•diário•

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Sadie On
Oi, eu sou nova nisso. Não vou começar com "Querido diário" e essas baboseiras, só queria retratar como está sendo minha vida de merda, na pior fase de nossas vidas. Só quero que passe. Já tenho 17, último ano da escola, detalhe, estou estudando na mesma escola de sempre, Vinus College, onde meu pai e minha mãe se conheceram e se apaixonaram, achavam que iriam viver felizes para sempre. Hoje faz 6 anos que se separaram. Felizes para sempre não existe, se você acha que sim, acho melhor você começar a cair na real.
Foi bom conversar com alguém, ou alguma coisa, porque não aguentava mais tentar desabafar com a Millie e ela falar sobre os seus próprios problemas me atropelando como uma louca. Eu gosto dela, é minha melhor amiga, a única menina que presta na escola.
Em falar em escola, tenho que ir. Bye bye.
- SADIEEE -berrava Adam buzinando na porta de casa- JÁ ESTOU INDO- eu gritei com o mesmo tom de voz grosseiro do meu irmão.
- Tchau mãe - dei um beijo em sua bochecha quente pois estava fazendo torradas para o café da manhã- Não vai comer?- com uma voz rouca e sincera ela me olha com as torradas no prato.
- Desculpa mãe, mas estou atrasada - sai correndo de casa até o carro de Adam - Cheguei.
Sadie on
Ele só me olhou como se estivesse vendo um peixe fora d'água.
Tenho dó de Adam, ele fica com o pai, eu realmente não gosto dele, e não duvido que ele também não goste. Adam é diferente de todos os meninos que já conheci, ele é doce sabe? Às vezes sinto que ele é a única pessoa do mundo que realmente se importa comigo.
- Sadie??? - ele estava estralando os dedos na minha cara - Terra chamando Sadie.
- Ah, Oi. Que foi?
- Está desperta, aconteceu algo?
- Não, só não dormi bem na noite passada, fiquei sozinha em casa, a mãe não estava, ficou a madrugada fazendo plantão no hospital. - ele para o carro porque chegamos na escola - Olha, quando for assim, liga pra mim. Eu adoraria fazer uma "pijama party" com você - ele riu pelas narinas-
- Ha Ha, engraçadinho. Mas mesmo assim obrigada, às vezes tenho que ficar sozinha mesmo, é bom.
- Você que sabe mana - sorriu não mostrando os dentes-
- Tchau Adam - sai do carro e fechei a porta.-
Quando olhei para trás ele seguia seu rumo até o seu emprego, e eu seguia pelos corredores da escola, tentando não ser vista por ninguém, já que não era tão difícil assim, eu era meio que invisível para todos, sem exceção.
Fui para o meu armário pegar meus livros, e quando fecho a porta ouço um gritinho irritante que reconheceria ao meio de muitas vozes.
- Millie, que surpresa.
- Oi sads, estou tão feliz de te encontrar, Noah vai dar uma festa amanhã, e você vai.
Sadie On
Desde quando sou convidada para festas? E outra, desde quando eu as vou?
- Sem chance Mille, tenho coisas para fazer.
- Qual é Sadie, por favor, você não vai a uma festa a SÉCULOS, você precisa viver enquanto pode, não precisa ficar ai que nem uma fantasma pelos corredores.
- Olha você descobriu o meu plano - dei um tom sarcástico a frase -
- Você é impossível!
Reviro os olhos e vou até a sala de Gramática, aula que eu até me dou bem, mas não gosto.
{Passagem de tempo}
Sadie On
Depois de quase uma hora tendo que ouvir sobre verbos, e depois mais uma hora ouvindo sobre equações, finalmente uma coisa que eu gosto, artes,sim, artes, gosto do jeito de expressar o que estou sentindo em uma pintura, ou retratar o que o outro está sentindo em um retrato.
E também tem outra vantagem, a única aula onde posso ver Finn Wolfhard. Ele é confuso eu diria, pois é babaca, mas também não é. Wolfhard sabe se expressar com a arte, e consigo entende-lo, ele não está está bem, a tristeza dominante pela sua pintura me reflete a uma música, True Colors - Cyndi Lauper. Eu adoro escutar e decorar o meu quarto a ouvindo, Cyndi sabia lidar com as palavras, e eu amava isso.
Mas voltando ao Finn, ele era o típico jogador de rugby que todas as garotas olhavam imaginando uma cena terrivelmente nojenta e ficavam até excitadas com uma cena que provavelmente nunca aconteceria.
Enquanto eu olhava para o Finn, pintava um quadro, um homem sem face e por dentro uma galáxia inteira, acho que isso representava bem o Finn, será que só eu percebia isso?
Queria falar com ele, mas não podia, eu era invisível.
Enquanto terminava meu quadro ouço o auto falante com uma voz masculina e grossa dizendo:
- Sadie Sink, comparecer a diretoria por favor.
As pessoas se olhavam como se não soubessem quem era, e realmente não sabiam. Mas porque o diretor estava me chamando? Nunca faço nada de errado.
Bom fui a diretoria sem pensar duas vezes.
Quando fui fechar a porta da sala algo bom aconteceu, Finn me olhou, nós ficamos nos encarando por alguns poucos segundos, queria ficar olhando ele por mais tempo mas não pude, tinha que ir para a sala do diretor.

Party Favor Where stories live. Discover now