Sweet Afogatto with Chocolate Chips

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🍀🍀🍀

Felix não sabia como tinha acontecido. Não sabia bem de quem havia sido a ideia ou como os próximos minutos afetariam aquela relação de uma maneira tão grandiosa.

   Haviam comido já, e tomado banho, escovado os dentes, quando a ideia de tentarem experimentar aquele relacionamento à três surgiu. E agora, estavam todos na cama king size de Seo Changbin, olhando uns para os outros. Cada um demonstrava sua euforia e ansiedade de sua própria maneira.

   Felix mordia o lábio inferior e arranhava as pontas de seus dedos, ficando vermelho sempre que trocava olhares com um dos outros garotos. Changbin tremia as próprias pernas e remoía seus pensamentos, se perguntando do porque de estar se sentindo um adolescente bobão que estava prestes a verbalizar seus pensamentos mais íntimos.

   Hyunjin, por outro lado, não parava de falar – e, só de quebra, dizia um monte de coisas constrangedoras para os outros dois.

   — Será que a gente deveria tentar um beijo triplo ou beijar um de cada vez? — se perguntava, coçando a nuca e negando com a cabeça. — Ou a gente deveria começar só segurando as mãos e ficando abraçados ou algo assim.

   — Como você consegue verbalizar todas as merdas da sua cabeça sem se achar um completo idiota? — o Seo perguntou, interrompendo as palavras do namorado e o olhando com indignação.

   — Ué, se eu não o fizer, quem fará? — perguntou, bufando e se jogando deitado na cama. — Por que essa coisa de poliamor tem que ser tão difícil? A gente não pode só se pegar ou algo assim?

   — Hyunjin-!

   — Eu... — Felix começou, interrompendo o Seo que já ia dar uma nova bronca. — Em partes eu meio que concordo...

   O Hwang se levantou e o olhou com surpresa, mas com um sorriso lindo se abrindo aos pouquinhos. — Concorda?

   — Eu realmente gosto de vocês dois — o australiano continuou, concordando com a cabeça. — Eu esperei pelo momento que vocês iam me aceitar por tanto tempo, mas agora que aconteceu eu sou muito medroso pra fazer qualquer coisa.

Os dois mais velhos o olharam, sentindo uma pitada de pena misturada com culpa. Queriam demonstrar que aquele australiano era especial naquele relacionamento e que não seria o mesmo sem ele, mas tinham que pensar em como demonstrar da forma correta antes.

— Changbin, você tem aquelas vendas de dormir?

— Hyunjin, não é hora para os seus kink's — respondeu, já ensinuando que começaria a se estressar.

— Não, seu babaca, não pra isso — revirou os olhos pro mais velho. — Só pensei que, se o Felix estiver de olhos fechados, ele vai sentir menos vergonha!

— O Hyunjin tem um ponto — o mais novo concordou, e logo Changbin desistiu de lutar e se jogou deitado na cama, estendendo seu corpo até o criado-mudo e abrindo a segunda gaveta, tirando de lá um tampão de dormir rosa bebê, da mesma cor da camiseta larga que usava agora.

— Como você sabe que vai ajudar? — o mais velho perguntou por fim, estendendo o tampão para Hyunjin.

— Sério isso homem? Nem um deja-vuzinho? — perguntou, logo vendo-o negar com a cabeça. — Aff, não to com paciência pra sua memória ruim agora amor, depois eu te explico.

Hyunjin se aproximou do rosto de Lix, tirando os fios recém secos de cabelos de cima dos seus olhos e lhe dando um beijo na testa. — Isso tem algo a ver com o namoro de vocês do colegial?

— Não importa agora, Lixie — falou, colocando a venda com os elásticos presos nas orelhas do menor. — Se qualquer coisa te incomodar, é só falar ou dar uma joelhada em um de nós, okay?

— Seus kinks vai assustar ele.

— Cala a boca, Changbin.

Felix não conseguia mais ver, mas pôde ouvir perfeitamente a risadinha do Hwang ao vociferar tal sentença. Ele riu com os outros dois, se abraçando mais ao travesseiro que tinha agarrando assim que subiram na cama. Sentiu alguns dígitos deslizarem por seu cabelo com gentileza, e paralisou um pouco pelo nervosismo. Seu coração batia há mil por hora e algo dentro de si gritava que tudo estava se encaixando.

Ele sentiu a cama tremer atrás de si e logo mãos gentis o trouxeram um pouco para baixo, para que se deitasse no peitoral de um dos garotos — ainda não tinha certeza de qual mas, por levar a posição em consideração, chutaria que fosse Changbin.

Sentiu dedos frios passearem pelo seu rosto e delinearem seus lábios, assim como sentiu um par de beijos no topo de sua cabeça e no caminho até sua nuca – gentis e sem pressa. Sentiu tudo parar por um instante.

— Eu posso? — escutou a voz de Hyunjin, baixinha e encabulada, mas estava lá.

— Por mim sim — Changbin disse, com honestidade. Felix confirmou então que Hwang era sim aquele em sua frente, o primeiro dos dois a lhe dar um beijo.

Era um selinho calmo, com vários pequenos beijos nos lábios de Yongbok, que acabou por sorrir, sentindo os lábios do Hwang prenderem o seu inferior e o puxarem sem nenhuma pressa. O mais novo se sentiu extremamente feliz, como quando tomava cappuccinos quentinhos em dias de invernos.

   Os braços de Changbin torneavam sua cintura e o ajeitou, de uma forma que fez os dois que se beijavam baterem os dentes e rirem com o que aconteceu. Mas já reposicionado, Changbin abraçou o maior com carinho e começou a depositar vários beijinhos no pescoço a na orelha de Felix, fazendo-o dar risada e se mexer. Se sentia extremamente encabulado, mas não trocaria aquele momento por nada.

— Você gostou? — o Hwang perguntou, baixinho, passando os dedos pelos ombros do australiano.

— Sim — confessou, dando de ombros. — Mas e o Changbin hyung?

— Eu achei a coisa mais fofa do universo vocês dois se beijando — respondeu, mas virando o rosto do garoto em seus braços para a sua direção, lhe depositando um selar também. — Mas eu também quero.

— Aigoo hyung — o Lee murmurou, tentando se ajeitar na direção do mais velho e fazendo um biquinho engraçado com os lábios, que fez os mais velhos rirem, olhando aquela cena praticamente maravilhados, porque Felix era o ser humano mais fofo que haviam conhecido em suas vidas.

Changbin se inclinou para frente e deu mais alguns beijos em Felix, rápidos e reconfortantes, também puxando Hyunjin consigo e abraçando os dois, caindo deitado na cama. O mais novo tirou a venda de seus olhos e sorriu genuinamente. Estava no meio das suas duas paixões, havia sido aceito por eles e estava feliz e estava apaixonado, e queria ficar daquela forma para sempre.

A chuva ainda caía de forma pesada, mas nenhum deles ligava para o som dos trovões ou para os relampejos, apenas se importaram em se abraçarem debaixo dos cobertores, embolarem suas pernas e trocarem selinhos e amassos, e quanto aos poucos tentavam cair no sono.

   Os corações estavam acelerados, estavam todos felizes, e mesmo que uma parte de sis lhes dissessem que seria difícil assumir tal relacionamento, que a sociedade talvez os repreenderia, não queriam se importar, porque estavam com quem amavam, e apenas esperavam ficar daquela forma pra sempre.

cappuccino, mocca e expressoWhere stories live. Discover now