Capítulo 22 - Oliver

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Capítulo 22 – Oliver

I know you're scared, I can feel it, It's in the air, I know you feel that too, but take a chance on me

Sara pegou no sono logo após a nossa “reunião” de estudos. Ela riu tanto que ficou exausta. Foi muito rápido, em um momento ela ria, no outro ressonava. Eu, santo que sou, a puxei para perto de mim, e a melhor parte vem agora:

Ela se aconchegou e apoiou a mão direita em meu peito, enquanto a outra repousava sobre seu pescoço. Sua cabeça se encaixou em minha clavícula e suas pernas se enrolaram nas minhas. Esse foi o motivo de eu não ter pegado no sono tão cedo. Sentir a sua respiração quente em meu pescoço, sua mão que parecia brasa em meu peito, suas pernas enlaçadas nas minhas. Meu Deus, eu sou muito santo, muito santo mesmo. Eu só queria agarra-la ali mesmo, pegá-la de surpresa e fazer da Sara minha mulher. Mas como tudo tem um porém, sei que se eu fizesse isso, Sara jamais olharia para mim novamente. Então, eu tenho que me conter e aproveitar tudo que ela me dá, mesmo que seja aparentemente pouco e em doses homeopáticas. E isso, por enquanto vai ter que ser o suficiente, até que ela me ofereça mais.

Assim espero.

Olhei para o relógio na cômoda ao lado e já passava das cinco da matina, e o que me matava era saber que logo mais eu teria que estar em pé, o período integral na faculdade me aguardava com um sorriso debochado no rosto. Rindo da minha desgraça, das olheiras que eu teria e aumentariam durante o dia. Graças aos céus, não demorou muito e o sono me deu uma rasteira, dormi, profundamente.

Quando o celular começou a tocar o despertador eu gemi, me espreguicei como uma minhoca no sol. Virei de um lado, virei para o outro, dei uns tapas no rosto para me forçar a acordar. Ah, qual é, eu recém tinha pegado no sono. Reclamei para o relógio. Me virei para o lado, pronto para fazer Sara acordar no susto, mas nem sinal de vida dela. Levantei em um pulo e fui até o banheiro, que estava vazio, percorri todos os cantos da minha casa e não a encontrei. Novamente – como ela sempre faz –, ela havia ido embora.

Se isso me deixava possuído? Definitivamente sim.

Merda, eu queria surrar essa peste endiabrada. Surrar ela até que pedisse perdão por ter a coragem de me deixar sozinho. De nem ao menos se despedir. Raiva, frustração, e muitas outras coisas mais, meus sentimentos misturados e me trazendo confusão. Dessa vez, ela não se prestou nem para me deixar um bilhetinho. Nada. Sabem o que é isso? Me senti traído, abandonado.

Me arrastei para fora de casa, liguei o carro na maior animação – só que não – e fui em direção aquilo que me traria um futuro: a Escola de Medicina.

— Meu Deus cara, tu tá horrível hein. Viu um fantasma, foi?

— Cala a boca e me dá um gole desse café.

— Qual é Ollie, comprei o café agora... — Lee fez biquinho, e mesmo com profunda tristeza me estendeu o copo de isopor cheio de café.

Sorvi um grande gole e respirei fundo.

— Era tudo que eu precisava — digo satisfeito.

— A noite foi intensa? — Lee era o deboche em pessoa.

— Tá sempre cheio das piadas né?

— Tipo isso. — Deu de ombros. — Mas e aí, o que aconteceu pra te deixar com essa cara de zumbi?

— Sara dormiu lá em casa e... — Fui interrompido pelos tapas de Lee em meu braço. Ele indicou algo com a sua cabeça e acompanhei a direção onde seus olhos pousaram.

Ela é um PROBLEMA!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora