Sweet Caramel Macchiato

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🍀🍀🍀

Changbin definitivamente não queria acreditar que teria um encontro novamente, não com Hyunjin.

Mas bem, não era como se fosse realmente um encontro, né? Eles apenas sairiam para resolver assuntos inacabados, né?

Era o que o mais velho pensava quando escutou sua campainha tocar.

O celular que estava em suas mãos voou para longe com o susto, e seu coração, por algum motivo, estava batendo à mil por hora. Ele pegou o telemóvel e foi correndinho até a porta, calçou seus sapatos e pediu rapidamente que qualquer que fosse o ser divino que ali regia, que guardasse seu coração para que não explodisse.

Abriu a porta, quase que com receio, e ali estava Hyunjin. Lindo como sempre, ou talvez mais.

Changbin estava se achando, mais uma vez, o adolescente apaixonado que sofreria no fim da história. Não que estivesse apaixonado pelo mais alto, ou que estivesse feliz pelo fato de que ele trazia um pequeno buquê de alecrim, lavanda e camomila e, por Deus, nunca pensaria em voltar com ele, mas tudo aquilo o remetia aos seus encontros de colegial, e de como Hyunjin nunca entrava na casa de alguém de mãos vazias.

Ele podia ter hábitos péssimos, palavreados de baixo calão e usar pessoas mais do que usa sapatos, mas foi muito bem criado. Tratava com respeito quem merecia, agradecia à comida, ajudava nas louças e nunca apareceu na casa de Changbin sem um presentinho, por menor que fosse.

Changbin só não sabia que era o único que recebia presentes.

   — Boa noite, vossa senhoria dar-me-ia a honra de acompanhá-lo para o boteco da esquina? — o mais alto pergunta, com um sotaque engraçado e o rosto sério. Changbin ri, negando com a cabeça.

   — Você é um palhaço mesmo, está levando esse encontro a sério demais — responde, pegando o buquê e o levando para dentro, em direção à cozinha. — Entra aí, vou colocar elas na água e já saímos.

   O mais novo entrou, já correndo seus olhos por todo o apartamento enquanto deixava seus sapatos na entrada. Era um lugar consideravelmente espaçoso, com vários eletrodomésticos muito bons e uma ótima decoração. Hyunjin se lembrou que Chang estava ganhando muito bem em sua profissão, e meio que tudo fez sentido.

Enquanto isso, seu apartamento era apenas um quitinete, um cubículo minúsculo com o que conseguia nos seus bicos de modelo.

Tinha que aguentar caras e garotas lhe assediando o dia inteiro, ir em locais horrivelmente longe de sua casa e ainda ganhava uma mixaria que mal pagava uma refeição na lojinha de conveniência por dia. Suas roupas de marca e produtos eram todos pagos por seu irmão – um advogado de alma boa e bolso cheio.

Deixando a árvore genealógica Hwang para outra hora, sua mente focou-se em Changbin. A única pessoa por quem realmente já se apaixonara estava ali, sorrindo bobo para as flores que trouxera como fazia quando eram mais novos.

   Oh céus, se perguntava porque sair com Changbin era tão certo mas tão errado.

   Sempre parecia que faltava algo.

   Desde quando iam em sorveterias divertidas na adolescência, quando se pegavam em festas, nas sessões de cinema em casa e até mesmo enquanto os dois bebiam e conversavam alegremente.

   Faltava algo, mas o que?

   A cabeça de ambos ia de encontro com o garoto da cafeteria. O que ele estaria fazendo? Como estaria se sentindo? Será que se arrependia de tê-los mandado se reconciliarem?

cappuccino, mocca e expressoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora