- CAPÍTULO 8 -

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* Bruno Micael *

Finalmente a hora chegou, eu ficaria cara a cara com o Mad, mas o único problema é que nesse minuto eu estou transtornado com a cena que acabei de presenciar.
Se a Maia soubesse o quanto e repugnante pra mim ver ela daquela forma, senti um nojo enorme dela com aquele cigarro na boca agindo como uma prostituta.

Em nenhum momento da minha vida vou esquecer esse tapa que ela deu na minha cara.

Ela desceu as escadas e o Tales com um riso torto me guiou pela mesma, caminharmos por entre as pessoas até o outro lado do lugar.
Era uma porta pequena e simples, quase passava despercebida.

- Olha o Mad está te esperando lá dentro sozinho e armado, então presta muita atenção no que está querendo fazer.

- Terminou? Agora sai do meu caminho.

Dei um empurrão nele ao passar, caminhei direto a porta sem perder a postura.
Entro e lá e bem mais claro do que eu esperava, me viro para fechar a porta.

- E um prazer finalmente conhecer - lo Mad.

Me viro diretamente para a mesa do outro lado da sala, mas quem ocupa a grande cadeira e a Maia.

- Achei que eu iria falar com o Mad, chega desses seus joguinhos.

- Dentro dessa sala eu sou Mad.

Olho para ela me recusando a acreditar que isso e verdade.

- Para de brincadeira.

- Quais as informações?

Fui pra cima dela transtornado, agarro no seu braço e a puxo para mais perto de mim, quero olhar nos seus olhos.

- Me diz que isso e brincadeira.

- Solta o meu braço seu filha da puta.

- Olha nos meus olhos e diz que isso e uma brincadeira!

- Se não tem nada pra falar por favor se retire, não tenho tempo a perder.

- Que porcaria! Tanta coisa pra você fazer e você faz isso, entra pro crime! Assume o lugar do bandido do seu pai!

Eu olhava nos seus olhos e não a reconhecia mais.
Está óbvio que isso não se trata de uma brincadeira, Maia Dantas.... Mad.

Ela se libertou do meu braço e começou a apontar o seu dedo na minha cara.

- Você sempre me acusando de seguir essa vida e olha você aí, um policial de merda, um subordinado!

Empurrei ela e me afastei precisava de um pouco de ar, sem olhar pro rosto dela.

- Vamos lá, fala logo o que quer.

Eu não conseguia mais raciocinar, porque ela tinha que fazer isso? Viver nessa porra de vida!

Eu tenho uma missão e não vou abrir mão dele, não fiquei todos esses anos alimentando essa raiva contra esses drogados pra desistir agora por causa de uma mulher como a Maia.

- Aqui.

Entreguei a pasta a ela.

- Nomes e informações Mad, de pessoas infiltradas aqui e informações sobre o seus carregamentos.
Eles te monitoram a 6 meses, seu padrão está aí todo bem organizado.
Seus dias, as ruas, os caminhões diferente, o ônibus de turismo.... Tudo aí.

Ela parecia surpresa, analisava cada informação minusiosamente, todas as informações eram reais.
Tinha que abrir mão de algumas coisas pra ter a confiança dela... E foi o que fizemos.

- Mas e aí, o que você ganha com isso?

- Eu nada, só você sai ganhando nessa história, mas dá uma olhada na última página.

Dei um tempo pra ela processar a informação.

- Mas que porra e essa? Meu Deus.

- Vai ocorrer em quatro meses, eu fui expulso da corporação por não dar apoio a essa merda.

- Isso vai ser um banho de sangue.

- Militares que serviram no Vietnã, Estados Unidos, México e Brasil.
Todos unidos com uma só missão, limpar a cidade de Deus de uma vez por todas.

- Então o plano deles e simplesmente entrar aqui e matar todo mundo?

- Sim, e eu como ex morador daqui sem que tem muitas pessoas boas... E eu vou proteger elas mesmo que para isso eu tenha que dar as costas ao meu batalhão.

- E como eu sei que posso confiar em você?

Me aproximo dela pra olhar melhor seus olhos novamente. Que hoje estão escondidos atrás de lentes topázio.

- Eu não sou qualquer um Maia, você sabe muito bem disso.

- Isso não quer dizer que eu confie em você.

- Olha eu vou ser direto, eu não gosto desse lugar, odeio esses drogados e tenho nojo da mulherzinha que você se tornou.
Mas estou aqui dando o braço a torcer pra proteger as pessoas boas que residem aqui, e se para proteger elas eu vou ter que me aliar a você... Que seja então.

A cada minuto que passa odeio mais ela, eu tinha que me torna sub desse morro.
Mas com a Maia no comando eu posso me tornar muito mais do que isso, quantos mais próximo eu tiver dela melhor.
Ela pode me odiar eternamente pelas decisões que na estou tomando, mas isso não me importa ela e a atual responsável pelas drogas e vai pagar por isso.

- Você só sai desse morro com a minha permissão, retire - se.

Óbvio que eu não aceitaria isso, mas preciso que ela confie em mim o mais rápido possível.
Pelo menos assim eu vou sair de dentro desse lugar mais rápido, enquanto ela estiver focada nessa história de super intervenção militar ela não vai querer saber de outra coisa.

Agora e só me aproximar e pegar as informações que preciso a mais importante eu já tenho, já sei quem é o Mad.
No entanto não é essa a informação principal, eu preciso de mais.
Preciso saber quem serve a ela dentro da polícia, preciso saber se tem algum político envolvido no tráfico entre outras coisas.
Agora só uma coisa martela em minha mente.

Devo ou não entregar ela agora? Deveria esperar mais para dar seu nome?

Preciso urgente de um tempo só, para poder pensar no meu próximo passo.

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