A NOITE DO FLAMENCO

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A forma que os movimentos fluíam da bailarina, no palco, deixava Amanda hipnotizada. Admirava sua cintura, suas curvas e desenhava cada detalhe em sua mente. Seus cabelos negros e longos, acompanhavam os passos da protagonista da noite. Nunca havia visto algo semelhante. Como era linda aquela moça.

"Ela parece pertencer à música, Aigor. Que mulher é essa? Será que tenho ousadia de saber quem é?" Comentou com seu amigo inseparável. ", Amanda. Basta ser mulher, né? Tu já quer. Se trata, menina!" Se irritou, ao ouvir o comentário da amiga conquistadora.

Mas aquela exclamação de Aigor, não mudou os planos de Amanda. Ela iria até o fim para saber quem era aquela mulher que bailava, se insinuando. A forma que segurava a saia e jogava de um lado a outro, soltava um perfume doce, o qual ela guardaria o cheiro como quem guarda um segredo.

Precisamente às 23h45 terminou a apresentação. O teatro inteiro aplaudiu, em pé, aquele espetáculo de dança e sensualidade. Quantos corações aquela dançarina de flamenco não havia roubado, ali? Mas era o de Amanda que ela não deveria ter mexido. Ao menos, até aquele dia.

Amanda, discretamente, sai da sua fileira de cadeiras e vai de encontro contrário à saída. Ela quer encontrar alguma forma de saber mais sobre aquela mulher bela, a que prendeu a sua atenção de forma espontânea, a apresentação inteira.

"Ei, Amanda! Onde está indo? A saída é pra lá, sabia?" Disse Aigor, apontando pra porta que dava acesso a rua. Ela não deu a mínima. Quando se tratava de uma conquista, Amanda não media esforços até conseguir. Poderia levar o tempo que fosse, ela conseguiria. Não aceitava derrota. E conquistar, pra ela, era como o ar que precisava pra viver.

Dona de um poder de sedução absurdo e uma inteligência fora do comum, tinha a mulher que desejasse. Sem contar na sua beleza, herança da junção da mãe italiana e pai espanhol. Tinha uma pele morena acanelada e olhos mel. Seu estilo alternativo, combinava bem com sua personalidade "largada". Camisetas e jaquetas, complementando seu jeans, surrado, tiravam o fôlego de muita gente.

Não conseguia ficar sozinha muito tempo, ficava depressiva e nada fazia sentido. Tinha sido diagnosticada com Síndrome de Dom Juan, fazia 3 anos. Não que a síndrome justificasse seu comportamento conquistador, mas era o seu comportamento conquistador que explicava a síndrome. Por aí.

"Preciso saber quem é essa mulher e como faço para me aproximar dela. Não vou demorar." Explicou ao amigo, de forma meiga. "Mas Carlos me mandou mensagem, dizendo que já está nos esperando, Danda. E você pretende saber como? Vai pedir o WhatsApp dela? Me poupe, Danda. Vamos embora". E puxou Amanda pelo braço.

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