Capítulo 4

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Carol

Dentro da caixa tinha uma planta da nossa casa e em cada cômodo, sujo de tinta vermelha, tinha colado com letras recortadas de revistas o nome de um órgão, e ao colado do lado da caixa tinha um envelope. Eu levei minha mão pra pegar o mesmo, mas Victor foi mais rápido que eu.

-Eu já li o que tem ali e acho melhor não. - ele disse.

-Me entrega isso Victor.

-O bebê Carol, melhor não.

-Se você não entregar ai sim que o bebê vai ter problemas. - estiquei minha mão e ele colocou a carta ali.

-Tenho que admitir que ele foi criativo na ameaça. Será que ele já pensou em escrever novelas pra TV? - Victor falava enquanto eu abria a carta.

-Tenho certeza que não. - respondi.

Eu terminei de abrir a carta e passei os olhos por ela, tive que concordar com Victor, ele tinha sido criativo. Com letras recortadas de revistas e coladas num papel estava escrito.

FILHA,

CADA CÔMODO UM ÓRGÃO,A CADA ÓRGÃO SUA MORTE, A DO BEBÊ E DO SEU MARIDO FICAM MAIS PRÓXIMAS.

O PRIMEIRO CÔMODO JÁ ESTÁ SUJO.

Uma foto estava anexada a carta e era uma foto de uma parede que parecia aquelas de investigação de casos.

-Ainda não identifiquei o que é isso, mas já vou descobrir. - Victor disse me abraçando. - Por hoje chega de trabalho pra nós dois. Vou ligar pra virem recolher isso e investigarem e nós dois vamos pra casa, Bruce vai levar JP para nós.

-Temos que depor? - perguntei.

-Amanhã faremos isso, já avisei na delegacia, logo alguém vai vir buscar isso aqui e as imagens das câmeras, mas amanhã todos nós teremos que depor. 

-Tudo bem.  - suspirei cansada.

 Eu só queria chegar na minha casa e deitar, se tivesse sorte dormir um pouco, a exaustão tinha me pego de uma forma tão forte que nem ousaria brigar com ela. Descemos até a garagem em silêncio no elevador, Victor tinha pego minha bolsa, sua maleta e carregava ambas em uma mão, enquanto na outra ele desenhava pequenos círculos no dorso da minha mão esquerda que sustentava a nossa aliança de casamento. Quando chegamos no carro ele abriu a porta para mim como sempre fazia, ele esperou eu entrar no carro e fechou a porta do meu lado deu a volta e entrou, colocou o cinto e depois o carro em movimento. 

-Quer que ligue o rádio? - ele perguntou. 

-Se você quiser, eu na verdade quero dormir. - falei. 

-Encosta ai no vidro - Ele disse me entregando o seu terno - Encosta a cabeça nele e dorme, quando a gente chegar te acordo ou te carrego pra dentro tipo recém casados. 

Fiz o que ele sugeriu e me encostei em seu terno fechei meus olhos mas minha mente não parava de trabalhar. Eu tentava entender o que meu pai tinha dito com aquele bilhete, aquela fotos e a maquete, era tudo confuso demais pra mim. Ele dizia que um cômodo já tinha ido e aquela maquete que ele tinha entregue realmente era da minha casa, essa certeza eu tinha, mas eu não conseguia pensar como ele poderia ter feito algo com alguém na minha casa, eu não compreendia como ele entraria ali, e quem além do meu marido e do meu filho ele poderia usar para me atingir. A família Stone não poderia ser, já que todos  eles tinham seus próprios seguranças e não seriam facilmente atingidos. Eu não tinha irmãos, então era algo a menos para me preocupar, e minha mãe, ele tinha falecido por causa dele, então ele não podia fazer nada com ela. Bruce estava com meu filho e Victor estava comigo então a expectativa pelo o que ele podia ter feito me consumia. Eu não vi o tempo da viagem passar, eu só percebi o momento em que Victor puxou o freio do carro, eu abri meus olhos e me desencostei da janela. Ele me deu um sorriso fraco e desceu do carro, deu a volta e abriu a porta pra mim, me deu a mão e fomos juntos pra entrada. Eu puxei as chaves da minha bolsa e Victor abriu a porta. Ele começou a abrir e voltou a fechar. 

-Não entra ai. - Ele disse tentando me tirar do lugar - Vou ligar pro Bruce levar você e o João pra casa da minha mãe, eu juro que te encontro lá daqui a pouco e a gente fica junto. 

-O que tem lá? - perguntei assustada, ele se manteve em silêncio me segurando junto a ele. - Me solta Victor. 

-Não. 

-Me solta agora Victor Stone. - falei já perdendo minha paciência. 

-Já disse que não Caroline Stone. - ele falou seco. 

-Se não vai por bem vai por mal. - do jeito que ele me segurava nos braços eu só ergui meu joelho e fiz acertar em suas partes. - Que ele não tenha que ser arrancada porque é minha diversão e eu quero ter outro filho. 

O abraço dele se enfraqueceu em minha volta e eu aproveitei pra me soltar, eu fui a passos largos até a porta da casa, enquanto Victor se curvava de dor. Abri a porta e bem em frente a ela estava um vidro com um líquido e dentro dele flutuava uma mão, e em volta desenhado de sangue tinha um grande número 1. Eu não tive forças pra gritar, não tive reação, eu só fiquei para olhando aquilo e começando a entender a mensagem escrita na carta. O primeiro cômodo já está sujo, era a isso que ele se referia. Eu senti minhas forças se esvaindo e senti que ia desmaiar. 

-Epa, peguei você. - Victor disse quando me segurou em seus braços. - Seu chute é forte, por favor não faça mais isso. 

-Victor. - falei mas tive a impressão que minha voz não saiu. 

-Era por isso que não queria que você visse isso. Vamos lá fora, vou chamar alguém pra resolver isso. - ele disse me puxando pra fora. 

-De quem é aquela mão? - perguntei ainda vendo perfeitamente a imagem em minha cabeça. 

-Não sei, mas nós vamos descobrir. - ele disse e eu acenei com a cabeça. 

-Victor. 

-Hm. 

-Acho que vou desmaiar. 

AGORA SIM POSSO DIZER: QUE OS JOGOS COMECEM

Acabou minhas férias, então voltamos a programação normal de dois capítulos por semana e joguinhos e spoilers no grupo do whats. 

É isso.

LEMBRETE: NUNCA SE APAIXONE POR UM STONE

StayWhere stories live. Discover now