Olavo Bilac - soneto

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Com a floresta secular, [sombria,
Virgem do passo humano e [do machado,
Onde apenas, horrendo, ecoa [o brado
Do tigre, e cuja agreste [ramaria

Não atravessa nunca a luz do [dia,
Assim também, da luz do [amor privado,
Tinhas o coração ermo e [fechado,
Como a floresta secular, [sombria...

Hoje, entre os ramos, a [canção sonora
Soltam festivamente os [passarinhos.
Tinge o cimo das árvores a [aurora...

Palpitam flores, estremecem [ninhos...
E o sol do amor, que não [entrava outrora,
Entra dourando a areia dos [caminhos.

Belos Poemas.  Coletânea Onde histórias criam vida. Descubra agora