Antes:
Após salvar a nave, Kajka percebe que Kloéh age diferente com ele. À noite, ela pede para que o rapaz a acompanhe junto das criaturas que o atacaram no banheiro. Relutante, ele aceita e acaba descobrindo que algo terrível acontece do outro lado da nave.
Agora:
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― Abaixa! ― falou Kloéh me puxando para baixo e cobrindo sua cabeça com um capuz prateado que eu nem tinha notado que ela usava. ― Não podem nos ver aqui. Especialmente você. Toma ― ela me ofereceu um gorro e um tipo de óculos preto que aceitei, relutante. ― Não vai disfarçar muito, mas é o melhor que podemos fazer.
― Espera! Eu quero entender. Como assim essa é a verdadeira...
― Eu vou explicar ― disse ela, pausadamente. ― Mas não aqui, porque é muito perigoso. Tem muito monitoramento e acontecerão coisas ruins se nos virem aqui. Por enquanto só coloca isso e vem comigo.
Sem nem esperar minha resposta, Kloéh se levantou e seguiu para uma escadaria. Enfiei o gorro na cabeça, coloquei os óculos super-rápido e a segui.
Descemos as escadas até um extenso corredor muito diferente dos outros da nave ― cheio de aberturas que davam a impressão de camarotes para o mar de dor que era aquele lugar. ― Kloéh empurrou uma das paredes revelando uma outra escadaria e me mandou entrar. Depois que a obedeci, ela veio comigo fechando a "porta" atrás dela.
Kloéh segurou novamente minha mão e me puxou escada abaixo.
Descemos uma infinidade de degraus até finalmente pararmos no que parecia ser apenas uma sala vazia. A doutora então soltou minha mão e sinalizou para que eu fizesse silêncio. De braços abertos, ela encostou numa das paredes e deu dois tapinhas no metal. Em seguida subiu os braços e fez o mesmo mais acima, depois sussurrou alguma coisa e beijou a parede.
Linhas douradas surgiram no metal ― Kloéh voltou para meu lado, mas não falou, logo, achei que não devia falar também. ― As linhas dançaram pela superfície prateada formando um círculo e o preenchendo totalmente com sua luz. Por um tempo nada aconteceu, até que notei que a área dourada parecia mole. Como se estivesse derretendo e abrindo passagem para uma sala secreta dentro daquela outra sala secreta.
― Vamos ― disse Kloéh, seguindo em frente.
No segundo que passamos pela abertura, ela desapareceu. Respirei fundo. Não queria ferir Kloéh, mas talvez o faria se ela me levasse para alguma armadilha. Eu não podia matá-la. Isso estava muito claro para mim.
Afastei aqueles pensamentos. Se houvesse algum problema, improvisaria. Mas não podia continuar a pensar em matar Kloéh.
Seguimos por um corredor vagamente iluminado por luzinhas vermelhas. A certa altura Kloéh voltou a segurar minha mão. Não para guiar-me, apenas porque quis. Viramos vários corredores silenciosos até a doutora falar:
― Desculpe por esse caminho gigante. Tínhamos que fazer de um jeito que não deixasse qualquer um nos encontrar.
― Eu ia perguntar de quem você está falando, mas acho que já sei a resposta ou a falta dela. ― comentei. ― Mas pelo menos me diga se falta muito.
― Na verdade já chegamos.
E, num piscar de olhos, haviam dezenas de pessoas bem diante de nós.
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Aquele Que Veio de Fora!
Short StorySem qualquer lembrança de quem é ou de onde veio, um rapaz acorda flutuando em um lugar desconhecido. Quando é encontrado por um estranho grupo, ele recebe o nome de Kajka e conhece Kloéh, uma médica disposta a desvendar cada um de seus mistérios. E...