Capítulo 3

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Vamos a mais um capítulo? Preparadas para um pouquinho de lágrimas? Não esqueçam de votar, comentar, e indicar. 


Uma expiração profunda sai de meus lábios. Não estava mesmo conseguindo me concentrar no trabalho que havia me proposto a fazer para a agência que trabalhava antes e agora sou freelancer. Nada estava dando certo, nenhuma inspiração e eu precisava de muita para terminar a campanha de ceral. Levantei e peguei a bolsa para ir até o hospital. Lá eu me sentia melhor. Apesar do ambiente triste eu conseguia conversar com minha sobrinha, me fazia sentir mais útil e que tudo ficaria bem. Ela é minha esperança de um amanhã mais feliz.

Abro um sorriso.

Já sinto que a amo tanto. Quando chego ao hospital não encontro ninguém no leito da UTI a não ser o corpo de minha irmã ligados aos aparelhos de sempre, geralmente fica uma enfermeira sempre ao lado dela quando não estou aqui. Passo a mão em sua cabeça lembrando como seus cabelos castanho claro eram lindos, deixo um beijo em sua testa. Me sento na cadeira de sempre e começo a conversar com minha sobrinha.

Cada minuto que passava, cada avanço que conseguíamos, cada resposta era uma vitória, essa gravidez está sendo monitorada 24 horas por dia e comemorada até nas pequenas coisas por mim e pelos médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e outros profissionais que trabalham juntos. Apenas eles estão do meu lado, me apoiando e dizendo que tudo daria certo. Segundo o Filipe é claro que eles dizem isso, estou pagando uma fortuna para manter o coração da Katy batendo. Acabei me tornando amiga de todos no hospital, da recepcionista até o pessoal da limpeza. 

Nessas 12 semanas houveram complicações, questões infecciosas diagnosticadas precocemente e que foram tratadas pelos médicos que cuidam dela mostrando os excelentes profissionais que são. Muito medo de alguma coisa dar errada. Mas nunca desisti de ter minha sobrinha em meus braços. Todos haviam dito que era impossível, mas eu insistira para salvarem a criança. Eu lhes disse que precisava tentar. Queria minha sobrinha a qualquer custo. Mas não imaginava que passaria por tanta coisa, tantas perdas e a sensação de estar sozinha no mundo. As vezes eu tinha medo de entrar em depressão, de ser empurrada para baixo até não conseguir me levantar. Então em me lembrava do bebê que precisará de amor, carinho, atenção e de cuidados quando chegasse. Levantava minha cabeça e seguia em frente. Tudo por amor a ela.

Não imaginei que seria tão doloroso.

— Oi meu amor, titia tem uma notícia para você. Os médicos disseram que você já pode vir ao mundo. Falta uma semana para você estar nos braços da titia. Pode imaginar isso? — aliso a barriga depois deixo minha mão descansar em cima dela. — Não vejo a hora de poder te dar um abraço apertado. De ouvir seu chorinho. — Meus olhos se enchem de lágrimas. — Eu te amo muito pequenina.

Começo a cantar uma das canções que aprendi só por causa dela. Engraçado que nunca soube nenhuma, mas desde que decidi ficar com a Valentina passei a escutar todas elas. Fiz uma seleção das que me agradou mais e então aprendi todas. De repente o monitor cardíaco começa a apitar mais alto e acelerado. Me levanto assustada no mesmo instante que uma enfermeira entra no quarto apressada e logo em seguida uma médica e mais outra enfermeira. 

— O que está acontecendo? — pergunto, assustada com o coração disparado, confusa com toda movimentação ao redor.

— Vamos verificar, melhor você sair Helena. Espera lá fora que daremos notícias assim que...

— Não, vou ficar. — digo me afastando para dar espaço para a enfermeira verificar os aparelhos.

Uma das enfermeiras entrou e pendurou uma bolsa de sangue e outra procurava mais uma veia para colocar enquanto um médico verificava minha irmã.

Tudo por amor (degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora