Capítulo 16 - Oliver

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Capítulo 16Oliver

I see you comb your hair, and gimme that grin, It's making me spin now, spinnin' within... Do you caress, honey, my heart's in a mess, I love your blue-eyed voice...

Sabe aquele negocinho de que algum sentimento define você em certa ocasião? Alegria me define, saudade me define, aquilo me define, a chuva que está caindo me define e o caramba também me define, e assim sucessivamente.

Sacou, né?

Então, ódio me definia.

Sim, naquele exato momento em que a maldita desgraçada da Antonela apareceu na minha frente se achando dona da mundo e da minha boca, atrapalhando todo e qualquer plano que eu não havia feito para chegar até a Sara, até o momento em que a vi – sim, me refiro a própria DinoSara, aquela sem noção nenhuma do perigo – sugando a boca do panaca do Tiago. Exatamente! Aquele mesmo cara que só ferrou a vida dela desde que a conheceu. Sim, esse mesmo! O cara que tentou matar ela afogada. Oh, e não venha me dizer que estou sendo dramático, porque dramático foi o momento em que eu ouvi seus gritos por socorro, por meu socorro – que fique claro.

Meus dentes estavam cerrados, assim como os meus punhos – que coçavam para quebrar aquele nariz feio dele –, minha mandíbula doía de tanta pressão que eu fazia para conter a minha língua de falar qualquer outra merda. Precisava ter sangue frio, assim como meu pai e irmão me ensinaram.

Pulso firme, sangue frio.

Mas era impossível, eu juro. Meu sangue borbulhava de tanta raiva que eu sentia. Mas o que eu ainda não conseguia entender, era o motivo de tamanha acidez. Deve ser apenas um extinto protetor que criei ao ter Sara por perto.

Meus olhos iam de Sara para Tiago, e vice-versa. Só de ver aquela cara feia e atordoada dele, eu sabia que ele estava caidinho por ela, e o beijo apenas confirmou de forma clara e verídica isso.

Afinal, que homem não ficaria apaixonado por essa doida? Que homem na face da terra, e que seja racional, após ser beijado por essa surtada não ficaria apaixonado?

Eu.

Óbvio.

Por que sou além de um homem racional, e por favor, Sara não faz meu tipo.

Oh, não, nem tente me chamar de tolo, ou bobão e essas coisas parecidas. Sou apenas um cara realista, pé no chão, entende?

Ok, talvez eu seja um completo idiota.

Primeiro: eu deveria ter mandado a Antonela pro quinto dos infernos há eras.

Pô, será que ela não percebe o quão inconveniente ela é? Meu Deus, vou ter que desenhar isso pra ela?

Segundo: a quem eu quero enganar? Nem a tia Marlene acreditaria que a Sara não é meu tipo e que eu não quero ela, e olha que se eu disser pra ela que nós moramos em Gotham e o Batman e o Robin saem à noite para nos proteger, ela vai crer nisso até que se prove ao contrário, o que é claro, ninguém vai se prestar a fazer.

– Não sabia que vocês estavam ficando – Antonela fez questão de interromper a minha linha de raciocínio.

– Não estamos – respondeu rapidamente Tiago.

– E isso é o que então? – continuou sondando.

– Por que tanto interesse na relação deles Antonela? – perguntei intrigado. Eu tinha as minhas desconfianças e jogaria verde até confirmar.

– Nada, só curiosidade – deu de ombros e segurou a minha mão – Vamos dançar Ollie.

– Antonela, vai ver se eu tô na esquina e me deixa em paz – eu estava irritado e ela era chata, venhamos e convenhamos.

Ela é um PROBLEMA!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora