PRÓLOGO

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                              Tom

Tomo mais uma dose de uísque.

Eu não costumava beber muito, as únicas garrafas que tenho em minha casa eram para momentos especiais... mas ultimamente me encontro enchendo meu copo de uísque quase sempre. 
Me sento no sofá que está situado no meio da sala, e começo a pensar na grande responsabilidade que me foi colocada. Em meio ao devaneio em que me encontro, percebo estar ofendendo meu melhor amigo em pensamento... como se ofender uma pessoa morta fosse mudar algo.

Apenas nessa noite já introduzi em meu corpo dois copos da amarga bebida e estou pronto para mais uma dose. Me levanto do sofá cor de marfim e encho o copo novamente, dou um pequeno gole. Vou em direção á enorme estante ao meu lado esquerdo. Pego um álbum de fotos e começo a folha-lo em minhas mãos. Aprecio as fotografias de quando eu tinha 17 anos, foi nesta época que tantas pessoas á minha volta quase se afogaram em problemas familiares e de marginalização, e eu me vi tentando respirar por eles.

Largo então o álbum com as fotos no sofá e vou até a mesa de madeira polida no canto da sala, onde existem outras fotografias meramente jogadas. Pego a que é mais importante naquele exato momento e a qual eu já deveria ter me livrado: uma jovem loira nos seus 20 e poucos anos, no topo do Rockefeller Center em NY. Seguro a foto em minhas mãos e vou até a cozinha. Pego a caixa de fósforos que estava na bancada, acendo um deles e o aproximo da foto. Ela então começa a queimar calmamente como se fosse um aviso sobre minhas escolhas.
Observo a fotografia queimar até virar cinzas e sinto a culpa subir por todo o meu corpo, me queimando assim como as chamas do fogo que eu acabara de presenciar.

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