-Não vai resultar tratares me mal estou habituada a namorar idiotas. 

-Pelos vistos resultou porque aqui estás tu a falar comigo. - disse sarcasticamente. 

-Ela é mais bonita que eu? - as mãos delas tocaram nas minhas como provocação.

Esta miúda só pode estar a brincar comigo caralho. 

-Se fosse a ti largava-me. - ameacei-a. 

Era bem bonita, com o cabelo ruivo comprido e os olhos azuis, tinha um corpo cheio de curvas e um piercing no mamilo esquerdo que aparecia por de baixo do tecido fino da camisola. 

-Tu estás mal e a bebida não é a única coisa que te pode ajudar, já que não queres falar sobre o assunto podíamos arranjar outra coisa para fazer. 

-Pensei que não quisesses ter nada comigo. - bufei. 

-Menti! És demasiado bonito para deixar passar e estava farta de te ver chorar a beber essas cervejas. 

-Não estava a chorar caralho! 

-Não importa, aceitas? 

Voltei a olhar para ela, não estava nada bem, a minha visão estava turva e precisava de descarregar toda a raiva que tinha contida. 

Cada vez que me lembrava dele, da minha mãe e do Harry o meu coração apertava e a dor aumentava. 

Porquê eu? 

Se tivesse crescido com os meus pais verdadeiros as coisas teriam sido tão diferentes, teria sido feliz, teria cuidado e visto o Kit a crescer, teria tido uma família que me amava e eu a eles. 

Mas as coisas tinham saído completamente ao lado e às vezes é apenas a vida a avisar-nos ou a ensinar-nos que somos umas meras marionetas sem nenhuma importância. 

Então voltei a olhar para ela, só mais uma vez e percebi. 

Percebi que as nossas decisões têm consequências, percebi que não havia nada nela que me cativasse, nem nela nem em nenhuma outra mulher porque nenhuma seria a Alice. 

A Alice merece todo o respeito do mundo e por mais merdas que me aconteçam, não vou perder a única pessoa que sempre foi sincera comigo e que sempre acreditou em mim. 

Por isso vai te fuder vida porque hoje não levas nada meu. 

-Aceito.

Ela sorriu e sorri de volta, a mão dela roçou no meu braço e empurrei o último copo pela garganta já a arder. 

-Aceito outra bebida ruiva, isso é mesmo a única coisa que quero de ti. 

O rosto dela mudou e ficou bem fechado e para melhorar a minha noite ela despejou o copo todo em cima de mim. 

-Perfeito. - disse no mesmo tom sarcástico. 

                                                                                                 *

Sentei-me na parte mais escondida do bar e aproveitei o maço de tabaco deixado por alguém em cima da mesa, precisava de fumar. 

Choque frontalWhere stories live. Discover now