Você Não Soube Me Perdoar (Concluído)

Capítulo 2

― Fique aí quietinha que eu vou tirar seu pai daí. E essa é a última vez que eu te ajudo, mocinha. Nada de trazer seus namorados para casa outra vez, você sabe que existe motéis.

Mamãe sempre diz isso, mas no final sempre acaba me ajudando.

― Mamãe, ele é apenas um amigo. Obrigada. ― Agradeço.

Mamãe encerra a ligação e minutos depois escuto a sua voz no corredor, demora alguns minutos para que ela tire papai da minha porta.

― Deus, só você para me colocar em uma situação tão embaraçosa. ― Noah resmunga. ― Eu já tenho trinta e três anos, Luiza, não tenho mais idade para pensar em pular janelas.

― Confesso que foi engraçado te imaginar pendurado em minha janela.

Noah para de sorrir, e caminha em minha direção com passos largos, enlaçando os braços fortes em minha cintura, aproximando nossos corpos.
Olho no fundo de seus belos olhos azuis como o mar. Seus lábios perfeitamente desenhados são como um convite para a perdição.

― Você precisa ir embora. Papai irá te matar se te encontrar aqui. ― Apoio minhas mãos no seu peitoral, sentindo o calor da sua pele. ― Até amanhã.

― Jante comigo hoje?

Olho para ele indecisa.

― Noah... Eu não sei. ― Me afasto.

― É apenas um jantar, vamos aceite.

― Tudo bem, agora vá embora. Oremos para que papai não te veja. Então até mais tarde. ― Mordo o lábio inferior olhando para o seu abdômen, onde tem uma trilha de pelos dourados. O famoso caminho da felicidade.

― Teremos uma noite agradável.

― É o que eu espero, chefe. ― Abro a porta do meu quarto, empurrando Noah para fora. Antes de ir ele me dá um selinho e em seguida morde meu lábio inferior. ― Você está brincando com o perigo, Noah Matarazzo.

― Talvez. ― Sussurra se distanciando.

Caminho até a sacada do meu quarto e sinto um enorme alívio ao ver o carro de Noah se distanciar. Não gosto nem de imaginar o que teria acontecido caso meu pai tivesse encontrado Noah.

Minutos depois papai entra no meu quarto observando tudo minuciosamente, é como se estive a procura de algo, chega a ser engraçado.
Para o meu pai eu ainda não cresci, muito menos os meus irmãos. Ele trata Manu como uma criança, parece que Wesley Montgomery não percebeu que os seus filhos já são adultos.

― O que está procurando? ― Provoco.

― Nada. Quer ir comigo até a casa da sua irmã? Eu e sua mãe vamos jantar lá, Dom e Sophia também irão.

― Tenho um compromisso hoje.

― Tudo bem. ― Resmunga. ― Estou acostumado a ser deixado de lado.

― Pai, eu te amo. ― Vou até ele abraçando-o. ― Agora pare com esse drama. ― Faço uma careta.

― A minha dor não passa de drama para vocês. ― Revira os olhos.

― O senhor é o rei do drama. ― Distribuo beijos no rosto do meu pai.

― Te amo, meu monstrinho. ― Ele beija a minha testa sorrindo.

Papai pode ser ciumento, mas é o melhor pai do mundo, fui muito agraciada por nascer em uma família tão linda. Cresci em meio a muito amor.

♥️

Sorvo uma pequena quantidade de vinho, observando Noah minuciosamente, desde os seus olhos incrivelmente azuis até as marcas de expressões causadas pelo tempo. Não posso negar, o principezinho é perfeito.