— Feche os olhos! — gritava um punhado de garotos, fazendo algazarra para que o menino logo fizesse seu pedido de aniversário e apagasse as velas.
Era noite e haviam reservado um local privado naquele restaurante chique para o mais novo entre eles comemorar o aniversário de 18 anos. Ainda parecia o mesmo garoto de sempre, completamente tímido e introvertido demais para notar o mundo explodir ao redor de si.
Sacudiam o garoto com euforia, repetindo que fizesse o pedido para os seus dezoito. Parecia que era ontem que esbanjava seus quatorze por aí, sussurrando de nascença e pulando alegremente. Os anos realmente arrastam-se com enorme velocidade.
— Feche os olhos! — gritou o loiro chinês, o qual era mais velho a praticamente três meses que o aniversariante. Ele havia escolhido o sabor do bolo, uma vez que conhecia-o em demasia. Sorriu para o maior.
Era aquela mesma noite e ele havia levado-o à uma área restrita para funcionários. Seus dedos estavam melados com a cobertura do bolo e fez com que o Park provasse-a. Estava gostoso, havia dito. Foi Chenle quem escolhera, explicou o outro. Os sorrisos trocavam piscadelas e nem um único zumbido era escutado em meio àquele silêncio gostoso que falava por si só.
— Meu presente é algo bem secreto — Chenle foi contando, timidamente, abraçando a si mesmo como quem estivesse acalmando-se do nervoso.
— Mas não foi o bolo? — Jisung apertara os olhos, confuso.
— Não só isso — Zhong abanou a cabeça — Eu planejei um bolinho pro aniversariante e...
— E...? — estimulou-o a continuar, em vão.
— E...
— Sim, e...? — riu ao revirar os olhos, tentando lidar com o excesso de suspense do outro garoto.
Chenle ficou em silêncio por um segundo, contraiu o diafragma e piscou diversas vezes. Tomado pela coragem, embolou-se no coreano ao rapidamente continuar:
— ... E um beijinho pra abençoar o ano!
— Mas o que... — não pôde terminar a frase diante daquela situação de encurralado entre a parede daquele depósito e os lábios macios e bem hidratados do chinês.
Senti-los tão macios pressionando sua boquinha era uma novidade esplêndida! Pressionava com cuidado e delicadamente. Sentia os dedinhos fofos dele desenhar sua mandíbula e a respiração quente lamber a sua pele com fervor. Ainda de olhos abertos, notava quão lindo ele era com os olhinhos fechados e, a todo custo, esperando-o retribuir. Mas Jisung demorou demais, surpreso, e foi então que Chenle afastou-se.
— Ah, então é melhor meu presente ser o bolo, por enquanto — envergonhado, ele ia se afastando. Decidiu que iria ir embora, mas sentiu a mão grande do coreano apertar o seu braço.
Jisung puxou-o pelo colarinho listrado para perto e capturou seus lábios. Dessa vez beijou-o direito e Chenle retribuiu, feliz da vida. Pois então ficaram ali por minutos e minutos, apenas prolongando aquele beijinho que deveria durar apenas segundos paradisíacos.
Porque era o aniversário de 18 aninhos de Jisung e, mesmo que ninguém mais soubesse, havia sido o melhor somente por ter o seu Zhong veementemente próximo e poder desfrutar daqueles pêssegozinhos gostosos que tanto pegava-se admirando há anos e anos. Aquele tinha sido o melhor presente.
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