Luke sorri debilmente e relaxa os ombros, como se tivesse ouvido as exatas palavras que ansiava. Habilmente, ele desce da cabana na qual estou instalada e me encara do solo.

-Temos uma briga pela frente, então, Alteza.–Ele declara sarcasticamente. 

 

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Quando chego ao centro do acampamento das fadas, fico surpresa com o que está diante de mim: tanto as casas brancas quanto o Templo Virtus estão completamente reconstruídos, sem marcas para servir como testemunha dos acontecimentos recentes. Luke e eu seguimos por uma trilha até o jardim do templo.

Lá, encontro o objeto de muitas lembranças guardadas no mais profundo calabouço da minha mente: a Pérgula dos Anciões. O majestoso par de asas contrasta seu brilho com o da lua. Os detalhes de sua composição são tão perfeitos que até mesmo parecem reais. Estendendo uma das mãos, toco o dorso da asa direita e sinto uma estranha conexão com o objetivo.

-Scarlett? Pelos céus, finalmente você acordou! –Cecília exclama e, antes que eu perceba, abraça-me apertado. –Você está bem? Fiquei tão preocupada quando vi você desmaiar e... –Ela continua.

-Eu estou bem. Fique tranquila. –Asseguro-a.

-Nós precisamos ir. –Luke diz.

-Sim, precisamos. Quer vir conosco até o templo? –Pergunto à Cecília.

-Eles não me deixariam entrar. –Ela responde com a testa franzida. –Somente fadas e lupinos autorizados podem pisar em "solo sagrado". –Cecília caçoa.

Rio de sua expressão de desgosto; sem dúvidas, a princesa de Pélagus jamais conheceu um lugar no qual sua presença não fosse autorizada ou bem vista. Com um aceno de cabeça, afasto-me de Cecília e sigo meu caminho.

Ao entrarmos no santuário das fadas, um calafrio percorre minha espinha e me deixa alerta, como se algo estivesse prestes a acontecer. O local é completamente branco, o que colabora ainda mais para ampliar seu tamanho e a iluminação fica a cargo da lua que emana sua luz acinzentada por imensas janelas.

Dando alguns passos, consigo avistar um salão com uma grande mesa redonda e ao seu redor, um grupo alvoroçado discute: Rurik, Lírida, Daisy, Íris e mais algumas fadas das quais desconheço os nomes. Ao notarem minha presença, sou recebida por reverências exageradas e, rapidamente, um acento ao lado de Daisy é colocado para mim. Luke permanece de pé as minhas costas.

-Como se sente, minha querida? –Íris pergunta.

-Estou bem. –Respondo, sem saber ao certo como lidar com aquelas pessoas.

-Fico feliz que tenha se juntado a nós –Daisy diz. –Estávamos justamente tentando explicar a Rurik que, a partir de agora, você ficará conosco e não necessita mais da proteção desses lobos. –Ela fala com desdém.

Palácios De Cinzas - Livro 2 - Trilogia Mestiços Onde as histórias ganham vida. Descobre agora