Capítulo VII.

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Antes:

Após aceitar unir-se aos escravos para fugir da nave, Kajka conhece a autora do ataque ao banheiro, Nila, e aceita acompanhá-la numa missão secreta pela promessa de poder matar.

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Agora:

Quando a névoa se dissipou, todos, exceto eu, foram arremessados para lados diferentes.

Assim como a que fiz com Kloéh, aquela viagem foi rápida. Fomos catapultados para uma cama elástica gigantesca, jogados contra o solo e plim estávamos em outro lugar.

Reconheci os corredores nada confundíveis da nave, mas agora estavam diferentes. Estavam escuros. Com pequenas luzinhas brancas iluminando-os. Nila aproximou-se de mim.

― Tudo certo, aí? ― perguntou.

― Sim! ― respondi.

― Beleza, então vamo! ― ela disse e dirigiu-se ao corredor à nossa frente.

A segui com Orcen e Oirét vindo logo atrás.

― Onde nós estamos indo? ― indaguei.

― Ao gropA da nave! ― respondeu Nila, hesitante.

― O que é Gro-u-pa?

― Eu num sei ― disse ela. ― Num sei cumé qui si chama na sua língua, além do mais... PARA!

Ela freou bruscamente pouco antes de virar uma esquina e quase a atropelei.

― Que foi?

― Fala báxo! ― ela olhou rapidamente para o caminho. ― Tem Darrakes ali na frente. Eles vão prum lugar secreto quando as coisa ingrossa, mais sempre ficam uns pur aqui.

Nila remexeu em seu blusão e tirou um objeto estranho. Tinha formato de "L" e parecia feito de vidro vermelho com uma ponta metálica.

― E o que é isso aí? ― perguntei.

― É uma arma ― disse ela. ―, eu mema qui fiz!

Uma corrente elétrica me atravessou.

― Ela faz barulho?

― Um poco, mais...

― É melhor não chamar a atenção ― quase gaguejei antes de dizer as próximas palavras: ―, deixe que eu cuido deles.

A Abanium me olhou, em dúvida. As antenas se movendo freneticamente como se sua dona estivesse pensando muito e muito depressa.

Tu tem certeza que dá conta? ― questionou.

Respirei fundo. Minhas mãos coçavam. Meu coração acelerava. Olhei no fundo dos olhos dela e disse com o máximo de sinceridade que consegui:

― Total.

Intão vai ― permitiu. ―, mais vê se garante qui eles num fuja.

Respondi com um gesto simples com a cabeça, enquanto agradecia infinitamente por dentro.

Avancei para o corredor onde os Darrakes estavam. Eram dois. Usavam as mesmas armaduras pretas que os demais e tinham os joelhos ao contrário. Olhavam um para o outro, conversando. As armas em punho, porém sem o brilho que demonstrava que estavam ligadas. Realmente, sem o tubo não há sistema e sem sistema não há armas e sem armas... são ainda mais indefesos.

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