4

621 122 181
                                    

Eu não consegui pregar os olhos durante a noite toda. E minha insônia têm nome e endereço: Mário Almeida. Okay, okay, talvez esteja parecendo que estou fazendo muito drama em relação a isso daqui — eu sei que estou — mas uma coisa dessas nunca aconteceu comigo.

Eu nunca tive uma experiência "amorosa" digamos assim, na vida. Tudo se resume a alguns crushs platônicos que eu adquiri por aí que nunca deram em nada, eu também nunca tive coragem pra me declarar pra ninguém, então sempre ficou por isso mesmo. Se algum dia eu beijei? Não mesmo. Nenhum beijinho nem nada. Não que eu me importe muito com isso, afinal, é muito melhor nunca ter beijado ninguém do que ter perdido o BV com qualquer babaca. Sou o tipo de pessoa que acredita que as coisas devem acontecer na hora que deverão ocorrer. Mas mesmo assim, não consigo parar de me perguntar se chegarei aos vinte sem nunca ter beijado ninguém.

Sei que estou fazendo um grande auê por causa de uma solicitação de amizade, mas qual a utilidade de um dos garotos mais populares da escola enviar uma solicitação de amizade pra mim? Nem fotos eu posto. Minha lista de amigos se resume entre apenas familiares e algumas pessoas da minha sala com quem eu troquei uma palavrinha ou outra. Nada além disso.

Pego meu celular e confiro as horas, é melhor eu começar a me arrumar pois senão vou acabar chegando atrasada na escola. Disposta a acabar com todo esse meu drama, abro a minha página do Facebook e clico na opção de confirmar.

***

Não consigo nem acreditar que estou livre da aula de matemática! Agora tá explicado o motivo da maioria dos professores dessa matéria usarem óculos, é tão complicado...

Caminho em direção a biblioteca calmamente, em quanto desvio dos corpos de outros alunos. Retiro o suco de laranja da minha mochila, já que é proibido comer coisas que não sejam líquidas na biblioteca. Tento abrir a porta da mesma, mas parece que está emperrada. Empurro a mais uma vez, só que um pouco mais de força e nada.

— A biblioteca está fechada. — uma menina que passa por mim me avisa em quanto aponta para uma plaquinha na porta.

— Biblioteca fechada para reforma. — leio em voz baixa e solto um suspiro. — Eu não vi. Obrigada por avi... — tento agradecer a menina mas ela já não está mais lá.

Dou de ombros para o nada e coloco a garrafinha com suco na minha mochila totalmente desanimada. Será que ela vai ficar fechada por muito tempo? A biblioteca é o único local dessa escola onde não consigo me sentir deslocada, e agora que está fechada eu que fico sem canto nenhum para me acomodar.

Penso em procurar o Gabriel, mas desisto no mesmo instante. Eu fui tão rude e egoísta com ele ontem que ele não deve querer mais nem olhar na minha cara. Mas eu não o culpo por isso, também não olharia. Preciso arranjar um jeito de me redimir com o meu único amigo.

Me aconchego em um banquinho de mármore localizado na área externa do colégio que tem vista para a quadra — dessa vez não foi intencional! Juro! — e começo a bebericar meu suco. Eu teria que suportar mais trinta minutos de intervalo sem os meus livros.

— Olá! — ouço uma voz logo ao meu lado e me viro para ver quem é. Quase cuspo todo o suco que estava bebendo. — Posso sentar aqui? — Mário pergunta mas se senta antes de eu dizer alguma coisa.

— Oi. — digo meio perdida. Tá bom, será que é câmera escondida? Por que diabos Mário está sentado no meu lado?

— Tudo bem com você? — ele pergunta como se já fossemos amigos de muitos anos.

— Aham. — confirmo com a cabeça. — E com você? — pergunto tentando não parecer uma idiota.

— Melhor agora. — Ele me dá um sorriso torto e quase sinto meu coração parar. Foco Abgail, foco! — Então, eu tava pensando se você não queria ficar mais a gente Abgail. — ele diz em quanto aponta para uma rodinha de garotos e garotas encostados no muro, há alguns metros de distância da gente.

— Claro. — digo e me arrependo no mesmo instante. Calma aí! Como ele sabe meu nome? Percebo que ele levantou e está me esperando para continuar a caminhar até os seus amigos. Olho pra ele e sinto minhas bochechas corarem, e então encaro minha garrafinha de suco para tentar disfarçar. — Aceita? — ofereço o suco.

— Sim, obrigado. — Mário sorri e pega a garrafa de minhas mãos dando um longo gole no suco.

Nós caminhamos até sua rodinha de amigos e eu me sinto nervosa. Mas o que eu estou fazendo aqui? Nem com esse povo eu me encaixo! Chegamos ao local e Mário me apresenta para seus amigos, sinto algumas das meninas da rodinha olharem torto para mim e desejo sair correndo o mais rápido possível. Alguns me cumprimentam com um oi mas logo depois começam a prestar atenção em algo que Gabriel está dizendo. As pessoas o tratam como se ele fosse um deus ou algo do tipo. Uma menina de cabelos mega lisos começa a puxar assunto comigo sobre uma série que eu nem conheço, apenas confirmo com a cabeça na maioria das vezes, o que parece deixá-la feliz. Mas a verdade é que as coisas não estão entrando em minha cabeça.

— Você está ouvindo Abgail?

— Han? — pergunto acordando de meus devaneios.

— Eu perguntei se você que ir a pista de skate com a gente amanhã. — Mário diz e eu me surpreendo. Estou sendo convidada para sair justamente pelo os populares? Isso só pode ser uma piada...

— Não sei não... Nem de skate eu ando —  digo e todos começam a rir. Minhas bochechas queimam.

— Que é isso miga! — a menina que estava puxando assunto comigo começa. — A maioria da gente aqui não anda, bobinha. Exceto pelo Mário, Lídia e o Bruno. Relaxa!  Cê não vai recusar né? — ela diz e eu sinto os olhares de todos sobre mim.

— Tá bom então. — concordo por fim e o sinal toca. Fui capaz de recusar o convite de Gabriel, mas aceitei o convite para ir a um lugar que nem conheço. Parabéns Abgail!

— Só pra avisar, vai ser às quatro okay? — Mário diz e eu percebo que só sobraram nós dois.

— Certo. — assinto.

É, acho que vou ter uma dor de estômago marcada para amanhã...

----------------------------------------------------------------

Hellou, hellou pessoas! Demorei mas cheguei. Boatos de que vai sair um bônus (ainda não vou revelar de quem será o pov, mas se preparem). Sei que ficou faltando um pedaço deste capítulo, com as paranóias da Abgail, mas isso vai ser só no capítulo cinco. Finalmente cheguei na parte do livro que eu mais queria escrever, o circo vai começar a pegar fogo!

Espero muitão que tenham gostado e por favor, não se esqueçam de votar e comentar! Chamem os migos, o cachorro, a tia, os avós para lerem esse clichê aqui! Brincadeira gente (mas se quiserem eu não vou reclamar não kkkk).

Bom, foi isso por hoje! Vejo vocês amanhã e fiquem com Deus!

Dica: o capítulo bônus tem haver com uma coisinha que ninguém viu nesse capítulo...

Qual a Probabilidade? (completo)Where stories live. Discover now