Era a cena mais inusitada e feliz que poderia ter acontecido em minha vida. Estava ali, diante de meus olhos, minha família conversando alegremente com a pessoa que escolhi para seguir o restante dos meus dias. Mesmo que esses dias fossem poucos. Todos sorriam, pareciam realmente gostar de Taeyong, até mesmo meu pai abria um sorriso meio contido quando ele lhe dizia sobre as aventuras de morar com o irmão mais novo e o melhor amigo.
Ele também falava sobre como nos conhecemos e como foi difícil entender a minha mente insana, era verdade, eu sempre fui um pouco problemático quando se tratava de relacionamentos. Mas com Taeyong sempre fora ainda mais difícil.
Minha mãe suspirava enquanto afastava o prato e apoiava o rosto nas mãos, apreciando a bela história e bem complexa de nós dois. Jungwoo ria da minha lentidão por não notar previamente os sentimentos intensos do Lee, Yangmi entrelaçava os dedos aos do marido, Taehyung, como se estivesse se recordando de sua própria história de amor.
Era a cena mais inusitada e feliz da minha vida, porém logo em seguida o breu tomou conta da linda visão que tinha à minha frente.
Um sentimento de solidão começou a tomar meu corpo, instintivamente abaixei o rosto e tentei incessantemente, após pressionar os olhos uns nos outros mais uma vez, enxergar a bela cena na mesa de jantar. Eu não conseguia vê-los, eu não conseguia senti-los, muito menos ouvi-los.
Um bolo se formou no meio da minha garganta; então era essa a sensação de se sentir morto? Querer tanto falar, expor o que estou sentindo, mas não conseguir?
Eu não conseguia sentir absolutamente nada, somente ouvia os batimentos estranhamente calmos do meu coração dentro da caixa torácica do meu corpo. Eu estava começando a surtar ao mesmo tempo em que minha mente se desligava aos poucos.
"Não, não agora..." Pensei comigo mesmo, eu sabia que estava pálido e que talvez, somente talvez, Jungwoo finalmente tivesse notado minha atual situação, pois ele agarrou minha mão com força, como se tentasse me acordar. Um suspiro aliviado e interno soltei ao sentir pelo menos um toque; preocupação e atenção. Era tudo que eu sentia vindo do meu irmão.
"Jaehyun?" Ouvi uma voz baixa ecoar próximo, eu conhecia aquela voz, era ele. Taeyong também havia notado minha mudança drástica de bem-humorado para uma quietude estranha.
"E-eu tô bem..." Sussurrei numa força absurda, por mais que eu quisesse falar num tom absolutamente normal, nem minhas próprias cordas vocais me obedeciam naquele momento. E foi quase automático, modo de sobrevivência e vergonha ligados, que me ergui da cadeira e meu corpo pendeu ao chão.
A última coisa que ouvi antes de cair em inconsciência foram as vozes desesperadas de meus parentes, sobretudo a dele, parecia ser a última vez que eu o ouviria.
E enfim, escuridão.
Quando abri os olhos depois de subitamente ter caído ao chão, varri os mesmos pela sala de jantar, e me surpreendi; não havia ninguém. Nem sinal das risadas contagiantes de minha mãe e muito menos o entusiasmo de Taeyong em lhe falar sobre tudo que o aconteceu em relação à mim.
Não havia Jungwoo comendo e mexendo no celular, possivelmente falando com Lucas, um tanto distraído mas ainda assim tentando se manter interessado na conversa.
Não havia Yangmi falando sobre como ter um filho era cansativo, e como era loucura Taehyung querer ter mais quatro. Não tinha também o revirar de olhos dele como resposta para ela.
Meu pai não estava mais na cabeceira da mesa, observando tudo enquanto mastigava seu jantar pacientemente e vez ou outra ria de alguma piada de sua esposa em relação à sobre ter um segundo filho gay.
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don't talk × jaeyong
RomanceTaeyong passou um ano guardando o sentimento de amar em segredo o colega de trabalho Jaehyun, mas será que seu sentimento será recíproco quando ele finalmente tomar coragem para contar? {jaeyong | side johnten | alternative au} [tw: drama, conteúdo...
