Cap. 27 - Sentimento de Vidro

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— Me desculpa, Sakura. Eu estava nervoso, com raiva e preocupado. Minha namorada e meu irmão caíram nas mãos daquela cadela e eu não pude fazer nada, sabe como me senti? Um inútil.

  Comecei a chorar, soluçando.

— Não chora, por favor. Descobri que não gosto de te ver assim.

— Você não é um inútil, Sasuke! Você está aqui comigo, me apoiando. E até quando não estava, me ajudou.

Lembrei de quando pensei em fugir, mas lembrei dele.

— Não me esconda mais nada, certo?

— Certo. — Assenti, direcionando meu olhar para ele, que retribuiu.

Vi seu rosto se aproximar do meu e fechei os olhos, sentindo seus lábios encostarem nos meus. Empurrei mais o meu rosto, ansiando por um toque mais íntimo, que ele entendeu perfeitamente.

    Senti sua língua invadir minha boca e, sem pestanejar, devolvi seu beijo. Suas mais deslizaram minhas costas e me arrepiaram, fiquei na ponta dos pés para poder ficar em uma posição melhor. Levei minhas mãos para o cabelo dele, assanhando e puxando.

Ouvimos uma tosse forçada e nos afastamos de imediato.

— Vejo que está bem, Sakura.

— Senhor Uchiha! Hm... Eu, ah...

— Tudo bem. Podemos conversar ou eu atrapalho?

Minha voz sequer saía de tamanha vergonha.

— Sinceramente? Atrapalhou. — Sasuke bufou e eu fiquei com mais vergonha ainda.

— O que é isso, Sasuke!? — Olhei nervosa para ele. — Não atrapalhou nada, senhor Uchiha. Nós só...

— Tudo bem, tudo bem, Sakura. Eu acho bom que estejam bem um com o outro depois de tudo isso. Vamos? — Ele saiu andando sem nem esperar resposta. — É ótimo que estejam pensando em continuar com a linhagem Uchiha.

Quase gritei de vergonha.

— Mas, bom... Esse não é no caso aqui. — Percebi que ele já estava perto da porta, então lancei um olhar para Sasuke e seguimos ele. — Quero conversar com você sobre o que aconteceu, Sakura.

— Pai, ela na-

— Tudo bem, Sasuke. Eu estou bem agora. — Sorri para ele, que me olhou a contragosto.

— Não estava cinco minutos atrás.

— Isso antes de você consolar ela de uma maneira bem diferente.

Fiquei com vergonha outra vez. Talvez Itachi tivesse puxado ao Fugaku na parte de fazer as pessoas ficarem constrangidas.

— Continuando, — ele abriu a porta — quero saber em detalhes o que aconteceu, para que eu possa tomar atitudes apropriadas. — Ele saiu da casa e olhou para o veículo que Konan estava.

Tinha alguma coisa nos olhos dele. Talvez raiva?

  Não... Era pior.

— Por isso acho melhor irmos para a Delegacia Central, para conversarmos abertamente com as autoridades.

— As autoridades, não. De policial somente Kakashi. Tinha um policial com ela e eu não sei em quem confiar ali dentro. — Falei um pouco nervosa.

  Fugaku desviou seu olhar para mim, e em seguida para Sasuke, numa rápida troca de olhares.

— Tudo bem, você está em posição de impor o que desejar.

Fugaku estava extremamente sério e eu ficava cada vez mais nervosa, Sasuke percebeu e pegou minha mão.

— Eu vou também.

Mais uma vez Fugaku olhou para nós dois e eu me senti vulnerável.

— Bem, vamos logo.

Ele saiu andando em direção à viatura, e quando eu fiz menção de seguí-lo, Sasuke me parou.

— Tem certeza de que está bem?

— Estou, Sasuke. — Tentei passar confiança. — Vamos, seu pai está assustador hoje.

Puxei-o pela mão, ouvindo uma risada rouca sair de seus lábios.

  Se Fugaku não aparecesse, ficar com Sasuke em casa não seria uma má ideia.

Afastei aqueles pensamentos, caminhando com Sasuke até a viatura que Fugaku havia entrado.

Senti um olhar em nós e o procurei, encontrando Haru não muito distante, olhando para nós com um sorriso. Lembrei das palavras de Konan antes de entrar no carro e partir para uma sessão de perguntas.


24 Horas - SasuSaku Where stories live. Discover now