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Harry cantarolou contente pulando de um telhado a outro, tudo havia dado certo no hospital.

Olhando bem a distância que um telhado ficava do outro, ele não alcançaria o telhado seguinte, havia uma rua larga entre os dois telhados e o tráfego de carros tornava impossível, até mesmo tentar atravessar a rua.

Um sorriso maroto se formou no rosto de Harry, quando seu pé foi agarrado no ar e braços longos o envolveram em um abraço cheio de saudade. O sorriso apenas aumentou.

- A poção, foi você né? - o moreno perguntou quando ambos pousaram no telhado seguinte em segurança.

- Eu senti tanto sua falta! - a mulher anunciou girando-o no ar. - Onde você tava com a cabeça quando decidiu se matar?

A mulher repreendeu tentando ajeitar os cabelos bagunçados.

- A quanto tempo você não lava isso? Ou toma um banho descente? 

- Isso é irrelevante agora Death - Harry afastou as mãos femininas de seu cabelo- a poção, ela funcionou não é? 

- Você sabe que sim - A entidade desviou o olhar envergonhada. - Acabei tendo que interfirir no reino de Fate, mas não fui a primeira afinal de contas. E ela também vive pedindo minha ajuda, ela me devia um favorzinho.

- Por que não me deixou morrer? 

- Eu o amo mestre, e mesmo que não retribua meu afeto. Não poderia deixar você terminar daquele jeito, se suicidando - Death avaliou as próprias unhas. - Você tem que viver uma longa vida ao meu lado, mesmo que não estejamos juntos. Eu quero acompanhar seus últimos segundos no plano mortal, aquela morte não era nem um pouco poética ou romântica.

Harry suspirou, um sorriso suave nas feições cansadas da criança.

- Só você mesmo Death, pra estragar toda uma linha temporal. Por que minha morte não foi poética e romântica o suficiente. 

- Minha hora de ir, mestre. 
O moreno se virou em direção da entidade apenas pra encontrar o vazio, o som agradável de sinos percorria o ar e tudo que Harry pode fazer foi dar de ombros.

Death era assim mesmo, inconstante. E ele só havia encontrado a entidade três vezes.

Sentando-se no telhado o moreno notou uma movimentação estranha do outro lado da rua.

Havia uma bruxa conversando com um adolescente, eles apontavam pra um trouxa bêbado e riam baixinho.

O moreno encarou a bruxa com nojo, ele a reconhecia como uma das futuras "escolhidas" de Voldemort, mulheres com a "honra" de carregar o filho do Lord das Trevas.

Harry observou a mulher conversando com o rapaz mais um pouco antes dela sair do local, o adolescente de antes tomou a forma um homem adulto e aproveitou o trouxa distraído pegando a carteira caída no chão e girando a chave do carro entre os dedos.

Harry agarrou com força a borda do telhado, ele reconheceria o rosto daquele monstro em qualquer lugar.

"- Por favor! Pare! Não, por favor não! 
- Hermione, sou eu Harry se acalme...
- Não me toca! "

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Os trouxas eram tão estúpidos. Marc pensou contando o dinheiro que ganhou ao entregar o carro. 

- As quinhentas libras mais fáceis do mundo, agora onde tá aquela megera? - Marc olhou em volta no ponto de encontro esperando encontrar sua comparsa. - Elizabeth? Chega de brincadeiras sua vadia. 

- Levicorpus.

Marc gritou quando foi preso de cabeça pra baixo, olhando pro lançador do feitiço o criminoso encontrou os olhos esverdeados de uma criança, que nem varinha tinha.

- ME COLOQUE NO CHÃO AGORA!

- Gosta desse feitiço? Bem legal não é? - Harry perguntou enquanto o ladrão de carros gritava.

- Quem é você moleque? Me coloca no chão agora, e eu posso não falar pra sua mãe! - o homem gritou quando a criança acenou a mão puxando-o pro alto.

- Sério? Não sabia que você era necromante, isso junto com metamorfomagia e muito raro, me responde Matt ou Marc, como preferir: Quantos litros do seu sangue tenho que tirar pra fazer um ritual de metamorfomagia? - Harry se deitou contra uma caixa de madeira mordendo o dedo desinteressado.

O homem engoliu em seco encarando os grandes olhos esverdeados, ele já havia visto aquela cor tão peculiar de verde antes. Mesmo assim ele tremeu com a lembrança da maldição da morte.

A "criança" não estava brincando, e o fato do pequeno monstro saber seu nome de batismo assustava ainda mais Marc.

- Por que está fazendo isso? - ele arriscou- Eu roubei algo seu, enganei alguém que você conhecia?

- Ah, não! Você fez algo muito pior - os olhos de Harry brilharam em raiva, quando o moreno atirou um Glacius na virilha de Matt. - Você matou Hermione, eu sei que não lembra dela. Mas você abusou dela, eu lembro de encontrá-lo coberta de arranhões, marcas e hematomas, tinha sangue pra todo lado, ela tava chorando! E você destruiu ela, você tirou a minha irmã de mim!

- E-eu nunca mato minhas vítimas, tenho certeza que você se enganou - o homem gaguejou sentindo suas bolas congelarem. 

- Oh, você não matou-a fisicamente, você destruiu ela de dentro. Minha irmã inteligente e mandona se foi, ela virou uma casca vazia com medo de tudo. - Harry se virou permitindo que o homem visse o seu corpo infantil. - Você fez ela desistir de usar magia, ela que sempre esteve orgulhosa de sua natureza nascida-trouxa, desistiu da magia.

Foi apenas por um momento, mas os olhos do garoto brilharam em vermelho. O criminoso tentou se afastar quando a névoa escura percorreu o corpo do garoto, ele já tinha visto muitos bruxos se entregarem a magia negra, mas não dessa forma.

Um silvo alto ecoou pelo beco e apenas uma pessoa permaneceu viva.

Bem, merda.

Fallen [Drarry]Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt