•despedida•

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Enquanto caminhava até o famigerado posto onde Adam pediu para eu lhe encontrar, ficava pensando em Jack, ah Jack, porquê você não sai da minha cabeça?

- Você nunca sai da minha cabeça, me deixe em paz por favor! - gritei no meio da rua, onde algumas pessoas olharam para mim me achando uma completa esquisita -

Já estava cansada de caminhar, então resolvi pegar um ônibus em uma parada que levava até o final da cidade, ele estava vazio, só estavam eu e mais duas pessoas, um velho de touca que me deu um sorriso desdentado para mim e eu automaticamente retribuí o ato, até que sorrir para mim já virou um hábito, e outra mulher que estava dormindo, tinha uma roupa curta, batom vermelho, era tão magra quanto um palito e possuía longo cílios. Fui até o final do ônibus e sentei no último acento do lado esquerdo.
Enquanto estava sentada, observava a janela e me pergutara várias e várias vezes porque Adam escolheu um lugar tão longe para nos encontrarmos, e já estava pensando se ele tinha aprontado alguma.
Meu celular vibrou, não queria ver quem era, então deixei de lado e continuei olhando a janela, não tinha muito o que ver, só bastante pinheiros e mais verde de árvores que eu não sabia distinguir a espécie.
O ônibus parou, era lá onde eu iria descer, passei pelo corredor e quando olhei para trás a mulher já havia acordado, olhou para mim e me deu um sorriso sem mostrar os dentes, não retribuí o ato dessa vez, só desci do ônibus, e vi ele indo embora.
Caminhei mais um pouco para chegar no posto, que estava vazio, por exceto um carro que obviamente, era o de Adam, ele olhou para mim e saiu correndo, com os olhos cheios de lágrimas e me abraçou forte, Adam não era de abraços, assim como eu, mas ele me abraçou, e eu também o abracei, porque ele era a minha família, minha única família e eu amava ele.

- Sadie - ele se separava de mim - me desculpa, não era para ser assim, eu nem sei o que dizer.
- Calma Adam! - coloquei uma de minhas mãos em seus ombros - me conta o que está acontecendo, por favor.
- Não posso te contar porque se não vou te colocar em perigo, e você é a única coisa nesse mundo que me importa Sadie, você é tudo o que eu tenho, o pelo menos tinha.
Não tenho tempo de explicar - ele enxugava as lágrimas que escorriam pelo seu rosto, mas seus olhos ainda lacrimejavam - eu preciso sair da cidade, vou ter que mudar meu número de telefone, casa, carro...
Vou ter que mudar a minha vida, e por enquanto, não podemos manter contato, se não a sua vida pode correr em perigo.
- Adam... - meus olhos começavam a encher de lágrimas e meus batimentos aumentavam - não me deixe aqui sozinha, me leva com você, por favor, eu não posso ficar nessa cidadezinha de merda sozinha, eu preciso de você, eu te amo! - me aproximei dele e dei um abraço, soluçando por conta do choro, ele me apertou e fez um carinho em minha cabeça, beijando minha cabeça também -

Ficamos lá, por pelo menos uns 5 minutos, estava muito bom, já que Adam era o meu porto seguro, ele me separou dele e tentou sorrir, mas naquela hora era impossível.

- Agora eu preciso ir Sadie, sei que é difícil de entender, mas eu preciso que você me deixe ir, um dia irei te explicar tudo, e vai ficar tudo bem depois disso, fique tranquila.
- Se cuida tá bom? Eu preciso de você vivo, aqui comigo - dei um sorriso de lado e ele me deu um beijo na bochecha -
- Também te amo! - ele disse para mim e deu as costas, caminhando até o carro e entrando no mesmo -

Coloquei as mãos em meus bolsos e esperei ele dar partida no carro, acenei com uma de minhas mãos e ele fez o mesmo.
Um dos momentos mais trágicos da minha vida foi ver o carro do Adam indo embora para bem longe, a estrada por onde ele ia parecia infinita, e eu fiquei lá, olhando a sua camionete sumir em meio a um horizonte.
Minha respiração estava fraca, não conseguia fazer mais nada a não ser entrar na loja de conveniência e sentar em um dos bancos. Meus pensamentos estavam totalmente bagunçados, minha perna balançava, minhas mãos suavam, lágrimas ainda caiam de meu rosto e minha boca estava seca, muito seca.
Era certo de que a minha vida estava indo bem de mais, algo de ruim tinha que acontecer, mas não estava esperando algo tão grande e infeliz desse jeito.
Estava me perguntando no que Adam tinha se metido, mas preferia nem imaginar em tamanha atrocidade.
Não tinha para onde ir, era domingo e minha mãe provavelmente estaria em casa, não queria encontrar ela, e pensando nela pensei em outro alguém, que não via fazia um tempo, não lembrava muito bem sua voz mas sabia onde encontrá-lo. Porém não tinha como chegar até ele, já que estava exausta e não queria caminhar, pensei em Finn para me ajudar, porém não queria incomodar, pensei em Jack mas ele não queria falar comigo no momento, até que a minha última opção foi Millie, que tinha um carro minúsculo que tinha vida própria, só funcionava quando queria.
Peguei meu celular e acabei vendo aquela mensagem que tinha ignorado, era Finn "Oi Sink, me chame quando puder♡", não vizualizei mas fui ligar para Millie.
No telefone expliquei uma história falsa de que sai com um cara que me largou no posto porque brigamos, falando isso eu sabia que ela iria imediatamente me buscar e me levar na casa, na casa do meu pai.

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