Day 3

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DIA 3

[19/3 08:15] Você: Yunnie, tá tudo bem?

[19/3 08:15] Yun♡: Sim

[19/3 08:15] Yun♡: Eu só sou a mulher mais azarada da país

O terceiro dia não amanhecera com a mesma energia dos outros dois, pois sabiam que seria o último. Tudo só piorou quando a menina se viu menstruada e com cólicas mais fortes que na noite anterior. Não era praquilo acontecer até o fim do mês, então ela se sentiu tapeada pelo próprio corpo. Achou que seu estado físico e espiritual tivessem um acordo.

— Que merda.

Hansol soube que algo estava estranho quando ao acordar ela não ficou fuçando o celular na cama, mas pegou algo na mochila e foi direto até o banheiro, o respondendo de lá. Seu cérebro Windows XP demorou um pouco a entender o que estava acontecendo, mas os anos de convivência com sua mãe e uma irmã mais nova lhe fizeram cair a ficha minutos depois de conectar todas as informações. Mandou uma mensagem pra Yun avisando que daria um pulinho numa loja de conveniência ali perto, mas que já já estaria de volta, e que qualquer coisa ela podia lhe ligar. Vestiu um casaco em cima do pijama e saiu, trancando a porta.

Yun voltou do banheiro uns minutos depois, a derrota estampada em cada poro de sua pele. Já havia engolido outro comprimido para dor e, agora de bruços, se enfiava debaixo da coberta esperando que passasse. Estava quase cochilando quando ouviu a porta ser destrancada outra vez, Hansol entrou cantando alguma música do Ricky Martin.

— Yun? — chamou.

Na posição que a amiga se encontrava não era possível pra ele ver se estava dormindo ou acordada, mas o som parecido com o de uma cadeira de balanço velha rangendo que saiu da menina lhe fez descobrir que sim, ela ainda estava viva e consciente.

— Trouxe bolo pra você. — ele riu.

Yun se virou e encarou Hansol, que tinha duas sacolas cheias nas mãos. Ele começou a tirar de dentro delas um milhão de diferentes tipos de doces e chocolates, bolo, pudimzinho, leite de banana e muffins.

— O que é isso? — a curiosa se sentou com as sobrancelhas franzidas, enquanto ele dava de ombros.

— Talvez te faça sentir melhor.

Abriu logo uma embalagem de bolo e começou a comer.

O sorriso de Yun foi se alargando em câmera lenta.

— Você é impossível! — disse brincalhona, se apressando a comer também. Churros e agora aquilo? Ela não gostava da ideia de Hansol ficar gastando seu dinheiro com ela, mas já que já estava ali lhe restava aceitar. — Igualzinho o Ashton Kutcher.

— Ashton Kutcher? — ele não pareceu assimilar rápido.

— É, é. Em Sexo sem Compromisso. — e então descreveu a cena pra ele, em que o protagonista leva doces pra amiga também naqueles dias, e então eles dormem de conchinha. Resumidamente, é claro. — Você nunca viu esse filme?

— Não — ele coçou a cabeça. — Mas posso dormir de conchinha com você também se isso ajudar.

— YAH! Idiota! — Yun lhe acertou com o travesseiro e eles gargalharam. As bochechas de ambos queimaram, não só pelo riso.

Ao longo do dia as coisas foram se animando. Passaram o tempo todo conversando, nem quando colocaram o tal filme para Hansol assistir calaram a boca, a companhia um do outro sendo o mais precioso no momento. Quando precisavam recuperar o fôlego ficavam lá, parados se encarando, analisando o rosto alheio pra ver se ainda havia algum traço que deixaram passar. Era bizarro, porém se você já passou por uma situação semelhante entende que é tão bizarro quanto natural.

5 Days {Seventeen Hansol}Where stories live. Discover now