Capítulo 1 - Minha sorte

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A vida é complicada. Na adolescência é mais complicada. Quando mistura uma menina, um menino e um sentimento complica mais ainda. E se os dois não sabem se o que sentem é amizade ou algo a mais... Piorou! E muito! Será que em algum momento dá para descomplicar?

Meu nome é Luciana, tenho quinze anos e nada demais na minha aparência. Sou magra, 1,60m de altura, olhos castanhos escuros e cabelo castanho, um pouco puxado para o ruivo. Estou no primeiro ano do Ensino Médio e moro no Espírito Santo com a minha mãe desde que os meus pais se separaram. Ainda falo com o meu pai, mas a gente quase não se vê mais. A distância foi o motivo da separação. Meu pai recebeu uma proposta de emprego para morar no México, só que minha mãe não aceitou se mudar para lá de jeito nenhum. Os dois até que tentaram manter um relacionamento à distância, mas, sendo sincera, eu já sabia que não daria certo. A minha mãe é extremamente carente e o meu pai não estava nada satisfeito por ter sido o único dos dez transferidos que não estava se mudando com a família. Em menos de seis meses, meu pai estava de volta para assinar o divórcio e minha mãe resolveu recomeçar no Espírito Santo assim que me formei no Ensino Fundamental. Recomeçar em um lugar completamente diferente foi bem mais fácil para a minha mãe, que era quem desejava a mudança, do que para mim.

Já é difícil a gente lidar com a adolescência... Ainda somou a separação dos meus pais, a mudança de estado e a escola nova! Começar a estudar em uma escola nova já tem suas questões não tão favoráveis, só que piora muito quando você não conhece ninguém na escola, nem no prédio, nem na vizinhança e nem em muitos quilômetros de distância!

Sorte... Palavra que parecia distante para mim naquele momento. Só parecia... Porque logo a minha sorte chegou! Só que com um nome diferente...

- Uma música pelo seu pensamento! – Antes mesmo que ele sentasse ou falasse eu já estava sorrindo por sentir a sua presença.

- Assim não vale! Isso é golpe baixo! – Continuei sorrindo sem encará-lo.

- É pra ser golpe baixo mesmo... Eu quero saber o que tá passando nessa cabeça. – Ele encostou um dedo na minha testa.

- Tá com o violão, aí? – O encarei pela primeira vez.

- Não. – Ele abriu os braços para mostrar que não tinha nada com ele.

- Então não vou contar! – Desviei novamente o olhar, voltando a olhar para o céu, e continuei deitada na canga estendida na areia.

Menos de cinco segundos depois ele estava me empurrando com o corpo para dividir a canga comigo. Bufei fingindo impaciência. Só fingindo... Ele era a minha sorte... Não conseguia ficar impaciente, chateada, triste com a sorte que eu tinha encontrado no meu caminho.

- Nem adianta esconder o rosto... Tô vendo que você tá rindo! – Ele me olhou, mas eu continuava sorrindo para o outro lado, quase enfiando meu rosto na areia.

- Do que você tá falando? – Me forcei ficar séria e o encarei.

- Vai continuar tentando fingir alguma coisa pra mim? Ainda tenta isso mesmo?! – Ele arqueou as sobrancelhas como se estivesse claro que eu nunca conseguiria esconder algo dele.

- Ah, qual é?! Nem minha mãe é assim! – Respondi inconformada por saber que era verdade. Eu nunca conseguiria esconder nada dele!

- Sua mãe não sou eu. – Piscou o olho para mim.

- Ainda bem!

- Isso é bom ou ruim? – Perguntou curioso.

- Ué?! – Foi a minha vez de erguer a sobrancelha e dar um sorriso de lado. – Você não desvenda todos os meus pensamentos? Por que pergunta se já sabe a resposta? – Ele me encara. – Ou será que você não sabe sobre tudo o que passa na minha cabeça? – Fiz uma voz de mistério e aproximei o meu rosto do dele.

- Quem dera. – Ele me encarou por alguns segundos e desviou para olhar para o céu. – Não vai mesmo me contar no que estava pensando?

- Lembrando do que me fez chegar até aqui... – Não precisava dizer mais nada. Ele sabia do que eu estava falando.

- Sente saudade do seu pai? – Não disse?! Ele sabia mesmo! A nossa conexão já era forte o suficiente para ele saber sobre o que era.

- Não exatamente. – Me virei de bruços para não ficar queimada apenas na frente do corpo. – Quero dizer, é claro que sinto falta dele, mas ele sempre trabalhou demais e viajava muito também. Tô meio que acostumada com a ausência dele...

- Então o que é exatamente? – Ele se virou para mim.

- Essa semana é aniversário dele. O primeiro desde que eles se separaram... Então vai ser o primeiro que não estaremos juntos. – Dei uma pausa e ele continuou em silêncio me olhando. Ele sabia que eu ainda tinha mais coisa para falar. – Nos aniversários sempre estávamos juntos.

- Como dizem, pra tudo tem uma primeira vez... Infelizmente pra coisas boas, mas pra ruins também... Independente do que aconteça, eu tô aqui com você!

- Obrigada! – Sorri para ele e ele apenas balançou a cabeça.

O celular dele tocou e ele o tirou de dentro do bolso lateral da bermuda.

- Fala, Diego! Tranquilo? – Uma pausa. – Demorô! Eu topo! – Mais uma pausa. – Ela tá aqui comigo... – Uma pausa bem rápida. – Para de encher! Por que você tá perguntando por ela? – Mais uma pausa e ele se vira para mim tirando o celular do ouvido. – Lu, o Diego e a Fabi estão chamando a gente pro cinema hoje, topa também? – Eu balanço a cabeça afirmativamente e ele volta a colocar o celular no ouvido. – Ela topou também. Fechado, então! Até mais! – Desligou.

- Melhor a gente ir embora daqui a pouco pra não chegar atrasado no cinema.

- Se eu dormir me acorda, Lu! – Ele aproximou o rosto de mim e fechou os olhos.

- Pode deixar, Lu! – Sorri e encostei minha cabeça na dele.

Luís Felipe. Esse era o nome da minha sorte. Esse era o nome do meu melhor amigo. Ele era o um dos Lus da dupla LuLu!    

O que acharam da Luciana e do Luís Felipe? Já tem alguém shipando os dois?!

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O que acharam da Luciana e do Luís Felipe? Já tem alguém shipando os dois?!

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Melhor Amigo?Where stories live. Discover now