Capítulo 24 / Conhecendo nossa nova mãe

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Conhecendo a nossa nova mãe

Yndit sabia que iria enfrentar uma barra nesses dias. Xandy e Raven foram embora, deixando ela e Arthur nesse mundo antigo.

E, eu e Suzan, nos aproximamos muito fácil dela, com um jeito todo especial de nos tratar como se fôssemos suas filhas. Suzan ficou apaixonada e não a largava mais, onde Yndit estava, ela estava atrás.

Vovó Genovese, muito abalada, com a morte de mamãe, deixava que Yndit tomasse conta de tudo. E ela, mesmo sem conhecer quase nada desse mundo antigo, foi fazendo as vezes de mamãe, dando-nos comida, fazendo compras, com o dinheiro que Xandy deixou para ela, fruto da pescaria e de alguns arranjos que Xandy tinha feito durante a viagem à Argentina. Papai, ficava conosco e com ela fazendo todas nossas vontades e com isso fomos ficando cada vez mais próximas.

Vovó Teresa passava todos os dias em nossa casa, trazendo algumas gordelícias que a gente adorava. Yndit não sabia o que fazer com essas loucuras que comemos nesse mundo antigo. E vovó adorava quando dizíamos que era muito bom suas gordelícias. Ela tinha um jeito especial de tratar vovó Teresa. Abraçava-a com carinho, ouvia suas falas loucas com atenção e sempre respondia tudo o que vovó perguntava do mundo do futuro.

Foi da vovó Teresa a primeira ideia de que todos podíamos ir viver no futuro. Esta era uma opinião bem diferente. Levar todo mundo para morar no ano 2.318, ia ser uma revolução. Iríamos deixar tudo o que nossos avós tinham construído a vida toda. Mas, para que serve todo o dinheiro no banco, o terreno e a casa onde morávamos se aqui no mundo de vocês tudo isso não tem nenhuma serventia?

Pela primeira vez, Yndit contou sua história de vida, num almoço onde a vovó Teresa e o vovô Alexandre vieram nos visitar. Foi no dia da missa de sétimo dia da morte da mamãe. Vovó Teresa trouxe um porco assado e Yndit preparou um peixe assado, com batatas, cenouras, alho poró, tomate. Ela cortou as batatas e cenouras de um jeito que parecesse bichinhos e a gente adorou comendo tudo o que tinha no prato.

− Vocês estão me surpreendendo meninas, que beleza, comendo assim, disse papai.

− Adoramos a brincadeira de Yndit na comida. Ela é fera, nisso, papai.

− Estou vendo que ela já conquistou o estômago de vocês.

− E se for assim sempre a gente quer ficar com você lá na casa de Yndit.

− Vamos ter que ganhar um monte de energia para construir a nossa casa lá no futuro, Dasha. E só ajudando nos centros comunitários para isso acontecer.

− E se a gente levasse o vovô Alexandre, ele poderia ajudar muito lá no futuro. E a gente ganhar nossa energia.

− Energia lá não é emprestada de uma pessoa para outra. Mas, acho que você tem razão de que o vovô Alexandre poderia ajudar muito lá no futuro. Lá as crianças fazem tudo com seus pais o dia inteiro. E quando eles ajudam nos centros, elas fazem o mesmo, também. Depois quando saem de lá, vão para casa e passam o resto do dia brincando, nadando, andando...

− Sabe, Dasha e Suzan, quando eu tinha a idade de vocês, meus pais ajudavam no centro de tecnologia. Meu pai tinha um dom para produzir coisas novas. Vocês chamam aqui de cientista como o vovô Alexandre. E nossa brincadeira no centro era fazer maquetes de seus projetos. Eu ajudava a pôr tudo em cima de uma plataforma, para parecer com o que ele tinha feito no computador. Eu era fera nisso, por isso faço esses bonequinhos nos legumes. Minha mãe e meu pai também morreram cedo. Eu tinha 10 anos quando eles se foram. Tive um tio que ajudava no centro de reposições e aprendi com ele todo o segredo delas. Como eu ficava muito tempo sozinha, eu gostava de ver a evolução da medicina. Foi daí que eu vim a ser a chefe de todos esses centros. Meu tio também não é mais vivo e antes de seu pai chegar lá no futuro, eu tinha desistido de um casamento, porque achava que era mais importante o que eu fazia do que formar uma família. Hoje eu percebo quanto me fez falta esse tipo de reunião.

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