🏈CAPÍTULO 1🏈

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— Vamos começar pelas saias — mamãe sugeriu, já revirando meu monte de roupas.

Sem dúvidas as saias eram importantes. Eu não usava shorts, nem calças, nem roupas muito acima do joelho.

Peguei as minhas favoritas e guardei dobradas na minha mala gigante.

— Nossa... É muita coisa. — me confundi com as outras saias que mamãe me entregou dobradas.

Eram muitas, mas se eu olhasse pelo ângulo de que iria morar em outro lugar, elas se tornavam poucas.

— Ainda nem separamos as blusas e os casacos querida! — mamãe riu da minha confusão.

— Como eu vou viver sem vocês mamãe?! — perguntei angustiada.

Nunca fiquei tão longe como iria ficar.

O máximo de tempo que me separei dos meus pais foi quando acampava com os escoteiros, o que durava um fim de semana, mas meses nunca.

Morar fora? Isso seria um terror.

[...]

— Você está bem Hannah? — papai perguntou quando parou o carro em frente ao campus, depois de três horas de viagem.

Estava nervosa. Muito nervosa. Não queria sair do carro. Não queria deixar minha família. Não estava pronta para o mundo.

— Hannah querida?! — mamãe reparou na minha falta de atenção.

Me enxerguei através do espelho retrovisor e percebi meus lábios um pouco pálidos, senti também um tique estranho nos meus músculos, como se estivessem tremendo involuntariamente.

— Oi. Desculpa. Eu me distraí. — tentei relaxar o máximo possível, apesar de ser infeliz na tentativa.


— Você está bem querida? Parece pálida! — papai me observou.

— Sim. Estou um pouco nervosa, ou muito nervosa. Não consigo calcular a dimensão. Eu não quero descer do carro. — Apertei a mão da minha mãe. Ela sorri como se eu tivesse aprendido uma nova palavra.

— Ahhh, minha bebê cresceu! — Alisou o meu rosto e passou a mecha do meu cabelo para trás da minha orelha.

Apesar de já ter o Thomas, o caçula de seis anos, ela ainda me tratava como uma criança indefesa. E no fim das contas, eu acreditava que era.

— Vai ficar tudo bem. Você só precisa orar todos os dias, antes das refeições, antes de dormir, quando acordar, agradecer por todas as benção. Mantenha o foco e fique longe de pessoas perdidas. Principalmente garotos — papai aconselhou.

— Okay papai. — Assenti. Os conselhos dele sempre me serviram e me ajudaram a ser quem era.

— Desce logo sua chata! — Thomas resmungou. — Eu quero sorvete!

— Também vou sentir dia falta, Tom. Cuida bem do Shawn Mendes. — o abracei.

Shawn Mendes era o meu hamster. Queria levá-lo na viagem, mas não permitiam animais.

Abri a porta do carro e o papai também sai pra ajudar a tirar as minhas coisas do porta-malas.

As minhas malas ficaram muito pesadas e eu teria certa dificuldade para arrastar as duas até meu quarto, mas não aceitaria que meus pais me ajudassem a ir até lá. Não queria mais depender deles.

— Boa sorte, meu amor. — mamãe me abraçou quase chorando.

— Obrigada — Engoli seco. — Sua benção. — Beijei a sua mão.

— Deus te abençoe, querida. — ela tocou meu rosto, com um sorriso meigo.

Me virei para meu pai e o abracei.

— Que orgulho da minha menina. Na faculdade! Você será uma grande profissional. — me encarou orgulhoso.

— Sua benção, papai. — Uma lágrima desceu pelo meu olho e beijei a sua mão.

— Deus te abençoe.

E por último, o meu irmãozinho impaciente.

— Vou sentir a sua falta, Tom. — o abracei.

— Eu sou homem, não choro, nem sinto falta. — Cruzou os braços sério.

Esse já dava indícios de que seria dos bravos.

Antes de arrastar as malas, acenei para eles, que partiram de volta para a nossa casa.

Eu queria gritar, pedir para que voltassem e me deixasse ir com eles, mas já era tarde, pois logo viraram a esquina.

Respirei fundo e me virei para o campus.

Havia chegado a hora de andar com minhas próprias pernas.

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