* Capítulo Três *

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Logo a professora Mônica entra em nossa sala para dar início a terceira aula do dia, português.

Sem ao menos nos cumprimentar ela se acomoda em sua mesa, já tirando seu enorme livro de exercícios dentro de sua pasta.

Se tem uma coisa que eu aprendi em cinco anos sendo sua aluna é que a professora Mônica só tem cara de boba, ela consegue ser muito rígida quando quer.

Pela sua cara, parece que hoje não é seu melhor dia, e eu não a culpo, afinal, quem tem um bom dia na escola Riveston?

- Bom dia alunos, todos vocês sabem o jeito que eu trabalho. - Pode ter certeza que eu sei - então vamos direto ao ponto, abram seus livros na página 216, copiem até 225.

Depois das palavras da professora, ouço alguns alunos resmungar um "ah não", mas isso não a comoveu nenhum pouco.

Ela mantinha seu olhar somente para o enorme livro que possuía, com certeza está  preparando o próximo exercício do dia.

Sem mais delongas, abro o livro na página indicada pela professora e  começo a copiar o conteúdo do livro, odiava fazer as coisas devagar.

Alguns minutos se passaram quando finalmente cheguei na penúltima página.

A professora logo avisa que falta poucos minutos para que ela comece a ditar os exercícios, isso faz com que eu me apresse ainda mais.

Foi preciso apenas de mais cinco minutos até eu conseguir copiar a última página que faltava.

Por sorte consegui terminar segundos antes da professora começar a ditar os exercícios, que por sinal, foram muitos.

Como sempre fui a primeira a acabar, e como sempre respondi quase quase todas as perguntas. Mais um dia normal...

O sinal para o recreio finalmente bateu, nos avisando que o intervalo havia começado.

Os alunos da minha turma saíram alegres conversando, enquanto eu apenas os observava quieta.

Eu nunca gostei da hora do intervalo, era o momento que todas as pessoas tóxicas se juntavam, um verdadeiro veneno.

Eu já não aguentava ficar com o pessoal da minha sala, quem dirá a escola inteira em um único campus, era demais pra mim.

Com passos lentos decido me sentar em um banco ao canto do corredor, não muito movimentado mais ao fundo.

Eu não tinha amigos, então ficava lá sentada no meu canto até a hora do sinal bater novamente, mas dessa vez para a continuação das aulas.

Por um momento, a imagem de Edward e seu bonde levando uma bronca veio em minha mente.

Automaticamente meus lábios se estreitam formando um sorriso pequeno no canto de minha boca, só de lembrar da sua cara incrédula ao perceber que eu ria dele.

Eu odiava que ele pegasse no pé até hoje, mas devo confessar que adoro ver aquele idiota bravo.

Meus pensamentos são interrompidos por uma sombra a minha frente, uma sombra não, uma pessoa.

Edward e seu galinheiro estava bem na minha frente com os braços cruzados me observando atentamente. O ódio ainda era visível em seus olhos.

Da onde que esse idiota surgiu afinal?

Fico o observando tentando entender o porquê desse idiota estar na minha frente tampando minha visão, droga.

Com toda paciência que me restava, levanto do banco tentando escapar daquela situação, mas sou barrada por dois de seus animais de estimação idiota.

Respiro fundo ao tentar escapar pelo outro lado, mas sou barrada pelo próprio Edward dessa vez.

- Mas que diabos! - resmungo já irritada - deixa eu passar!

Sem esperar uma resposta tento passar por ele mais uma vez, e acabo sendo empurrada caindo de bunda no chão, oque faz meu cabelo sair da touca que o tampava.

O impacto também fez com que meu óculos caíssem no chão me deixando praticante cega e com uma dor enorme no lugar  da batida.

- Ai! - resmungo já tentando procurar meus óculos pelo chão, sem sucesso - Meus óculos, por favor, não consigo enxergar...

Sem meu óculos, eu só conseguia enxergar um enorme borrão, e dependendo do que, conseguia saber o que é, com certa dificuldade.

- O que? Você não enxerga sem essa porcaria? - diz Edward debochado - Então além de ser tosca é ceguinha? - Agora é a vez dos dois idiotas  rirem.

- Por favor, só me entregue meu óculos e eu juro que não vou rir de você outra vez. -  imploro com a esperança que ele aceite e me deixe em paz logo.

Mesmo sem enxergar totalmente, sei que seu corpo se aproxima do meu. Seu cheiro invade minhas narinas, sua presença deixa meu corpo completamente desconfortável e inquieto.

Mesmo sem conseguir enxerga-lo completamente posso ver seu sorriso perverso ao se aproximar de mim, fazendo com que eu me afaste ainda caída no chão.

- Você acha que eu tô fazendo isso por causa disso? - ele ri - não se engane garota, o que você faz não me atinge. - Ele se agacha na minha frente.

- Então porque está fazendo isso comigo?

- Porque? Eu não preciso de um motivo para fazer o que eu quero! - Agora seu dedo está enrolando uma mecha do meu cabelo - Seu cabelo é ainda mais tosco que você.

Depois de praticamente cuspir as últimas palavras, sinto seu corpo se afastar do meu e libero todo o ar que segurei no pulmão. Só assim conseguindo respirar com tranquilidade novamente.

- Vamos manos, deixa essa otária aí. - Diz por fim jogando meu óculos em mim. Se não fosse meu reflexo rápido, com certeza estaria despedaçado agora.

 

O Diário De Uma Nerd Esquisitona [Em Revisão]Where stories live. Discover now