Os Oito Domínios

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Meu coração afunda. Ele sabe que controlo mentes. Tivemos tanto cuidado para esconder de todos até onde ia meu poder, mas parece que não tivemos sucesso. E se ele já sabe e está cuidadoso, eu não posso vacilar por nenhum segundo.

Primeiro tenho que descobrir quem é o dono dessa voz, e quem sabe fazer com que ele apareça.

— Você é uma dessas pessoas que tem medo de mim? — pergunto. — Já que está fazendo tanta questão de se esconder entre a vegetação, deve ser isso mesmo.

Uma risada alta ecoa ao meu redor. Fico nervosa por não conseguir identificar de modo algum a fonte. O que será que terei de fazer para tirar esse homem das sombras?

— Admiro sua coragem. E inteligência também — uma sombra passa entre dois troncos em minha frente. — Mas isso é burrice.

Sinto uma vibração diferente vindo do chão atrás de mim e me ergo, limpando a terra das minhas palmas. Aguço meus sentidos, querendo ficar preparada para ver no momento em que ele se mostrasse, onde quer que fosse.

— Idiotice é continuar essa conversa com você por entre árvores.

— Como quiser então.

A lança de gelo que jogo em sua direção foi firme. Os treinos realmente foram bons, já que a minha velocidade de reação está ótima. Meu corpo girou sem o menor esforço e a lança voou reta e na direção correta. Porém ele parece prever meu ataque e o homem desvia sem problemas.

Pensei que o homem fosse ter uma cara assustadora, com alguma cicatriz ou algo parecido, mas o rosto dele é uma das coisas mais bonitas e pacíficas que eu já olhei em toda a minha vida. Pisco algumas vezes para ter certeza que não estou enganada.

Mas a risada está vindo realmente dele.

Seu rosto é fino, com traços firmes, porém delicados. Seus olhos são de um verde profundo, escuro, e seus cílios são tão longos e claros. A sua pele morena faz com que o sorriso branco se destaque no rosto. O corpo é magro e tão alto que me faz ter que erguer demais o rosto para conseguir olhar direito para ele.

Realmente, nunca o vi antes e não faço a menor ideia de quem ele seja. Pelo que ele fez com minha avó e o Adam, posso considerá-lo um inimigo.

— Você já tem noção do que fazer com os seus domínios. Muito bem Megan. Porém não ache que vai poder fazer alguma coisa comigo apenas com esse palitinho de gelo...

Dou um passo para trás, pensando no que vou fazer. Talvez mude o elemento, preciso encontrar uma brecha para atacar. Não vou conseguir levar esses dois comigo e não posso deixá-los aqui. Faço uma lança de fogo, e o ataco, porém, mais uma vez, sem sucesso.

— Você quis fazer um carinho com essa faísca Megan? — ele ergue uma das sobrancelhas e me sinto frustrada. Ele dá um passo em minha direção, mas prendo seus pés no chão, dominando a terra em que ele pisa.

Não me sinto segura de deixar com que ele se aproxime. Quando ergue uma perna e não consegue mexer, ele solta uma risada tão alta que ecoa dentro de mim. Aquele tom, aquela atitude não combinavam com as feições daquele homem.

— É, bela jogada, mas saiba que isso não vai me segurar por muito tempo... — ele tem o cuidado de não me olhar diretamente nos olhos.

Sei bem disso, não sou idiota a ponto de pensar que poderia prendê-lo para sempre. Mas não me deixo intimidar por suas palavras. Movimento a terra constantemente e faço com que o seu corpo seja enterrado. Deixo apenas a sua cabeça do lado de fora.

Tenho algumas perguntas, mas não posso fraquejar em momento algum.

— Qual é o seu nome?

— Muito prazer coração, me chamo Oliver Fox.