admirava esse lindo quadro.

O sopro forte do vento gélido anunciava que algo novo estava chegando na vida do Garoto-da-Torre, o chamando para ir além.







O Garoto da TorreOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz