5 capitulo- Baile 2.0

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Me levantei do chão daquele banheiro após ter tomado toda a porra de Lucas. Dei um selinho no mesmo, limpei minha boca e sai do banheiro sem falar um ai.

O que ele achou? Que iriamos transar? Me poupe, se foi difícil esquece-lo com apenas um beijo na infância, imagine uma transa.

Fui ate o camarote onde Vinicius estava se pegando com uma garota e sorri vendo o chefinho andar pela quadra desnoteado.

Ele parou em uma loura, e a puxou no canto. Os dois sumiram no beco da rua 19.

E esse é o Lucas.

Revirei os olhos e tomei toda a bebida no copo. Fiz uma careta quando o álcool da vodka desceu rasgando tudo dentro de mim. Olhei para a pista e pensei em como tive coragem de me despedir de tudo isso.

Era um mundo completamente diferente. Haviam todos os tipos de pessoas aqui, e mesmo eu não gostando da maioria das garotas, eu amava todas as donas de casa e pais de família que dão de tudo por seus filhos. Como meu pai fez comigo. 

A vida na favela não é uma vida de Copacabana. Não é algo de luxo ou não é perfeita. Tem seus momentos de guerras, conflitos e desentendimentos. Mas, é apenas um local onde grita por credibilidade. Onde existe milhares de crianças e adultos com sonhos reprimidos pela sociedade ou pelo sistema econômico. Aqui tem tantas historias de superação, que me emociona só de olhar.

-Princesinha- olhei pro lado vendo um dos vapores do perigo me chamando. O olhei sem entender. O único que me chamava de princesinha era o Vinicius.

-Sim Leo?-perguntei estranhando a situação. Algo estava errado.

Havia um vapor me chamando pelo apelido do Vinicius, ou seja, ele mandou me chamar. Por que não veio diretamente? ele não havia sumido com uma mina? Cadê o perigo nessa historia toda?

-O Vinicius está te chamando- dei de ombros e me apressei em deixar o copo de vodka na mesa.

-disso eu já sei. Quero saber aonde.- perguntei rápido já andando pra fora do camarote, o vapor me acompanhou.

-boca principal- assenti e andei com mais rapidez. Senti minha pistola 9 mm que guardo no short e toquei meu celular com a outra mão. Por que ninguém me liga? por que tanto silêncio?

O baile ainda rolava quando sai da quadra, o que me fez entender que o assunto tratado, era apenas com nós três. Invasão surpresa? não soltaram os fogos. X9? teriam vindo mais seguranças.

Recado. O alemão mandou um recado pro perigo, relacionado a sua irmã. Isso explica apenas um vapor me chamando,  e ter sido convocada, diretamente, pelo Vinicius, não Lucas.

Chegando na boca, não precisei esperar. Fui logo entrando no escritório do Lucas, vendo ele e Vinicius conversando de um lado pro outro.

-o que mandaram- perguntei fechando a porta e Lucas me olhou confuso

-como sabe?- sorri

-acha que sou dona de marfia como?- me sentei na cadeira enfrente a sua mesa, e peguei a caixa que ele havia guardado embaixo da mesa.

-o que tem aqui dentro, que você escondeu como um adolescente esconde revista porno? -Vinicius deu de ombros.

-ainda não abrimos. Estávamos esperando por você.- Concordei e os dois se aproximaram.

-Prontos?-perguntei e eles assentiram

Abri a caixa e quis vomitar. Coração. Havia a droga de um coração na caixa. UM CORAÇÃO.

-puta que pariu- brandou Vinicius e continuei encarando o coração hipnotizada.

Merda

-Droga, Alice!- disse Lucas irritado.

KarinaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora