Capítulo 21 Apenas um Minuto

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Dasha fala com os leitores

Provavelmente vocês já escutaram essas histórias que eu vou contar. Mas, vou repeti-la porque eu adoro contá-las.

Nesses 300 anos de passagem muita coisa mudou e eu, ajudei de alguma forma isso acontecer.

Foi preciso apenas um minuto para que a química entre "esses dois" funcionasse para gerar vidas, como a nossa. E nesse momento, onde a corrida acontece, dois zigotos, estão disputando a entrada na batcaverna de Helena. Apenas um sai vitorioso, mas, como ele era muito especial, influencia a nossa sorte. Dividimo-nos em duas. E saímos daquele quarto de motel já com uma vida para cada uma. E mesmo, quando Helena passa todo o sufoco, de Arthur não acordar, nós crescemos forte e unidas. E recebemos a proteção de um anjo que nos trouxe o espírito de papai para nos proteger.

O anel serve de símbolo para esse momento. E mesmo que Arthur não saiba, ele carrega em sua mão o prenúncio de um artefato que nos une, em tempos, universos e lugares.

Não nasci neste século de 2.318. Nasci em 2018, quando meu pai foi resgatado por vocês, para a cura de uma doença que ele tinha, esclerose múltipla. Meu avô era pesquisador de física e teve a ideia de congelar meu pai, Arthur, que vocês adoram, para aguardar a cura de sua doença pela operação genética em seu DNA. Ele trabalhou com afinco durantes dois anos para isso acontecer. E quando essa operação foi realizada com sucesso, meu pai sumiu. Eu era bem pequena ainda. Tinha apenas um ano quando tudo isso aconteceu. Ninguém naquela época conseguiu entender como ele sumiu. Um dia ele estava no hospital. No outro, não havia ninguém em seu quarto. Eu só ouvi essas histórias serem contadas.

Minha mãe não acreditou, no começo. Mas, depois entendeu que teria que cuidar de nós duas sozinhas. Eu, Dasha, e Suzan, as gêmeas, filhas de meus pais Arthur e Helena, que ele não conheceu.

Por isso, quando cheguei aqui, poderia passar em sua frente, sem que ele nunca soubesse que eu era filha dele. A não ser pela semelhança que eu tenho de minha mãe. Nós duas, as gêmeas, somos a réplica dela em miniatura. E mesmo sem pai, nossa vida, graças a nossos avós, foi ótima. Até o barqueiro do tempo, Xandy aparecer em minha casa e nos resgatar. Aí começaram as complicações e tudo o que me aconteceu de bom e de ruim. Porque eu entendi qual era minha missão nessa vida: trazer as pessoas para fora civilização, que se conhecia na era de 2018.

Não foi uma tarefa fácil de fazer. Muitos robôs substituíram as pessoas em seus trabalhos. E, eles não eram pagos, apenas comprados e exigiam pouca manutenção, substituindo os salários altos que as pessoas tinham e suas tarefas. Muita gente ficou sem ter onde comprar as coisas que eram necessárias. E, voltou-se ao tempo das pessoas viverem nas beiras dos rios, do mar, nas montanhas junto às florestas virgens. Muita tecnologia foi construída para que eles vivessem nesses locais sem acabar com o meio ambiente, em pouco tempo. As pessoas se tornaram inteligentes. E essa foi minha missão. Largaram seus empregos e foram adquirindo uma vida mais tranquila dedicada à família e bem estar, com tecnologia para que eles vivessem bem. Frequentavam escolas on-line, cada vez mais aberta e gratuita, pela internet.

E eu, fui mostrando para elas como viverem. Porque aprendi com vocês. Isso mesmo, estudava com vocês e levava a elas informações. Por isso vocês tem que me agradecer pela vida que tem agora. Elas aprenderam a construir um ambiente seguro e agradável sem precisar trabalhar nas grandes corporações. Entenderam que podiam fazer para elas. Eu, mostrava com meu exemplo. Por isso não pude ficar muito tempo com minha família. Bom, o que restou de minha família.

Sinto muito por minha mãe Helena. Ela não conseguiu sobreviver a esta passagem. E eu fiquei sozinha com Suzan, com meus avós até ficar adolescente e entender esse meu papel.

SOZINHO NO MUNDOWhere stories live. Discover now