NO PEITO UM CORAÇÃO

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Ele morreu. Nem teve tempo de entender o que acontecia. Um assalto ao banco. Ele tombou ao primeiro disparo. Sua tia que estava ao lado correu. A segunda bala veio vindo girando, rodopiando, ia direto pro peito dela. Ouvia-se o grito dos clientes e funcionários. A bala foi para o peito dela. Atingiu em cheio o seio esquerdo. Tombou.

Ao acordar no hospital estava apenas com o médico que a examinava.
- Você está dormindo faz 3 dias. Não tiramos os estilhaços que estão alojados no seu coração. Pode morrer se fizermos isso. O celular que te salvou, ele estava no seu sutiã.
- E eu achava que ia morrer com a radiação dele no meu peito.
- Não, ele te salvou — disse o médico.

Dois dias depois teve alta.

Ao chegar em casa seu peito começou a tocar, vibrar. Achou que era um infarto.

Era o seu namorado ligando. Ele não sabia o que havia acontecido.

Sandro Muniz

CONTOS DO CELULARWhere stories live. Discover now