After Movie está aí. Vocês estão prontos?

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Expectativa. Ansiedade. Consciência de que não será como filme. 'Infarto'. Que atire a primeira pedra o fã de After que não se identifica com essas palavras para esta semana de lançamento do filme. Algumas pessoas já tiveram a chance de assistir a adaptação dos livros de Anna Todd nas telonas, mas a grande maioria não vê a hora de sentar na cadeira do cinema e se emocionar.

Tudo pronto. Tour finalizada, elenco aclamado, trilha sonora no Spotify e expectativas expostas a cada novo post publicado nas redes sociais. Tem gente que espera por isso desde os livros do Whatpadd. Fandom, esse momento é seu.


Dentre as respostas que mais apareceram no Instagram (afternodiva) quando perguntei sobre as expectativas, algumas me chamaram mais atenção: "já entendo que não será como o livro" e "tenho confiança porque Anna estava lá". Discuti no último capítulo que as mudanças no contexto são inevitáveis. Livro e filme são mídias diferentes. Porém, a essência é a mesma. A história também, só que contada de uma forma diferente.

Desde que anunciaram o elenco as fantasias mudaram de posição. A expectativa não é mais Hardin, mas Hero. Sorte de quem leu o livro primeiro e teve a chance de criar o seu próprio personagem. Depois do filme, nada será a mesma coisa. A edição Tie-in francesa ainda trouxe imagens dentro das páginas. E ficou lindo. Por outro lado, penso que é uma pena o leitor não poder criar o seu próprio universo – apesar da imagem de Hero e Jo já estar disponibilizada nos quatro cantos da internet.

O psicanalista Jacques Lacan discute bem a amarração dos três registros real, simbólico e imaginário. A idealização e a criação imaginária lida nos livros vão ganhar forma pelo simbólico do cinema (um outro exterior à sua criação), mas o real jamais será alcançado. Não há representação que dê conta de alcançar a satisfação absoluta. Nem mesmo o livro. Vai dizer que Hardin é perfeito o tempo todo? Ele fura a satisfação absoluta de Tessa e a que o leitor espera. Assim é com a gente, o tempo inteiro. Sabe quando você deseja muito alguma coisa e quando consegue ainda vê que está faltando, que aquilo não é exatamente tudo o que você esperava? É por aí. Pelo filme a gente consegue nomear isso de forma mais fácil, pois é exterior, é a nominação de um outro. É mais fácil nomear o furo e a frustração com a representação de um outro. Com a gente é até difícil localizar o que falta – como é o caso das angústias que não conseguimos explicar.

Ainda sobre a expectativa do filme, algumas pessoas disseram ter medo de se decepcionar. E isso inevitavelmente vai acontecer. Vai faltar, gente. Vai faltar cena, expressões, falas, e principalmente, o seu universo. Vai faltar. O espectador é a outra ponta do cinema. Um filme só é um filme porque há alguém para interpretar. E isso fecha o ciclo da produção. Se você leu o livro, vai sentir falta de alguma coisa no filme. Mas não é por isso que não será uma experiência incrível, diferente da sua.

O recado que quero transmitir com este texto é: o filme não vai destruir a sua versão do livro. São dois momentos distintos: a versão de um e a sua versão – que provavelmente é a melhor para você. E ela você já tem. E sempre vai ter. O que você vai fazer no cinema nos próximos dias é ver como outra pessoa fez a leitura de Anna Todd e adaptou para o cinema, com todas as nuances de tempo, narrativa, roteiro etc.

Essa chance é sua. Desfrute. Não espere ver você no cinema. Espere se surpreender com a visão de um outro que vai somar à sua. Não é porque são diferentes que vão se diminuir. Se você se permitir enxergar, vai perceber que, somadas as duas versões, a sua experiência com After pode ser ainda mais incrível. ;-)

Bom filme pra vocês!

After no divãحيث تعيش القصص. اكتشف الآن