Respirei fundo, estava nervosa, queria dizer a coisa certa. 

Passei os últimos dias a pensar na maneira mais perfeita para fazê-lo, de como ele iria reagir, bem de tudo... pensei em todas as possibilidades possíveis e algumas eram completamente descabidas. 

-Nunca percebi o teu fascínio com a praia. - o Brandon pousa o rosto na mão e olha para mim. 

Olha para mim como se tentasse descobrir todos os meus segredos, não haviam muitos que não conhecia. Na verdade, acho que não havia nada que não soubesse sobre mim. 

Conhecia-me de uma forma que poucos conhecem, sabe os meus maiores medos, os meus desejos mais profundos, os maiores sorrisos que soltei e para quem foram. 

Somos um livro aberto, num livro nem tanto... 

-Nunca ouviste dizer que há coisas que não têm explicação? - imitei a postura dele. 

-Sabes algo que também não consigo explicar? - levantei as sobrancelhas com a pergunta repentina. 

-Como é que me surpreendes sempre. 

Sorri, enquanto ele permanecia sério. 

-Tenho uma coisa para te contar. 

Respirei fundo de novo e agora a curiosidade dele disparou, os olhos verdes nos meus queimando cada pedaço do meu corpo. 

Eletrificando-me.

-Não vais dizer nada? - perguntei nervosa. 

-Deveria? 

-Costumas ter sempre algo para dizer, uma palavra de conforto. - levantei os ombros. 

-Não sei o que me vais dizer Alice, por isso não posso dizer nada. 

Ia dizer a frase que tanto ensaiei em casa ao espelho. Mas não disse. Ao olhar para ele quis mudar completamente a estratégia, porque isto era a melhor notícia de sempre e queria que fosse o mais natural e genuíno possível. 

-Vou precisar de toda a tua paciência nos próximos meses e literalmente de ser tratada como uma rainha. - sorri entusiasmada. 

Tinha plena noção que ele não estava a perceber absolutamente nada. Era uma pequena tortura. 

-Sempre te tratei como uma rainha. - ele sorri de forma convencida. - Sou o melhor namorado do mundo Alice. 

A mão dele chega aos limites do meu vestido e por momentos esqueço aquilo que queria dizer, tal era o poder dele sobre mim. Toca levemente os meus seios e com toda a naturalidade do mundo beija-me. 

-Espera! - disse entre o beijo e ele parou. 

-O que foi? - perguntou desconfiado. - Magoei-te? - analisa o meu corpo preocupado. 

Levei a mão dele até à minha barriga e deixei-a pousada, as nossas mãos fechadas uma sobra a outra contra a pele. Toquei-lhe com a outra mão levemente no rosto desenhado por anjos e esperei que entendesse, não precisava de muito tempo, era um homem demasiado inteligente. 

Choque frontalWhere stories live. Discover now