Capítulo 1: As Apostas Se Iniciam

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Entretanto, o caráter não poderia se resumir aos seus maus hábitos e à constante necessidade jovial. Ainda era consciente. Ainda conseguia ver o que estava ocorrendo além do palácio, com as pessoas do reino, da capital em si, e fazia o que estava ao seu alcance. Mas, o que lhe atrapalhava, era a constante rivalidade que havia entre seu pai e irmão, para com ele. O que para John, seu melhor amigo, não passava de uma alucinação da cabeça de Artur.

— Creio que já esteja bom por hoje — disse John, jogando seu casaco para trás de seus ombros com uma das mãos, tocando no ombro de D'loi para recobrar-lhe a consciência.

— Em vez de controlá-lo, por que você não toma mais um copo? — intrometeu-se Frederick, dando-lhe um tapinha no braço — De seja lá o que estava a tomar? — E então, desdenhou, com sua antipatia diária.

John pareceu se esforçar o bastante para não respondê-lo no mesmo tom, no entanto, ele apertou a mão no ombro de seu amigo, forçando-o a encará-lo, e então este oferece um sorriso fraco em resposta, com o de quem evitava uma desculpa qualquer.

— Ainda nem começamos — lembrou Frederick, a Artur, apontando seu dedo indicador para o vazio à frente.

O bar era muito bem frequentado, muitos nobres e comerciantes de alta classe costumavam estar presentes. Não era primeira vez deles ali, nem mesmo a última, mas, notava-se que Artur D'loi estava familiarizado com o condado, no litoral oeste, do reino leste. Sabia-se que muitos sulistas também frequentavam o local, mas nunca na presença de nortenhos, para evitar uma lista incessante de confusão.

Um barulho terrível de uma cadeira sendo arrastada com dificuldade à sua esquerda, chamou a atenção do rapaz. Em uma mesa próxima, um dos donos do bar interrompera a canção e subira em uma das mesas. Um homem baixinho, de barbas compridas, quase sem os cabelos que lhes restavam eram cacheados e ruivos, com a idade já lhe enchendo de rugas e uma barriga já saliente. O baixinho se voltou a todos com uma tela em mãos e anunciou:

— Tenho um grande comunicado a fazer. — Sua voz rouca ecoou. Muitos se calaram, porém, era audível alguns burburinhos e risadas ainda.

— Vai finalmente revelar o que esconde debaixo dessa barba, Rumel? — um homem gritou de uma das mesas ao centro, rodeado de seus amigos que caíram na gargalhada e que também me fizera sorrir.

— Não me diga que vai fechar o bar — pediu outro homem, quase implorando, embora estivesse a brincar. — Aonde vou me esconder da minha esposa se isso daqui fechar?

— Com o tanto de dinheiro que dou a esse lugar, seria um desrespeito que ele fechasse em seu auge — respondeu um outro desconhecido.

— Senhores, senhores! — gritou ele, erguendo a mão em protesto, pedindo silêncio. — Damas — cumprimentou ele, para as três jovens mulheres belíssimas que sentavam em um canto do balcão do bar em que Artur e seus amigos se encontravam. — Posso dar o comunicado?— indagou ele. — Bom — exclamou o homem.—, sabemos que em quatro dias o reino do norte vai abrir seu festival de primavera que é um show de espetáculos.

— E quem não sabe disso? — indagou uma voz, que não era estranha para Artur, do meio do bar.

Enquanto isso, muitos erguiam seus copos de bebidas ao ar, em tom de celebração, sendo ignorados pelo homenzinho.

— E muitos aqui estarão presentes lá. Seja no palácio, nas praças ou nos grandes hotéis, todos sabemos que haverá tudo do bom e do melhor, como sempre houve.

— Ah, diga logo de uma vez — reclamou Frederick, em alta voz, se irritando. Fazendo D'loi franzir o cenho por seu repentino interesse. Ou me chamava mesmo a atenção porque simplesmente meu amigo, não estava de bom humor.

Série A Terra Nórdica- A Herdeira ( Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora