Pҽʀʄҽct Paɨʀ

Cɑקítυɭơ 11: Pɾҽѵısãơ

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O silêncio perpetuava por um longo momento. Todos se mantinham calados, e o único que podia quebrar aquele vazio sonoro era Karma, porém, antes de fazê-lo, ponderou as suas escolhas e também as consequências que elas poderiam trazer. O tempo se estendia ao máximo. Na verdade, era como se ele passasse em câmera lenta, até que voltou com as primeiras palavras de Akabane.

— Não vou julgar vocês, dizendo que seus objetivos são maus ou bons; estão certos ou errados. Porém eu também possuo uma perspectiva sobre as coisas; sobre os ideais de outrem e meus próprios ideais. Não vou fazer a "minha" escolha baseado apenas em intuição, porém, não a farei baseado apenas em lógica e conveniência também. Em suma, a minha resposta é... Não.

Temos um veredito. A escolha de Karma foi feita. Todavia, Ninguém que estava alí presente se impressionou com a resposta do garoto — além de Nagisa e Kayano, é claro.

Um curto silêncio se iniciou novamente, mas Karma já havia se virado, dando de costas para Kageyama, e se retirando lentamente do local. Os outros dois amigos o seguiram. Kayano deu de ombros, como se não se importasse, mas, por dentro, estava confusa. Nagisa olhou de relance para traz, e a última coisa que viu antes de sair do local foi a expressão apática contida no rosto de Kageyama.

. . .

Karma — A garota o chamou pelo nome — Por que não aceitou a oferta deles?

— É... Também jurava que você ia aceitar.

— Bem, acho que já estamos longe o bastante para mim poder contar — Disse o jovem, virando-se para os seus amigos, enquanto freava seus passos aos poucos. — Até eu pensei assim por um momento, mas senti que aceitar seria a escolha errada. O que esses loucos que se denominam Hope — literalmente, a "esperança" — querem é guerra. Nós queremos apenas a sobrevivência.

— Entendi. Mas ter a ajuda deles poderia ser muito útil para a nossa sobrevivência, quer dizer, a sobrevivencia do Nagisa.

— Ei!! Vocês estão juntos nessa.

— O Nagisa não precisa de mais ninguém, além de mim. Mas você está certa, eles poderiam ser úteis, agora podem ser um perigo... Um grande perigo.

— (Você acaba de se contradizer, idiota).

— Como assim "um grande perigo"? — Nagisa perguntou.

— Acho que todos eles tinham super poderes... E também acho que algum deles pode prever o futuro.

— O quê!? — Nagisa e Kayano indagaram, em semelhança de tempo e tom.

— Se acalmem. Eu vou explicar: quando Aoyagi chegou até nós, ele já sabia da luta entre o Nagisa e um dos agentes do governo; não acham isso estranho? Kageyama também parecia nos conhecer muito bem, mas nós nunca o vimos antes. Se nessa equipe houver alguém com o poder de prever o futuro, então isso explicaria o conhecimento absurdo deles sobre nós.

— Tem razão. — concordou Kayano.

— Mas pode não ser o poder de prever o futuro. Eles podem ter obtido informações de várias formas, talvez até com um poder de obter informações.

— Eu também pensei nisso, Nagisa. Por isso perguntei ao Aoyagi sobre a relação dele com o sensei. Queria obter alguma resposta que pudesse me dar indícios com aquela pergunta, e minha suspeitas apenas se confirmaram. A garota chamada Kaguya disse que salvou Aoyagi da morte três vezes. Vamos supor que, com isso, ela quis dizer que evitou o assassinato de Aoyagi, um mutante, pelas mãos de Yashiro, um caçador de mutantes. Como ela conseguiu isso? Seria fácil se ela tivesse poderes de previsão do tempo e pudesse prever a morte de Aoyagi antes dela acontecer.

— Tá, más... Se eles realmente tivessem um vidente, e fosse aquela garota chamada Kaguya, vamos supor; por que eles nos chamariam naquele lugar, e fariam aquela proposta? Não seria muito mais fácil olhar o futuro e descobrir que a sua resposta seria não?

— Para essa pergunta eu tenho duas hipóteses. A primeira: o futuro que ela prevê é incerto, ou seja, nós temos o poder de moldar o nosso futuro, e por isso as previsões dela não são sempre 100% corretas. A segunda: o objetivo principal deles não era fazer aquela proposta para a gente, mas sim ficar perto de nós, talvez para colocar um rastreador em alguém; o alvo mais provável seria o Nagisa.

Karma logo começou a revistar Nagisa, da cabeça aos pés, esperando encontrar alguma prova incriminadora em suas vestes.

— Então, se isso for verdade, eles estão tentando nos vigiar?

— Ei! Não toca aí! Não vai ter nada...

— Encontrei!

Akabane Karma estava certo. Bem, quando ele não esteve? Aquele poderia ser o início de um problema bem maior, mas, também, a chave para o seu fim.

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